- Eu sei que Sana contou coisas horríveis sobre os pais pra você, pra mim também, acredite. Mas são as duas, Tzuyu, Sana e Jihyo estão sobre esse acidente, e eles precisam saber sobre as filhas, sobre a neta - Momo falava ao meu lado, mas as suas palavras não entravam em minha cabeça, pra falar a verdade, nada mais entrou na minha cabeça depois que o médico mandou eu me agarrar a alguma força maior do que o homem pudesse explicar, e ter fé.
Eu não conseguia ficar de pé, eu não conseguia sair da posição fetal na qual me coloquei após sentar na cadeira de espera daquela sala bege e sufocante, escondendo meu rosto em meus braços, tremendo, como uma criança indefesa, com medo de um trovão, apavorada com a ideia da morte, com a ideia da perda, eu apenas implorava para qualquer coisa que pudesse me ouvir, para trazê-las de volta pra mim, ou as tirassem dali, e me colocasse no lugar de ambas, deixasse que eu sofresse e não elas. Tudo, menos as duas...
- Ela está certa, Tzuyu - meu pai disse, se sentando ao meu lado, colocando a mão em minhas costas, tentando me tirar do casulo criado - Iremos ligar para os pais da Sana e Jihyo, eles precisam saber disso.
Se Sana estivesse aqui... ela surtaria... ela me contou um pouco sobre os seus pais, coisas rasas e vagas, as quais me doeram um pouco, a forma que ela falava e tentava mostrar que não se importava, mas a cada sílaba que saía da sua boca, eu podia ver que as vezes sentia uma certa saudade, ou uma certa necessidade, essa na qual eu tentava cobrir da minha forma, mesmo não sendo o suficiente. Ela era uma mulher forte, ela havia passado por muito, muito mesmo, uma gestação, abandonos, fome, cuidando de uma criança sozinha em pura dificuldade, então ela não poderia ceder agora, ela não tinha o direito de me deixar sozinha, não agora que tinha conseguido o meu coração inteiramente para ela, se ela partisse, enterraria o meu coração, a minha vida e a minha razão de viver juntamente. Retirei o rosto do meu abrigo artificial assim que o médico, apresentado como doutor Christopher, se aproximou, rapidamente eu sequei a sequência de lágrimas que caía e me coloquei de pé.
- Sana e Agnes acabaram de entrar no centro cirúrgico, temos em mente de quatro horas de processo para cada, não podemos subestimar ou ter metáforas, tudo depende da força das duas e das habilidades dos médicos gerais.
- Eu quero os melhores médicos desse hospital cuidando das duas - falei, não tendo mais o meu tom desesperada, mas o meu tom quase de ordem, súplica - Eu posso pagar, apenas salve a minha mulher e a minha filha, por favor.
- Isso não depende do dinheiro, Tzuyu - ele disse, tentando encontrar qualquer tipo de consolo para ser direcionado a mim - Pense, faz exatas uma hora que elas deram entrada aqui, elas não sucumbiram, nenhuma parada cardíaca, nenhuma complicação, elas estão resistindo, e eu creio que irão resistir a essa operação. Você precisa acreditar.
- Eu só vou acreditar quando elas estiverem na minha frente, bem, vivas - neguei, Christopher me lançou um olhar de compaixão, depois para Momo e para o meu pai mais ao longe no telefone.
- Mas eu trago boas notícias - tentou, com um sorriso breve mas sem nenhuma felicidade pra mim - Jihyo acordou e pode receber visita. Óbvio, com restrições.
Segui o médico pelo o corredor, até entrar em uma das portas fechadas, parei um pouco sobre a porta, ao vê-la com algumas partes engessadas, com arranhões e hematomas em seu rosto, mas diferente da sua irmã mais nova, ela estava bem, viva, sem nenhuma complicação grave, e só Deus soube o quanto eu desejei que fosse ela no lugar da Sana, não me arrependendo nenhum pouco sobre esse pensamento conforme me aproximava.
- O que porra aconteceu? - perguntei, apertando meus dedos contra as minhas palmas, Jihyo suspirou.
- Eu sei sobre o plano.
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My dear wife - Satzu
Fiksi Penggemar- Você quer se tornar a mais nova dona da empresa Yukon Chou, Chou Tzuyu? - Sim, eu quero. - Então se case. "Baseado em Purple Hearts"