Diário de Oscar Andrade - 15/01/2023

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    “Me assumi para minha mãe. Finalmente. É óbvio que ela já suspeitava, é óbvio que ela estava esperando esse momento há muito tempo, mas ainda assim, é um alívio. Ela me aconselhou a esconder isso o máximo possível do meu progenitor, e fugir de casa o quanto antes. Eu disse que queria levar ela, e o meu irmão, mas ela suplicou que apenas o meu irmão seria necessário. Ainda assim, acho que estou sendo precipitado. Meu progenitor é um homem perigoso.
    De qualquer forma, hoje saí com meus amigos, para me aliviar. Foi bem relaxante. Essas três pessoas também são extremamente confiáveis e amorosas. Contudo, graças à regra do celular, posso permanecer apenas uma hora conversando.
    Eles também me apoiam. Acho que, só porque tenho pouco contato, estou ignorando a presença e importância dos meus amigos sobre mim.
    De noite, assisti Me Chame Pelo seu Nome (escondido e com ajuda da minha mãe, claro). Sempre quis assistir a esse filme, mas me senti deveras intimidado, por motivos óbvios. Falando isso para a minha querida mãe, ela permitiu que eu assistisse o filme escondido, sob certas circunstâncias. O filme é inspirador, poético e tocante.
    Estou levemente esperançoso. Eu, meu irmão e minha mãe somos um trio contra um único homem, militar já aposentado. No meu tempo livre, fantasio sobre uma revolução, onde Felipe segura seu braço esquerdo, minha mãe segura o direito e eu dou um chute em sua face boçal. Infelizmente, nem tudo é tão fácil assim. O que posso fazer, por enquanto, é sonhar. Um dia dá certo.”

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