|| PARTE UM ||
Eu não queria me abrir, me sentir vulnerável era o fim do mundo e só piorava quando tinha alguém olhando. Eu gostava de ser a garota superficial e popular que não teme nada e não preza por nada além da própria aparência, gostava que o...
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— Você não parece um aluno do segundo ano.— foram as primeiras palavras que eu disse a Edward Cullen, na sua primeira semana em Forks.
O garoto tinha acabado de se sentar atrás de mim na aula de biologia avançada, e quando seus olhos escuros encontraram os meus, senti um arrepio subir pela minha espinha. Céus, ele é ainda mais belo de perto. Não deixei transparecer o nervosismo que estava sentindo, é claro, e abri um sorriso simpático.
— Eu sou a Alysson Choi, muito prazer.— apresentei-me quase soando como uma representante de turma— Qual é seu nome?
É claro que ele sabia que eu sabia seu nome, mas todos os romances devem começar com apresentações diretas, não é? Era seu terceiro dia no colégio e não havia uma formiga que não soubesse quem ele era.
— Edward Cullen, senhorita.— ele disse, sua voz era tão perfeita quanto seu rosto insuportavelmente simétrico.
— Edward.— repeti como se fosse a primeira vez que eu falava seu nome. Meu sorriso cresceu pela forma como ele se dirigiu a mim— Seja muito bem vindo.
Aposto que se eu não tivesse entrado em contato, passaria mais um dia sem ser notada, o que é inadmissível. Virei-me de lado na cadeira e apoiei o braço direito sobre sua carteira. Me arrumei mais do que o normal e até tirei a tipoia antes de descer do carro de Lindsey. É um esforço doloroso, mas vai valer a pena quando o dia acabar.
Eu desejava muito que valesse a pena.
Passei a mão nos cabelos e os joguei para o lado, como quem não quer nada, então cruzei as pernas e mordi o lábio, olhando no fundo dos seus olhos escuros.
— Está gostando de Forks?— puxei assunto, o professor não havia chegado ainda e eu esperava que ele se atrasasse mais. Todos na sala de aula estavam fora do lugar, conversando com seus amigos.
— Ainda é cedo para dizer, eu acho.— Edward se afastou, encostou-se na sua cadeira e tombou a cabeça para o lado, cruzando os braços. Eu senti que ele não queria conversar, mas fingi que não. Podia ser paranoia minha, também.
Nós vamos conversar hoje, pensei determinada, nem que seja só por educação.
— O clima frio e opaco não deve ser muito encantador, imagino.— dou de ombros e logo me arrependo. Eu estava dolorida já haviam duas semanas, isso era irritante fora as manchas roxas e verdes que sujaram minha pele depois de ficar horas com o ombro fora do lugar. O mais discretamente que consegui, levei a mão ao ombro e o acariciei. Seus olhos foram para minha mão por um segundo, mas ele não falou nada. Espero ter disfarçado bem minha careta de dor.
— Venho de lugares parecidos com esse, então o clima não é novidade para mim.— ele respondia com calma.
— Lugares, no plural?— volto a sorrir.— Se muda com frequência, então?
