Capítulo - 17 - Sacrifício (Sacrifice)

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 A coisa observa zangada seus soldados derrotados e a mim que corre em sua direção segurando a espada reluzente em chamas, ela para de sugar e solta um estrondoso berro de ira lançando gotículas de sua saliva densa escura e fedorenta. Paro por um momento levantando os braços protegendo o rosto, enquanto isso o solo volta a tremer o colosso levanta seu corpo e vai para cima da linha que nos separada, suas patas altas de troncos grossos e ásperos tocam a divisão e começam a se rachar, se quebram ao meio. O monstro inicia uma queda lenta, Dag e Violet voltam a ficar visíveis eles fogem do enorme corpo prestes a desabar, desvio do gigante que colide com o chão de maneira descomunal a poucos metros de distância transpassando o limite que o impedia de prosseguir. Permanecemos ao redor examinado a Quimera imóvel, ela abre os olhos brilhantes e volta a mexer-se ganhando altura, novas pernas nascem de sua pavorosa estrutura.

 — Corram! — alerto desesperada vendo nosso inimigo preparado para nos perseguir novamente.

 Voltamos a fuga mas a mostrenga não parece se interessar conosco invés de vir em nossa direção ela se locomove no sentido do círculo de pontos brilhosos na escura tempestade.

 — A Quimera está indo em sentido das fadas! — grito em completo desespero. — Violet precisa pará-la, use sua voz.

 — Ela está muito perto das crianças mágicas se eu cantar afetarei a elas também e acabarei com o ritual de purificação. — diz a jovem angustiada.

 — Precisamos pará-la! — fala Dag apavorado.

 — Não temos como. — o respondo desanimada.

 Seguimos o monstro incapazes de reagir ao seu ataque, tento chamar sua atenção lançando algumas bolas de fogo mas todas elas são absorvidas por seu corpo destorcido. O monstro para de repente como se tivesse sido imobilizado, um raio atravessa o céu iluminando o ambiente mostrando o velho Sr. Juan com os braços magros para cima e suas mãos contorcidas muito próximo da criatura.

 — Rápido meus jovens, não sei por quanto tempo conseguirei segurar essa coisa! — o senhor grita a nós.

 — O que faremos para matar a Quimera? Ela parece invencível. — o rapaz me pergunta, procuro uma resposta e uma solução surge.

 — Eu já tentei fogo mas ela é imune como as gigantes centopeias que Dag enfrentou elas só foram derrotadas de um modo. — o casal me olha atento, aperto minha mão sobre a lâmina afiada sentindo meus dedos arderem e o sangue escorrer. — Sangue.

 Disparo na direção do inimigo paralisado seguro forte a espada pesada com as duas mãos e golpeio uma das seis pernas da mostrenga um choramingar baixo sai de sua boca fechada, a perna se parte jorrando sangue negro. Repito o golpe em mais outras duas a gigantesca volta a estatelar-se no chão fixo meu olhar no centro de seu corpo, a escalo me segurando nos pedaços de diferentes árvores e coisas que fazem parte de sua estrutura, meus pés atolam na gosma que junta tudo como uma cola com empenho e suor fico de pé em cima da Quimera pego a espada como um punhal e a cravo em sua corpulência robusta. O líquido escuro escorre formando uma enorme posa ao redor do monstro já morto que derrete se desfazendo tornando-se uma massa, pulo para baixo antes de ser engolida pela substância, procuro por meus companheiros e encontro-os curvados sobre o idoso deitado no chão. Confusa com passos rápidos me desloco até eles.

 — Sr. Juan? O que aconteceu com ele? — questiono aflita.

 — Ele está mal, estava muito fraco para fazer um esforço como aquele. — Dag abre alguns botões da camisa do senhor na tentativa de ajudá-lo a respirar melhor.

 — Por nossa culpa. — fico de joelhos sentindo meus olhos lacrimejantes. — o velho encosta devagar sua mão fria na minha.

 — Não se culpem, eu quis ajudar. — fala com voz falha. — busca por ar e continua. — O destino do homem é a morte, ela veio me buscar, uma morte honrosa em um campo de batalha. — seus olhos claros ficam opacos e sua boca meio aberta.

 — Não! Sr. Juan! — me deito em seu peito silencioso. — Violet coloca a mão em meu ombro.

 — Eli, ele está bem, está em paz. — a moça me ajuda a levantar.

 O jovem fecha as pálpebras do idoso e o cobre com sua jaqueta de couro.  

O Bosque dos Esquecidos (The Woods of the Forgotten)Onde histórias criam vida. Descubra agora