Maldita seja a vodca

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Minatozaki Sana

Foi meramente esquisito ver Agnes no colo de Tzuyu, bom, já havíamos passado por isso na sessão de fotos, mas por algo forçado, afim apenas de mostrarmos uma boa impressão de uma "família", mas naquele segundo, não. Agnes apenas abriu os seus braços, esperando que Tzuyu a pegasse, e ela o fez, a deixando sentada sobre sua perna, observando atentamente a menina se concentrar em seus fios, e mesmo que ela não percebesse, havia um sorriso suave em seus lábios, achando graça naquilo, e nem mesmo deixando a menina ir assim que o seu prato chegou, pelo o contrário, o dividindo avidamente com Agnes, que a fazia rir assim que balançava o seu pequeno corpinho, claro sinal de que gostou da comida e de queria mais. 

Podendo deixar a imagem de Chou Tzuyu feroz um pouco de lado, talvez ela fosse uma boa pessoa, ela era, pelo menos eu pensava que fosse. Na minha mente, se ela era boa com a minha filha, então estava tudo bem. 

Caminhamos depois de um tempo até aonde o seu carro estava, dirigindo de volta para a sua casa, um pouco pensativa, não intervi sobre os seus pensamentos, curtindo de alguma forma o silêncio que ali fazia, já que Agnes havia adormecido sobre o movimento do carro, a sua soneca estava um pouco desregulada, mas eu não a interrompi, o sono de um bebê era algo sagrado, assim como para nós. Me dei apenas o trabalho de colocá-la em seu mais novo quarto, retirando o seu vestido com todo o meu cuidado, para não acordá-la, sorrindo assim que a vi se remexer, procurando uma posição confortável, caindo no sono logo em seguida. 

- Vou sair essa noite, então depois das dez, você tranca a porta principal - Tzuyu disse, olhando fixamente o seu celular conforme passava por mim, em rumo ao seu quarto, se enfiando ali, não me dando nem a oportunidade de responder algo.

Não me importei, assim como dito por ela, a sua vida particular não era da minha conta, então apenas ignorei o fato e me adiantei em arrumar algumas roupas no armário, lembrando que deveria deixar algumas sobre o closet de Tzuyu, então separei algumas roupas um pouco mais formais, as quais eu quase nunca usava, vestidos, saltos, coisas que claramente, no meu dia a dia, não seria necessário, saindo dali apenas quando escutei o murmúrio de Agnes, no quarto ao lado, me dando conta, que havia ficado naquela arrumação, a tarde inteira praticamente. 

- Uau, meu amor, você dormiu bem, não é? Está com fome? - ela se grudou em meu colo, descansando a cabeça em meu ombro, sugando a sua chupeta, não querendo muito conversar naquele momento, e eu apenas a respeitei. 

Ouvia Tzuyu falando no telefone, parecia animada, sua voz sendo abafada por conta das paredes e da porta do seu quarto, não que eu realmente tivesse vontade de saber o que ela falava, me concentrando em fazer a mamadeira de Agnes conforme ela saia do quarto, trazendo junto a ela, o seu perfume, um pouco forte, levemente exagerado. A olhei de canto, ela estava bem arrumada, não tive muito tempo para encará-la, me virando de costas, mantendo interesse em outra coisa, somente ouvindo o barulho da porta batendo logo atrás, e sentindo a falta da sua presença.

- Tchau pra você também, mau educada - murmurei pra mim mesma, me questionando logo depois o motivo pelo o qual me senti um pouco incomodada em não ter recebido uma rápida despedida. 

Olhei que a sua "aliança" havia sido deixada em cima da mesa, pisquei um pouco, olhando pra minha sobre o meu dedo, mas logo perdendo o raciocínio assim que Agnes reclamou mais um pouco sobre o meu colo, querendo se alimentar o mais rápido possível. Aquilo não era e nunca seria da minha conta. 

O resto da noite foi extremamente tranquila e calma, me permiti brincar com Agnes sobre os seus blocos de montar, alguns bichinhos de pelúcia, e vários outros brinquedos que Tzuyu havia lhe dado, em uma tentativa de provar a existência de uma criança ali a um tempo, me incomodaria, se não visse a felicidade estampada no rosto de Agnes em ter tantas opções, as quais brilhavam, faziam barulho, se moviam a bilha ou a bateria, a fazendo engatinhar pelo o apartamento, soltando as suas altas gargalhadas sem descanso algum. A sua energia foi estrategicamente gasta, e quando detectei os primeiros sinais de cansaço, lhe ofereci sua janta, seguindo a rotina como sempre, lhe dando um banho calmo e a colocando em sua cama, um pouco tensa, ela dormiria ali sozinha, dormiria sozinha pela primeira vez, eu esperava que se acostumasse rápido, mesmo querendo fazer tudo no seu tempo. 

My dear wife - SatzuOnde histórias criam vida. Descubra agora