Chou Minatozaki Sana
- Eu sei bem o que você sente quando a palavra hospital vem a sua mente, Sana, mas olha pra você! Está longe de estar bem - Jihyo insistiu, em mais um dia no qual tive que correr para o banheiro já que o meu café da manhã, ou o meu almoço, ou jantar, não se perduraram pelo o meu estômago - Vou ligar para a Tzuyu.
- Não - a interrompi, no mesmo segundo, me levantando com a sua ajuda, me colocando na frente da pia para escovar os dentes e tirar o amargo do vomito ainda recente - Tzuyu já fez demais nesses meses, não quero envolver ela em mais problemas relacionados a minha saúde.
- Isso é ridículo, Sana, ela é a sua esposa! A obrigação dela é se envolver.
- Faz quatro meses desde que eu voltei a andar e a ter uma vida normal sem ter que depender dela ou de ninguém, Jihyo. Você ficou em uma cadeira de rodas e sabe o quão frustrante é ver alguém cuidando de você. Eu amo a Tzuyu, mas não aguento mais a ideia dela desesperada por alguma complicação minha.
- Pare de ser orgulhosa, pelo menos uma vez. Faz três semanas que você está tendo esses enjoos, dores nas costas e... - a sua voz foi abaixando, como se tentasse entender, ou como se já houvesse entendido - Sana... será que você-
- Não - neguei, antes mesmo da sua conclusão - Christopher falou que por conta do acidente, as chances de uma gravidez são abaixo de dois por cento, então não, Jihyo, eu não estou grávida.
- Então por que os sintomas são parecidos?
- A médica da família é você e não eu.
Conclui me jogando na cama, murmurando com o impacto, sentindo uma pequena pontada em minhas costas quando fiz aquilo, colocando as mãos em meu rosto e os passando em meus fios acima dos ombros. Fiquei surpresa como eles cresceram rápido conforme a minha recuperação, pra falar a verdade, depois de tudo o que havia acontecido, tudo poderia me deixar surpresa, ao mesmo tempo que mais nada me deixava surpresa ou abalada. Eu esperava tudo, ao mesmo tempo que não esperava por nada, era difícil de entender e de explicar.
Óbvio que cogitei contar a Tzuyu sobre as minhas indisposições diárias, mas apenas vê-la naqueles meses da minha recuperação, fazia com que eu me calasse, eu estava bem agora, eu estava andando e me alimentando corretamente, não havia nada de errado no meu organismo ou no meu funcionamento, e isso, deixava Tzuyu bem, relaxada e menos preocupada. Se eu contasse o que estava passando nos últimos tempos, ela entraria em desespero, e eu entrarei em desespero por ver ela em desespero, o acidente além de ter me deixado sequelas físicas, havia me deixado com rastros de traumas, e a última coisa que eu queria, era ficar dependente de Tzuyu novamente. Ou entrar em um hospital novamente.
Eu a amei quando cuidou de mim, quando me deu todo o seu apoio e todo o seu amor, não me abandonando ou não se cansando, mas apenas eu poderia dizer o quão deprimente e quase enlouquecedor aquela situação era, em querer poder ir beber um copo de água, ou querer ir ao banheiro e ter que recorrer a sua ajuda, ninguém poderia entender de qualquer forma.
- Por que não tenta isso? - Jihyo questionou, depois de mais algumas horas nas quais eu me estabilizei sobre o enjoo, me trazendo uma tigela com frutas, as minhas favoritas - Não coloquei nada além de açúcar.
- Obrigada - sorri.
- Como Tzuyu está se saindo na reunião?
- Ótima eu diria - garanti, com um orgulho crescente dentro de mim - Contando com hoje, faz três meses que ela não ingeriu vodca ou qualquer bebida alcóolica, e acredite, três meses na vida de uma pessoa que começou com quinze, é muita, muita coisa. Ela está indo nos passos dela, e eu estou orgulhosa disso, tenho certeza que Agnes também está.
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My dear wife - Satzu
Fanfiction- Você quer se tornar a mais nova dona da empresa Yukon Chou, Chou Tzuyu? - Sim, eu quero. - Então se case. "Baseado em Purple Hearts"