Estou inerte no tempo e espaço dentro de uma imensidão azul, avisto uma luz esbranquiçada se aproximar rapidamente deixando em seu caminho feixes luminosos como uma estrela cadente, me atinge com um forte impacto, despenco junto a ela mergulhando na imensidão que passa a ganhar novas cores, rosa e lilás, penetro o corpo macio e branco de uma nuvem, meu corpo gira continuando a cair, adentro uma fenda de pedra iluminada por uma fraca luminosidade azulada vinda das asas das incontáveis borboletas que planam por seu interior, desabo sobre uma grande poça de água, me levanto. Contemplo à volta, a bela visão dos insetos dançantes ouço gotas de água e um choramingar baixo, dou um passo a frente e percebo uma escadaria alta de pedras coberta por musgo, a desço com passos rápidos atrás do choro, deslizo em um dos degraus lisos me fazendo cair e rolar por todo o restante da escada de pedra, paro a poucos centímetros de um abismo, pequenos pedregulhos se soltam da montanha caindo abaixo. Me sento e estico a cabeça vendo que este despenhadeiro parece muito fundo seu fundo é coberto por um nevoeiro, observo formações rochosas estreitas cobertas pela vegetação durante os anos, as formações percorrem um longo caminho como de uma estrada férrea sobre montanhas.
Novamente ouço o choro ecoar, me ponho de pé e limpo a saia do vestido, volto a segui-lo dou a volta na montanha, encontro Violet sentada em cima de uma pedra com a cabeça de Dag em seu colo, seu rosto está molhado e o jovem desacordado, me aproximo, ela levanta a cabeça e me olha com seus olhos vermelhos.
— Ele está morrendo Elionor! — diz em prantos.
Coloco minha mão no rosto do rapaz que queima em febre, desço meu olhar ao seu braço, levanto o tecido que protege a ferida que está ainda pior como se estivesse apodrecendo, observo o ferimento chocada.
— Aqui não a nada, só a pedras. Não possa fazer nenhum medicamento. — Violet fala desesperada.
Examino bem o grande corte, em meio o sangue e carne noto algo, tomo coragem em vista da situação e levo dois de meus dedos magros penetrando o corte. Dag mesmo desacordado geme de dor, me sinto zonza com o cheiro e a sensação de cutucar a carne apodrecida, encontro o objeto e o desprendo da ferida o puxando, o corpo do jovem estremece, retiro um grande espinho sangrento. Ele abre os olhos seu ferimento já não sangra e sua aparência parece melhor, o rebelde me encara mostro a ele o grande espinho.
— Isso estava dentro da ferida impedindo que cicatrizasse. — jogo a coisa amaldiçoada longe.
A moça sorri aliviada afagando os cabelos desgrenhados do punk.
— Vi água por perto, trarei para limpar o ferimento. — subo as escadas desta vez sem passos ligeiros.
Ando até a poça de água ao fundo vejo água limpa e cristalina brotar de um olho d' água (espécie de bico de água mas de origem natural), procuro por algum recipiente para poder encher mas só encontro rochas, seguro a saia de meu vestido vermelho rasgando um pedaço o encharco bem e volto até a pedra cinzenta e redonda onde agora Dag está em repouso enquanto sua jovem companheira está em pé a sua frente, vou até eles e fico próxima do rapaz.
— Não tinha como eu trazer a água assim ensopei esse pano. — me abaixo, seguro o braço machucado e passo pelo machucado cuidadosamente. — Dag joga a cabeça para o lado dando um sorriso bobo.
— Até parece minha mãe. — para de falar por um momento perdido em lembranças. — Quando ela estava bem. — prossegue com tristeza. — olho em seu rosto.
— Sempre cuidei de todos no orfanato de onde vim. — término de limpar o corte já quase cicatrizado.
Vejo Violet vir rapidamente ao meu encontro com um enorme sorriso e bochechas coradas, ela me dá um forte abraço.
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O Bosque dos Esquecidos (The Woods of the Forgotten)
FantasyInglaterra 1984, uma jovem órfão completa seus esperados 18 anos para seguir a busca por seu irmão mais novo que foi adotado e afastado dela há 4 anos, mas seus planos mudam quando é engolida por um bosque de pinheiros que a leva a um estranho loca...