CAPÍTULO 4

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Depois de uma semana era como se a Margarete já conhecesse a Verônica de tanto que ouviu o Rodrigo falar nela. No início ela não gostou muito da situação. Já estava ficando enjoada de falarem sempre da mesma coisa. Mas ficou tão feliz ao ver o brilho que os olhos dele tinham quando falavam dela que passou a gostar da moça. O que importava era a felicidade do seu querido amigo.

Assim que a Verônica chegou no Brasil viu o Rodrigo, que já estava esperando ela no saguão de desembarque do aeroporto.

– Oi, Rodrigo. Aqui. – Chamou ela acenando porque o Rodrigo não havia lhe visto. – Aqui! – Ela continuou a chamar enquanto ia ao seu encontro.

Quando já estava bem perto dele ele a avistou e começou a ir ao encontro dela também. Ao se encontrarem os dois se abraçaram afetuosamente.

– Nossa, eu estava tão ansioso para te ver! – Disse ele enquanto a abraçava.

– Eu também estava. Não via a hora de chegar sábado para voltar e te ver novamente.

– Você não vai acreditar nos lugares que já planejei para irmos juntos. Sei que você já conhece bastante aqui de São Paulo, mas te garanto que a experiência será totalmente nova. – Disse Rodrigo empolgado.

– Vai ser ótimo! – Respondeu ela contente.

– Como está quase na hora do almoço vou te levar em um restaurante bem legal.

E assim eles foram conversando animadamente.

– Sabe... eu esperei a vida toda para conhecer uma pessoa como você. – Disse ele segurando a mão da Verônica enquanto caminhavam lado a lado.

– Ah, até parece. Você deve ter conhecido um monte de garotas legais. – Disse ela ruborizada.

– Garotas legais encontramos o tempo todo mesmo. Entretanto, com você é diferente. Com você me sinto completo. – Disse ele sinceramente.

– Comigo é igual. Você é o cara mais legal que já conheci. – Disse ela acariciando a mão dele.

Chegando no restaurante foram recebidos pelo maitre que os levou à uma mesa para dois no canto direito, onde a vista era maravilhosa. Dalí dava para ver o chafariz do Parque Ibirapuera.

O restaurante era muito romântico, com uma iluminação indireta tornando o ambiente acolhedor, as cadeiras de mogno com estofado vermelho eram muito elegantes e aconchegantes. O garçom ofereceu-lhes o cardápio onde eles escolheram seus pratos e um vinho para comemorar a chegada da Verônica.

Conversaram sobre várias coisas e, quando ele olhou para fora, avistou a pessoa que faltava para completar a felicidade dele.

Na mesma hora ele ligou para ela e chamou a atenção dela para que ela os visse na janela. Ele a chamou para se juntar a eles, porém, Meg negou. Disse que não ia estragar o encontro deles. No entanto, ele lhe garantiu que queria muito a presença dela. E, quando conseguiu persuadi-la, pediu ao garçom que juntasse mais uma cadeira à mesa deles.

Rodrigo só não notou que a Verônica não havia gostado muito da ideia.

Quando a Margarete entrou no restaurante o garçom que já sabia que ela se juntaria ao casal a encaminhou até a mesa onde eles estavam.

Ela estava vermelha como um pimentão de tão sem graça que estava. Não queria atrapalhar o jantar romântico do casal e, também, não estava com muita vontade de conhecer a Verônica naquele momento.

Enquanto Meg, que estava trajando um vestido floral largo demais para o tamanho dela, era guiada pelo garçom, Verônica a mediu da cabeça aos pés para avaliar o risco que corria tendo ela tão próxima ao Rodrigo. Estava insegura e não era para menos. O Rodrigo vivia falando na Meg. Em quase todas as conversas o nome dela era citado e a Verônica estava curiosa para conhecer a "famosa" Meg que ele tanto falava. Entretanto, não era naquele momento que gostaria dessa apresentação.

Rodrigo, sem notar os olhares fuzilantes, se levantou para abraçar a amiga e aproveitou para apresentá-las.

– Meg, essa é a Vê. A garota da qual te falei.

– Oi, Verônica, tudo bem? – Cumprimentou Meg sem muita empolgação, fazendo um pequeno aceno com a mão.

– Oi, Margarete, tudo bem e com você? – Perguntou Verônica um pouco incomodada.

Rodrigo estava tão feliz que não notou o clima que se criou entre as duas automaticamente. Ambas se repeliam como se fossem imãs de polos iguais.

Margarete se sentou e, quando o garçom perguntou o que ia pedir, ela disse que não queria pedir nada porque estava só de passagem.

– Não, não. Você vai sentar e comer conosco, acabamos de pedir também. – Disse o Rodrigo se interpondo na conversa. – Se você não escolher nada eu vou pedir por você. – Disse ele taxativamente.

– Tá. Tudo bem. Então, pode me trazer um à parmegiana e um suco de abacaxi, por favor. – Pediu ela se dirigindo ao garçom que aguardava à sua frente. Meg sabia que, quando o Rodrigo colocava uma coisa na cabeça, não adiantava tentar contestar. Ele era muito persuasivo e insistente.

– Que coincidência você passar por aqui agora, né? Se tivéssemos combinado não sairia tão perfeito. – Disse ele olhando entusiasmado para Margarete.

– É, que coincidência, né? – Disse Verônica sem esconder o quanto estava contrariada.

– Pois é, né? – Respondeu Margarete em tom desafiador.

– Então, você é a Meg de quem ele tanto fala? – Perguntou Verônica sarcasticamente.

– Sou a Meg sim, mas não acredito que ele tenha falado mais de mim para você do que falou de você para mim nessa última semana. Até parecia que teria um AVC de tanta ansiedade. – Disse Margarete olhando divertida para o Rodrigo que também achou graça no comentário. Agora ela estava um pouco mais amigável por notar o quanto seu amigo estava feliz e ela não tinha motivos para estar se sentindo mal com a presença dela. Afinal eles eram amigos e a Verônica poderia vir a ser sua amiga também.

– Bom... Agora que estou com as minhas duas garotas preferidas no mundo inteiro posso dizer que estou nas nuvens. – Disse Rodrigo que estava eufórico. – Vocês não têm ideia de como estou feliz. Esperava ansiosamente por esse encontro para vocês se conhecerem.

Ao ouvir essa afirmação Verônica deu uma olhada de poucos amigos para a Margarete que ela não entendeu.

Margarete estava feliz pela alegria do amigo e não acreditava que havia qualquer motivo para a Verônica estar com ciúme. Eles eram somente amigos. Muito amigos. Nunca houve qualquer intuito por parte dos dois em ter um relacionamento que não fosse amizade. Ela apenas avaliava se a Verônica era realmente a mulher certa para ele. Não queria vê-lo sofrer por causa de uma mulher fútil. Contudo, a Verônica não conseguia entender o relacionamento deles. E,, quando ficaram à sós, falou para o Rodrigo que não gostou da intimidade entre os dois e ele deu risada.

– O quê?! Você acha que a Meg e eu... – Ele deu risada de novo. – Não... Não... somos apenas amigos. Bons amigos.

– Não sei não. Não gostei da forma como ela te olha. – Disse ela sem se convencer muito com a explicação dele.

– E como ela olha? – Perguntou ele ainda divertido com a ideia.

– Não sei dizer. Mas não gosto. – Disse ela fazendo cara feia.

Rodrigo achou engraçado o ciúme infundado da Verônica, mas deixou bem claro que ele e a Margarete eram ótimos amigos e que ele não deixaria de se relacionar com a Meg por uma crise de ciúme boba e sem cabimento.

– Depois que você a conhecer melhor vai tirar essa ideia da cabeça. – Disse ele finalizando o assunto.

Seria Acaso ou Destino?Onde histórias criam vida. Descubra agora