|| PARTE UM ||
Eu não queria me abrir, me sentir vulnerável era o fim do mundo e só piorava quando tinha alguém olhando. Eu gostava de ser a garota superficial e popular que não teme nada e não preza por nada além da própria aparência, gostava que o...
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ALYSSONCHOI
Só para deixar bem claro, eu não acredito em amor à primeira vista. Sei que tal coisa não existe, então não precisa tentar me convencer com palavras sensatas e duras da realidade do amor e todas suas complexidades. Eu já sei.
Só que eu acredito completamente em obsessões instantâneas e ele se tornou a minha no momento em que botei os olhos em seu rosto angelical.
Eu não me apaixonei, mas meu coração se acelerou e eu esqueci como se respirava. Eu não me apaixonei perdidamente por ele. Só fiquei levemente obcecada. Foi em um estalar de dedos, como se uma chave tivesse sido virada em meu cérebro e tivesse acabado por ativar meu lado caçador. Acredito que só se pode haver paixão quando há contato, e não, não houve nenhum contato entre nós. Ele sequer me olhou de volta no primeiro dia que esteve aqui, e, francamente? Seriam muitos rostos para ele encarar, se fizesse questão de saber quem o olhava e babava por ele. E estava claro que ele não fazia a menor questão.
Ele me encantou com sua beleza pouco discreta e suas roupas de grife. Com seu cabelo acobreado bagunçado e sua postura ereta. Aqueles olhos escuros e misteriosos que me causavam arrepios...
Fora Lindsey West, minha melhor amiga desde que eu me entendo por gente, que chamara minha atenção para os novatos que desciam do misterioso volvo prateado naquele fatídico primeiro dia de aula. Quase esqueci que meu braço direito estava preso numa tipoia e quase o usei para agarrar o braço da loira. Felizmente, ela veio para meu lado esquerdo, se dando conta do que eu queria fazer. Apoiei-me na mais baixa com a mão esquerda.
— Aquele.— eu disse com os olhos concentrados no rapaz que ia na frente de uma ninhada de modelos tão lindos quanto ele. Ele era o único que não estava de braços dados com ninguém. Melhor ainda.— Amiga, aquele. O de cabelos espetados.
— Eles são surreais...— murmurou ela, igualmente abismada, sem me ouvir.
— Ele é surreal.— eu nem estava conseguindo pensar direito. Nunca havia visto gente tão bonita em toda minha vida. E note que eu sempre tive espelhos por perto.
O quinteto fantástico se encaminhou para a secretaria, que milagrosamente é na direção da vaga que Lindsey sempre usa — onde nós estávamos. Eles não cumprimentavam os estranhos com desejos de bom dia, não sorriam para nós e sim entre si, como se houvesse uma piada interna rolando. Agiam como se sempre tivessem estudado conosco, como se nenhum pescoço estivesse sendo quebrado para que pudéssemos observar mais um pouquinho de sua pele pálida e seus sorrisos perfeitos. Eles pareciam anjos. Mas ele era o mais bonito.
