|| PARTE UM ||
Eu não queria me abrir, me sentir vulnerável era o fim do mundo e só piorava quando tinha alguém olhando. Eu gostava de ser a garota superficial e popular que não teme nada e não preza por nada além da própria aparência, gostava que o...
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ALYSSON CHOI
Quando acordo, a primeira coisa que me ocorre é que tenho que ligar para a casa dos Kyle. Tenho certeza de que Peter irá me atender e ter uma justificativa que me faça ter raiva de dois minutos e tudo vai voltar ao normal em seguida. Meu amigo idiota está bem, sei disso. Ele voltou para casa durante a noite e vai me atender quando eu ligar.
Quando a casa está silenciosa, me esgueiro até a cozinha e disco no telefone para que retorne a ligação para o último número com o qual tivemos uma chamada.
E o telefone toca, toca, toca e toca. Ninguém responde.
Eu acordo muito cedo. Eles devem estar dormindo agora.
Mesmo que eu sinta que tudo está fora do lugar, respiro fundo e tento manter o controle sobre meu corpo. Você não precisa surtar, Alysson. Não tem provas para que isso seja necessário. Volto para o meu quarto e vou me arrumar. Como sempre, busco ficar linda. Penteio os cabelos, limpo minha pele e depois passo a maquiagem. Em vários momentos me pego pensando no pior, mas logo sacudo a cabeça e volto a me concentrar nos meus cuidados matinais. O pior não aconteceu nem irá.
Quando finalmente deixo o banheiro, coloco uma calça jeans justa e clara, uma regata branca e um casaco de frio rosa, grosso e quente o suficiente para não precisar de mais nenhum outro por baixo. Coloca meus all stars brancos e assim que termino de amarrá-los, vou para perto da minha penteadeira, para passar um perfume. Coloco brincos pequenos nas minhas orelhas e outra coisa chama a minha atenção na caixa de bijuteria. Encaro a pulseira rosa que Frank me deu aos treze e a pego, brincando com suas pedrinhas geladas na ponta dos dedos. Tem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que houve um momento que eu esqueci de sua declaração forçada. Ele me deu essa pulseira e agora eu sabia que não havia sido em nome de nossa amizade. Quartzo rosa, Edward disse ao segurá-la na primeira noite que esteve no meu quarto. Queria saber o que isso significa. Inexplicavelmente, tenho vontade de colocá-la no bolso e o instinto é tão forte que eu nem consigo me impedir de guardá-la.
Saio do quarto e decido pular o café porque realmente não estou sentindo nenhuma fome. Ninguém veio me buscar neste dia também, por isso, papai me levaria para o colégio de novo e Aaron iria conosco já que acordou cedo sem querer.
— Alysson— mamãe me chamou e eu hesitei antes de entrar no carro— Antes de voltar para casa, compre costeletas para o jantar.
— Sim, mamãe— respondi e entrei, sentando no banco da frente enquanto Aaron se emburrava no banco de trás. Papai saiu com o carro e eu olhei para Aaron por cima do ombro. O mais novo me fez cara feia para mim e eu consegui sorrir, apesar da sensação ruim que me incomoda. Eu só preciso ver meus amigos e os Cullen e tudo ficará bem.
