Eu te amo

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Minatozaki Sana 

"Gosto mais de você do que hamburguer, Sana"

"Gosto mais de você do que vodca, Sana"

"Gosto mais de você do que do meu videogame, Sana"

"Gosto mais de você do que da sua comida, Sana"

"Prefiro ter você do que uma bicicleta na qual eu saiba andar, Sana..."

Os meus olhos liam cada palavra amassada escrita naquele guardanapo, e mesmo que as primeiras frases estivessem riscadas, eu conseguia entender perfeitamente o que estava escrito, sem precisar ser um gênio da literatura. Já havia perdido as contas de quantas vezes li, e também havia perdido a noção do tempo sobre a madrugada, também já havia abandonado a minha raiva sobre o seu fingimento de embriaguez, eu já havia deixado muita coisa de lado dentro de mim mesma. Eu só não conseguia acreditar. Não mais. 

Não poderia acreditar se ela tinha ou não ido a uma festa, não poderia acreditar que ela realmente me queria, não poderia acreditar em um guardanapo amassado. Ela me fez acreditar que tudo foi um erro, ela me fez acreditar em seu plano, e agora tentava me tirar dele, tentava me trazer de volta mesmo depois de ter me jogado para fora. Eu não acreditava em muitas coisas saindo da sua boca, ou do seu coração, como eu poderia acreditar? O que me faria acreditar? Eu sabia que na sua primeira oportunidade ela poderia fazer o mesmo show do que antes, dizendo com todas as suas palavras que tudo não havia passado de um erro. 

Por que ela mudaria de ideia da noite para o dia? E o que eu ganharia se acreditasse nela?

Dobrei o guardanapo e o guardei debaixo do meu travesseiro, levantando quando escutei o choro de Agnes no quarto ao lado, o meu cenho franziu um pouco quando notei que ainda não havia se passado das quatro, em dúvida pelo o motivo na qual ela havia acordado tão de repente. Acendi a luz do seu quarto assim que entrei, a pegando em meus braços e ficando surpresa em senti-la um pouco mais quente do que o normal, me fazendo entender rapidamente que ela estava com febre. 

- Tudo bem, meu amor... a mamãe está aqui agora... - a acalmei, deixando que ela deitasse a sua cabeça em meu ombro, caminhando para fora do seu quarto, em direção a cozinha e ao armário no qual guardava todos os seus medicamentos, ficando tensa quando escutei a porta do quarto de Tzuyu se abrir também, junto aos seus passos ao nosso encontro.

- Tudo bem?

- Ela está com febre - informei, tentando me concentrar em poder administrar Agnes em meus braços e a quantidade exata do seu remédio sobre a seringa, podendo ser grata a mulher quando ela pegou a menina, caminhando de um lado para o outro, em uma tentativa de fazê-la parar de choramingar.

- Você não comeu brócolis o suficiente, não é, mocinha? - Tzuyu a questionou, em uma voz baixa e calma, acariciando os seus fios - Você não pode ficar doente, quem irá puxar o cabelo dos coleguinhas caso eles peguem os seus brinquedos? 

- Tzuyu, não ensine isso a ela - repreendi, ela riu. 

- Estou ensinando a tomar conta do que é dela, não é, mini brócolis? Diga a ela. 

- Você é um péssimo exemplo - murmurei contendo o sorriso conforme negava, caminhando em direção a menina - Ok, meu amor... aqui...

Agnes virou o rosto quando tentei dar a mediação, voltando a choramingar, eu suspirei e deixei que Tzuyu se sentasse com ela no sofá, arqueando as sobrancelhas quando vi a facilidade da mulher em criar um cenário perfeito, o qual manteu Agnes distraída o suficiente, me dando a chance de medicá-la sem problema algum, fazendo um pequeno bico quando ela voltou a choramingar ao sentir o sabor não muito bom sobre a sua língua, procurando por sua chupeta, se escondendo no corpo de Tzuyu novamente.

My dear wife - SatzuOnde histórias criam vida. Descubra agora