Jantar no forno

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Agnes tinha os olhos atentos a cada pequeno item que se passava pelo os corredores, apenas tentando adivinhar o porque de não estarmos sobre a nossa rotina, de fato, a nossa rotina sobre o sábado não era assim, pelo o contrário, costumávamos ficar no nosso apartamento, apenas... em um momento de mãe e filha, eu sentia aquilo necessário, com medo dela um dia achar que eu valorizei mais o meu trabalho do que ela, então qualquer misero segundo que eu tinha para dedicar a ela, eu fazia sem ao menos pensar. 

- Então... do que ela gosta? - Tzuyu perguntou, empurrando o carrinho de compras ao meu lado, eu dei de ombros.

- Anges nunca se prendeu muito a um desenho, bom, tirando As meninas super poderosas. Ah, sim, de fato, ela ama esse desenho. É até um pouco enjoativo. Mas... a minha tática é não fazer um quarto temático, pelo menos não de desenhos.

- Posso saber o motivo?

- Vejamos, o quarto de um bebê é o lugar aonde ele deve descansar, ele precisa ser suave para transmitir isso a criança, se tiver muita cor, muitos desenhos, brinquedos, isso distraí a mente do bebê e então a última coisa que ele irá fazer, será descansar de fato.

- O seu argumento é válido. Claro que é, afinal você é mãe - ela deu de ombros, eu a encarei - Então nada de muito chamativo. Só... não vamos demorar muito, ainda quero aproveitar o resto do meu sábado, e o meu plano não é ficar em casa montando um quarto de bebê.

- Então por que me escolheu para o seu plano desesperado? Poderia ter pegado uma mulher sem filhos, me perdoe caso a minha filha atrapalhe os seus planos íntimos, Chou Tzuyu.

- Você sempre irá ficar nervosinha caso eu cite algo não relacionado a maternidade assim que me dirigir a Agnes?

- Sim, eu irei.

- Então por que aceitou ser a minha aliada no meu "plano desesperado"? Mesmo sabendo que eu tenho zero habilidades com crianças.

- Não estou pedindo por suas habilidades maternas, até porque, não espero isso vindo de uma mulher como você. Mas eu te peço o mínimo de respeito, vamos lá, você é uma mulher rica, filha de pais ricos, e conhecendo bem esse tipo de gente, sei que os seus pais investiram em uma boa educação pra você.

- "Conhecendo bem esse tipo de gente", o que quer dizer?

- Não seja idiota, Tzuyu - bufei - Eu trabalho em um bar aonde pessoas, exatamente iguais a você, praticamente moram ali. Sempre maus educados, achando que o oxigênio que respira é diferente apenas por ter mais dinheiro. Sinto lhe informar, não é assim que funciona, e o respeito, não é algo caro. 

Pontuei, andando em sua frente, acho que quase abrindo um buraco no chão pela a força na qual eu pisava, Agnes me observava, esperando os meus olhos nos seus, e quando fiz isso, acabei abrindo um sorriso, quase que espontâneo, e como um verdadeiro espelho, ela fez o mesmo, segurando o meu rosto com as suas mãos e beijando o meu nariz, tentando mordê-lo com alguns dos seus dentes em nascimento. 

Tzuyu não falou mais nada depois do nosso pequeno diálogo civilizado, apenas pegando coisas que pra mim era um pouco altas ou eu não teria força com um braço só, assinando alguns papéis sobre a compra do berço de Agnes e indicando o exato lugar aonde se vendia roupas e brinquedos, pensei que se ela realmente quisesse ir embora rapidamente, perderia toda a sua paciência naquela sessão, já que roupas para bebês em crescimento era algo quase que impossível de serem escolhidos com tal rapidez e correria, mas eu me surpreendi quando a vi sentada, em um pequeno sofá, como se estivesse conformada que provavelmente perderia o seu sábado com " ficar em casa montando um quarto de bebê".

- Eu irei trazer alguns sapatos, me aguarde aqui - uma vendedora anunciou, e eu assenti de uma forma simpática, me sentando ao lado de Tzuyu, com Agnes sobre as minhas pernas. 

My dear wife - SatzuOnde histórias criam vida. Descubra agora