Me despeço e disparo em direção da trilha para que eu não seja seguida pelo pobre animal, metros longe noto que não a nenhum sinal de Scare, objetivo alcançado agora preciso voltar ao casarão a este momento todos devem saber que estive fora. Sigo a rota que tomei e chego na encruzilhada. "Todos os caminhos são idênticos como saberei qual é o correto?" Cansada escolho ir em frente seja onde for a algum lugar ele deve levar, indo mais fundo começo a perceber que peguei o atalho errado não havia passado por ele antes ou lembraria das assustadoras árvores curvadas como arcos fazendo a trilha ganhar um túnel denso e sombroso, ando com cautela adentrando seu interior úmido, o solo é coberto por folhas secas que se partem em migalhas a cada passo que dou, feixes de sol passam pelas brechas do topo das árvores arqueadas. Me encolho em meu longo casaco a temperatura começa a abaixar como se no final existisse uma grande geleira, meu corpo treme e minha respiração fica evidente, resolvo dar meia volta e escolher um novo caminho, me viro e dou um passo, escuto barulhos de galhos se quebrando procuro a origem do som e tenho uma terrível visão, as bizarras árvores retorcidas estão despencando caminho a cima, um gigantesco galho cai perto de meu corpo me atento a correr o mais rápido possível, os troncos caem com força um após o outro como um dominó, com o impacto algumas das outras plantas soltam folhas e galhos que viram obstáculos, tento me proteger e pulá-los. Ofegante deslumbro uma claridade o possível fim do túnel catastrófico, luto contra meu corpo que endurece como pedra, tropeço em meus próprios pés e caio no chão, fecho os olhos e sou engolida pelos troncos.
— Elionor olhe! — Philipe mostra uma coruja em um galho de árvore próximo da janela de nosso dormitório, a ave vira a cabeça em nossa direção ficando com o corpo virado para o outro lado.
— Credo! Esse bicho dá medo, esse jeito de nos olhar dizem ser um mau sinal.
— É uma lenda, elas são lindas e inteligentes. Gosto de ler livros sobre aves na biblioteca. — passo a mão sobre a cabeça do meu irmão.
— Que interessante, temos aqui um futuro pesquisador? — Philipe sorri com olhos alegres.
A coruja pia roca abre as assas e voa em direção a janela, grito assustada a janela se abre e o animal dobra de tamanho, puxa o garoto com as garras, ele grita e se chacoalha, tento agarrá-lo pelos pés mas com as garras firmes no corpo do menino o pássaro o leva para o alto e distante, grito de desespero, grito pelo seu nome.
— Philipe!!! Philipe!!!
— Se acalme! — escuto a voz de um homem, com a visão desfocada avisto um rosto conhecido. — Que bom que acordou. — diz o velho senhor, o mesmo que sempre está fora do casarão cuidando das flores e grama.
Em pé segura alguma coisa em sua mão, um saco de tecido preto cintilante preso por um barbante, o abre e joga em sua mão um punhado do que parece ser terra a assopra e sua cor muda, uma chuva de pó cor prata atinge as árvores despedaçadas, os troncos caídos começam a se levantarem se juntando com seus galhos e tornando-se novamente cada árvore torcida que havia despencado sobre o solo e meu corpo. Consigo me mover, a temperatura está fresca mas não mais congelante, me levanto zonza.
— O que houve? — pergunto conturbada.
— Foi atacada pelos carvalhos selvagens. Tenho a missão de domar as plantas e manter os muros de hera sempre saudáveis para proteger aqueles que vivem nas terras Gregory. — o senhor guarda o saquinho no bolso frontal de sua camisa.
— Acho que não entendi, domar plantas?
— Sim, senhorita. Para que não ocorra o que lhe aconteceu, os carvalhos a atacaram eles sentiram seu cheiro, seu sangue. Tudo que vem da terra está mais vivo do que nunca por aqui.
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O Bosque dos Esquecidos (The Woods of the Forgotten)
FantasíaInglaterra 1984, uma jovem órfão completa seus esperados 18 anos para seguir a busca por seu irmão mais novo que foi adotado e afastado dela há 4 anos, mas seus planos mudam quando é engolida por um bosque de pinheiros que a leva a um estranho loca...