CAPÍTULO 32

3 2 0
                                    

Depois de uma semana em São Paulo, Rodrigo foi obrigado a ligar para a Verônica e dizer onde estavam porque ela começou a mandar mensagens ameaçando-o a denunciá-lo por sequestro. Não que ela se preocupasse muito, mas precisava mostrar que estava no controle e que ele não fugiria dela assim tão fácil, sem dar nenhuma explicação.

– Estou ligando apenas para dizer que estou com o Biel em São Paulo e, assim que eu conseguir alugar um apartamento te informo onde estamos morando. Por enquanto estamos no Hotel La Place. – Informou Rodrigo quando a Verônica atendeu o telefone.

– De jeito nenhum. Quero o Gabriel aqui amanhã. – Intimou Verônica quase gritando.

– Não! Eu não vou! – Afirmou Rodrigo com veemência e desligou a chamada. Lhe mandou uma mensagem contendo o endereço do hotel já sabendo que ela não iria procurá-los. Assim ela não teria como perturbá-lo com questões jurídicas. As demais ligações que ela fez continuou ignorando como já vinha fazendo.

– Quem ela papai? – Perguntou Biel que ouviu o pai ao telefone.

– Não era ninguém importante. – Respondeu ele mudando de assunto. – E você, está pronto para a aventura de hoje? – Perguntou animado para não demonstrar seu nervosismo.

– Sim papai. Estou plontíssimo. – Respondeu o garoto indo buscar o chapéu de jornal que já estava meio amassado. Ele negou em todas as tentativas que o Rodrigo fez para trocar o chapéu velho por um novo. De mochila nas costas e o chapéu torto na cabeça esperava o pai na porta do quarto com animação e contentamento estampados em seu rostinho inocente com os olhos brilhando como duas estrelas.

A Verônica estragou a manhã, contudo, o restante do dia seria maravilhoso como os anteriores. Rodrigo não deixaria o veneno da esposa contaminar seus sentimentos de liberdade e alegria.

Antes de saírem, ligou para a empresa dizendo que precisou fazer uma viagem de emergência e solicitou, se fosse possível, uma transferência para São Paulo, mesmo que fosse em outro cargo até inferior ao que ele exercia. Seu chefe ficou de verificar e lhe responder naquela mesma semana.

Logo após o batizado do filho Rodrigo decidira com a Margarete que seria melhor eles manterem distância e extinguirem o contato porque ambos descobriram o que realmente sentiam um pelo outro. No entanto, Meg tinha a noção da dificuldade de uma criança crescer sem a presença constante dos pais, já que, muito provavelmente, a Verônica ficaria com a guarda do filho em uma eventual separação. Além do fato de que ele era um homem casado, ela também estava em um relacionamento sério e não poderia magoar o Will que sempre lhe tratava com muito carinho e afeição. Ele a amava e ela também o amava, mas não tanto quanto amava o Rodrigo.

Entretanto, naquele momento, Rodrigo se questionava se realmente havia tomado o caminho certo. A convivência destrutiva que tinha com a Verônica mais fazia mal do que bem para a criança que ficava ouvindo todas as discussões. Sem contar que a Verônica estava muito longe de ser a mãe ideal. Nem parecia que o Gabriel era filho dela tamanho era seu descaso na sua criação. Na verdade, ele tinha certeza disso. Pensava em como sua vida teria sido nos últimos quatro anos se ele não tivesse escolhido a opção que considerava certa na época, e sim a opção que mandava seu coração. Contudo, agora era tarde. A mulher da sua vida ia se casar. Estava feliz nos braços de outro homem e ele não poderia atrapalhar isso tentando reavivar um sentimento que, para ela, ficou no passado. Então, tocaria sua vida com o filho e tentaria ser feliz também sendo o melhor amigo que a Meg poderia ter.

O buffet estava escolhido, o vestido de noiva perfeito já estava sendo confeccionado em suas medidas. Agora faltava o salão e a igreja. Meg estava nervosa porque a cada dia a data do seu casamento se aproximava mais. Não teria muitos convidados. A ideia era chamar somente os amigos mais íntimos e a família do Will, já que a Meg não tinha nenhum familiar para ser convidado. Estava sendo muito difícil porque ela nunca havia planejado uma festa tão importante. O dia deveria ser inesquecível. E, para isso, tinha que escolher com cuidado cada detalhe.

Seria Acaso ou Destino?Onde histórias criam vida. Descubra agora