Capítulo - 15 - Vingança e Justiça (Revenge and Justice)

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 Elionor nos deixa para trás observo a garota de cabelos curtos seguir em direção do casarão depressa enquanto isso Dag encara o velho senhor fazendo a linha de terra lentamente, ele suspira, entrega o felino de pelagem negra a mim e anda até o idoso tirando o ancinho de suas mãos ossudas continuando o trabalho mesmo sem entender como aquilo será útil contra o monstro raivoso afora. O pequeno gato se encolhe em meus braços e se assusta a cada batida forte da Quimera contra o murro, o abraço tentando acalmá-lo estando também amedrontada.

 Estranhamente a monstrenga começa a se afastar arrastando seu corpo robusto e pesado sobre as copas das árvores que ainda permanecem de pé. "Teria ela desistido?" A criatura desaparece do meu campo de visão trazendo uma falsa sensação de alívio. O gatinho se desencolhe e ergue a cabeça me fitando, ele levanta as orelhas atento e pula para o chão. Escuto vozes conhecidas e me viro tendo uma surpresa nada agradável Willian e Charlote saem da porta secreta da sala de música se deslocando pelos corredores de flores, observo com raiva seus belos rostos que escondem seus verdadeiros eus. Como se pressentisse minha presença distante a jovem loira me avista sendo tomada por surpresa e confusão, então o alto rapaz de cabelos longos segue seu olhar encontrando o meu, ficando também surpreso. Me olha profundamente com seus olhos azuis frios dá um sorriso e vem rapidamente em meu sentido abandonando a garota, assustada começo a me afastar dando passos para trás, o jovem fica em minha frente e segura meus braços com força.

 — Achei que nunca mais a veria novamente! — fala contente.

 — Solte-me! — grito chamando atenção de Dag, o punk solta o instrumento de jardinagem e corre até mim.

 — Willian o que está fazendo? — ele pergunta intrigado.

 Charlote surge logo atrás, ela força o maxilar furiosa.

— Violet, que surpresa em revê-la. — diz com os dentes serrados. — me solto dos braços do rapaz e fico ao lado de Dag.

 — Imagino o quanto deve estar surpresa com meu retorno. — a provoco.

 — O que está acontecendo aqui? — diz o rebelde sem entender nada.

 — Me desculpe eu devia ter contado antes. — me encara confuso. — Antes de eu cair na armadilha que me atraiu para o bosque eu havia feito um piquenique para Clara, mas ela não apareceu então fiquei sozinha no jardim e Willian de repente surgiu e me roubou um beijo, dei-lhe um tapa no rosto e corri. Charlotte viu tudo, mesmo assim fui ao seu encontro explicar o que aconteceu e logo depois recebi o falso bilhete. 

 — Seu aproveitador maldito! — Dag fica furioso e o ergue pelo colarinho da camisa.

 — Ela não deveria estar com um traste como você! — Willian o insulta.

 — Você que não deveria correr atrás dela! E a sua garota? Ela não é boa o bastante para você? — olha para Charlote.

 — Não eu não sou! Porque não sou a adorável Violet! — a garota esbraveja. — Eu deixei um marido que me amava para trás, arrisquei minha vida por você Willian e como me agradece? Se apaixonando por outra!

 — Minha querida, você quis vir comigo e viver a minha vida de crimes. Todo o sangue que eu derramei também sujou suas mãos. Eu era um amante por que eu deveria não ser mais? — o rapaz gargalha. — o rebelde o acerta com um soco na boca, ele cai no chão ainda esboçando um sorriso cínico.

 — Por que teve que voltar para me atormentar Violet? As coisas iam tão bem entre nós. — com um sorriso lunático olha para Willian caído no chão. — Achei que havia me livrado de você para sempre! — a jovem dispara em minha direção pronta para me atacar, Dag a impede a empurrando fazendo-a cair ao lado de seu companheiro.

 — Vocês dois são doentes. — o punk se aproxima da moça. — Sinto pena de você Charlote, não sabe o que é ser amado. Aceitou migalhas e invejou o que você mesma poderia ter se não fosse cruel, agora está se engasgando com seu próprio veneno. — a jovem chora em um misto de raiva e tristeza. — o rapaz me toma em seus braços e afasta o cabelo dos meus olhos.

 — Me desculpe. — falo envergonhada. — Fui tola e enganada, fiz você sofrer com minha ausência.

 — Não se culpe, não tem a mínima culpa de cair nas garras desses dois crápulas. — me responde calmo.

 Novos estrondos chamam a atenção de todos, uma gigantesca sombra se move tampando a luz do sol, o casal derrotado levanta cambaleante. Avisto a volta da Quimera que se aproxima rapidamente sobre suas enormes pernas ela emala a corrupção, seu grande corpo está escuro como piche. A criatura salta pela muralha se chocando violentamente quebrando a barreira de proteção e destruindo  os muros de hera, o impacto causa uma grande força que faz Sr. Juan ser lançado para longe, vou até o senhor e o ajudo a levantar.

 — O que faremos? Esse monstro está fora de controle. — diz Dag assustado.

 — Precisamos voltar para o casarão! — o velho grita. — o rapaz alto levanta o idoso franzino o colocando em suas costas.

 Seguimos o mais rápido possível em direção da Casa Gregory, observo Willian e Charlote frente a frente com o monstro que tenta atravessar a linha de terra, coloca uma de suas patas sobre ela mas ao toca-la retrai ligeiramente seu corpo, a linha a ferre como fogo.

 — O que diabos é isso? — grita o jovem assustado pronto para fugir.

 A moça fica imóvel olhando o colosso que se movimenta lançando fortes rajadas de vento contra seu corpo.

 — Charlote! Corra! — Willian a avisa do perigo.

 Ela não se move continua ali quase sendo esmagada pelas patas que se firmam no solo a poucos metros de seu corpo, a Quimera abre a boca e inclina seu corpo deformado começa a sugar o ar engolindo tudo a sua volta a jovem vê o rapaz tentando correr contra a força da sucção, com dificuldade anda até ele e segura sua mão com força o impedindo de continuar, como se fosse uma ancora.

 — O que está fazendo? — ele pergunta assombrado a fitando.

 — É sua vez de dar sua vida por mim. — o responde enlouquecida.

 — Minha querida podemos fugir juntos! Vamos lá, podemos esquecer tudo. — tenta a convencer a soltá-lo. — ela ri.

 — Tantas vezes me arrisquei por você, é hora de fazer o mesmo. Nosso último momento juntos em vida pois ficaremos juntos para sempre. — Willian entra em desespero tentando se soltar das mãos de Charlotte.

 A ventania levanta a jovem do chão que puxa o seu amado junto a si, ambos ficam distantes do solo flutuando, o rapaz luta para voltar a terra firme, grita por ajuda.

 — Me solte, Charlote! — implora.

 — Tudo vai ficar bem meu amor. A morte faz parte de nós, não é mesmo? Todo o sangue que você derramou também sujou minhas mãos, todos nossos crimes vão nos engolir e a justiça será feita. — os olhos azuis de Willian ficam aterrorizados.

 Vejo o último sorriso de Charlote e ouço o último grito de Willian antes da criatura os engolir. 

O Bosque dos Esquecidos (The Woods of the Forgotten)Onde histórias criam vida. Descubra agora