Sequestro e Obsessão (VegasChay)

Kan

– E quem decidiu em quebrar o nosso acordo? – Kan se levanta enfurecido – Temos um acordo, ainda falta mais de duas semanas para completar, Vegas está de acordo com isso?

Korn olha para Kinn e Porsche, o casal se olha, tecnicamente eles decidiram por si só, não houve acordo com Vegas.

– Não perguntamos a ele, mas durante a discussão ele ficou calado – Kinn informou.

– Eu voto em não quebrarmos o acordo – Kan avisa – Cadê o Vegas?

Porchay entrega o celular nas mãos do mais velho, em grande parte os dois estão um pouco aliviados pela interferencia de Kan, não estavam preparados para uma separação tão próxima. Porém Vegas conhece o seu pai, sabe que deve ter algo planejado com tudo isso, ou sabe que tem algo por trás.

– Bom dia – Vegas faz uma reverência.

– Você concordou com a quebra do nosso acordo? – Kan pergunta.

– Não – Vegas responde sério.

– Mas ele não consegue cuidar de si, como vai cuidar de Porchay? – Porsche questiona.

– O teu irmão de 18 anos que você deixou morando sozinho não sabe cuidar de si mesmo? – Kan encara Porsche.

– Porchay disse que voltaria se encontrássemos quem atirou em Vegas – Kim relembra.

– O acordo que fizemos foi entre Porchay e vocês? Não foi, o acordo foi entre Korn e eu – Kan levanta a sobrancelha em sinal de menosprezo pelo seu sobrinho.

– Já chega – Korn interfere na discussão – Meninos, Kan tem razão, o acordo foi entre nós dois – Kan sorri vitorioso.

– Já chega, não é possível que o senhor vai deixar Porchay com Vegas que conseguiu que ele ficasse lá mantendo-o sob ameaça – Kim estava indignado e frustrado.

Korn encara o filho, Kim nunca foi de questiona-lo, de brigar realmente, aquele comportamento era diferente. Porchay cansado daquela discussão, querendo ficar e ainda se vingar de Kim, pega o telefone e se pronuncia.

– O que foi Kim? Precisa que eu volte para a casa principal para continuar me assediando? – Kim se cala um pouco chocado com a exposição e por sentir a mão de Porsche em seu ombro.

– Como? – Porsche pergunta apertando a nuca do mais novo enquanto Kinn tenta fazer com que o seu namorado solte seu irmão.

– Ele se aproximou de mim antes que eu soubesse que você estava trabalhando para a máfia, queria te investigar, deu aulas pra mim como meu tutor de violão, me apaixonei por ele, começamos a sair e não aceitou bem quando terminei com ele – Porchay fala rápido e resumidamente para que não seja interrompido e assiste o irmão derrubando Kim no chão com um chute, os dois foram para o chão, Khun gritava brigando com Kim pelo seu comportamento, Kinn tentava separar a briga, Kim devolvia os socos e chutes de Porsche.

Macau estava rindo em seu lugar, Chan chamou outros guardas pelo seu walktalk e todos foram separados, somente Kim que estava rindo da situação e Porsche que queria arrancar esse sorriso a base de socos continuaram sendo segurados pelos guardas depois de serem separados.

– Não seja idiota, Porsche, você pretende ficar na família não é? Não faça a nossa convivência impossível, pois eu vou ser o escolhido – Kim diz entre risadas.

Porsche entende o que ele quer dizer, ele é o filho e o irmão, ele é a família da qual enquanto ele estiver com Kinn, não vai haver separação e as suas ações sob a proteção de Korn e Kinn não haverá punição.

– Eu te quero longe de Porchay – Porsche diz.

E recebe só um sorriso de canto como resposta, os guardas aos poucos o soltam devagar.

– Eu disse e volto a repetir: aproveite o seu pouco tempo com Chay, Vegas, a próxima bala vai atravessar a sua cabeça – não foi mais um choque a confissão, ninguém se surpreendeu.

– Eu devo tomar isso como uma declaração de guerra? – Kan pergunta.

– Não, aquilo foi só um aviso, para ele ficar longe do que é da primeira família – Kim olhou para Porchay – Mas não se preocupe, não vou mais interferir nesse período restante do acordo.

– Você não vai chegar perto de Porchay quando ele voltar – Porsche avisa.

Kim sorri sem nem olhar em direção à Porsche, Chay olha para Kim chocado com todo aquele comportamento, era assustador ver aquele lado voltado para si. Porém lembra que está com outro mafioso agora, alguém que matou o ex noivo na sua frente, matou com as próprias mãos um guarda, e se esse lado ruim de Vegas se voltasse contra ele como aconteceu com Kim? E se ele precisasse terminar e Vegas não aceitasse bem, assim como Kim? Ele vai precisar voltar logo para casa, ele não vai mais ver Vegas? Kim vai conseguir o ter de volta quando ele voltar?

Durante a reunião ficou decidido entre Korn e Kan que Porchay ficaria na casa até o final do acordo, Vegas voltaria a realizar somente as reuniões, afinal Kim já não tentaria nada contra o primo, respeitando as regras entre as famílias. Os únicos que não se resolveram foram Porsche e Kim, ainda se encaravam com ódio, Porsche estava com mais raiva pelo sofrimento que o mais novo causou em seu irmão.

No final todos se despediram, desligaram a chamada Kan e Macau saíram juntos, abandonando a casa principal. O carro fez o caminho para a casa da segunda família, Macau desceu e guardou o celular, saiu e o guarda pessoal de seu pai o parou na entrada o guiando para o carro que veio junto de seu pai, Kan ainda esperava dentro.

– Eu vou junto com você – Kan avisou sério.

Macau não discutiu, entrou no carro em silêncio e se sentou ao lado do pai encarando a janela. Não tinha ideia do que o pai queria na casa, o que queria com Vegas, ou pior se queria falar com Porchay, mas vindo do a senhor Kan, coisa boa não era.