25/03/2023

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Há alguns dias, Oscar voltou a falar com Eduardo no celular. Desabafou a dor pungente que lhe perseguia, e como ela foi derrotada assim, tão facilmente. Não conseguia ver sua reação, seu rosto, ouvir sua voz, tocar em seu corpo. Tinha saudades disso. E, por isso, combinaram uma visita.
Era estranho os dois se reencontrarem depois de tanto tempo, mas lá estavam. Demoraram para que se sentissem confortáveis, mas uma vez dispostos, fluíram em carícias que perduraram durante toda a noite, e acabaram por dormir um em cima do outro. Se amavam, e jamais conseguiriam deter tal amor com facilidade. Não havia mais o que se preocupar. Agora, estava tudo bem.
Todos os fins de semana, se encontravam e faziam absolutamente qualquer coisa juntos - não importava nada, pois tudo melhorava com a presença do outro. Oscar costumava escrever observando o amante, enquanto que Eduardo cantava canções apaixonadas para o outro, assim treinando suas habilidades no violão. Se a música era muito tocante ou carinhosa, o poeta costumava abraçar as costas do cantor, enquanto expressava sua melodia pelo instrumento musical.
Os dois viviam um pelo outro. Às vezes, passavam quartos de horas apenas observando os rostos um do outro, acariciando as bochechas de vez em quando. Se sentiam aquecidos nos dias invernais quando se esfregavam um no outro, bem como nos dias de verão, quando deitavam um no outro com o mínimo de roupas possível.
Entrelaçavam-se um no outro com seus corpos nus, como seus dedos. Fechavam os olhos, sorriam e sentiam o calor e a brisa que lhes pendia num idealismo muito mais verdadeiro que a realidade.

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