Antes de entrar, Vanessa tocou o interfone. Não queria parecer uma intrusa no apartamento dos outros. Se ele estivesse em casa, abriria a porta para ela.
Como ninguém atendeu, Vanessa subiu e abriu a porta tranquilamente. Já que o William não estava em casa, ela poderia pegar as coisas da Margarete sem precisar se justificar ou mesmo ser interrogada sobre aonde a Meg estava.
Ao fechar a porta atrás de si, Vanessa estava seguindo para o quarto onde estavam as tais coisas que ela precisava levar para a amiga.
Ao ouvir barulho em casa Will ficou todo animado, acreditando ser a Margarete.
– Amor. – Ele chamou do quarto. Ele estava no banho. Por isso não ouviu o interfone tocar.
Vanessa ficou estática. O que ela deveria fazer? Fugir? Não dava tempo. Will já estava saindo quarto, dando de frente com a Vanessa.
– Ah. Oi, Vanessa. Tudo bem? – Cumprimentou ele naturalmente.
– Ah... bom... estou bem. – Vanessa estava nervosa por ter sido pega em flagrante. Ela queria realmente que não estivesse em casa.
– Cadê a Meg? Está na sala? – Ele perguntou já se encaminhando para a sala, onde acreditava que a Meg estava.
– Bom... na verdade...
Will a olhou de forma desconfiada.
– Onde está a Meg? – Ele perguntou novamente.
– E-eu... e-eu não sei. – Vanessa gaguejou, pois ficou sem ação.
– Como assim? Como não sabe? Vocês não estão juntas? – Will vai até a cozinha para se certificar de que a Meg não estava lá.
Ele estava se encaminhando para o quarto da Bea, já com o semblante mudando completamente. De feliz ele começou a ficar confuso.
– Eu... eu realmente não sei. – Vanessa seguiu o que a amiga havia lhe pedido.
– Como você entrou aqui? – Will já estava ficando irritado com aquela conversinha. É claro que a Vanessa sabia onde a Meg estava. Afinal eram amigas.
– Ela deixou a chave na portaria do meu prédio e depois me pediu para vir aqui para pegar algumas coisas pra ela, eu...
– O que? Pegar algumas coisas? Por que ela precisa que você pegue algumas coisas? Onde ela está, Vanessa. – Will não estava tão amistoso quanto quando ele saiu do quarto.
– É verdade. Eu não sei onde ela está. – Vanessa não mantia seus olhos nos dele, pois tina medo de que ele percebesse a mentira. – Ela só me pediu isso e deixou a chave. Pediu para eu deixar no trabalho dela.
– Eu não acredito nisso. Eu não acredito nisso. – Disse Will mais para si mesmo do que para Vanessa. Então, começou a andar em círculos tentando racionalizar o que estava acontecendo.
– Não! – Ele foi enfático. – Você não vai levar nada pra ela. – Ele tinha fúria no olhar. O que deixou a Vanessa um pouco assustada.
– Mas...
– Não. Vai. Levar. Nada. – Will disse as palavras pausadamente, trincando os dentes.
– Mas... ela... – Vanessa tentou argumentar.
– NÃO OUVIU O QUE EU DISSE? – Will gritava agora. – SE ELA QUISER ALGUMA COISA, ELA QUE VENHA BUSCAR. VOCÊ NÃO VAI LEVAR NADA!
Vanessa recuou assustada com a reação exagerada do Will. Ela não tinha culpa do que estava acontecendo. Só estava fazendo um favor para a amiga e comadre.
– Tá. Tá. Eu não levo. – Vanessa já estava se dirigindo à porta.
– Espere. – Intimou ele. – Eu vou escrever um bilhete e você vai entregar junto com as chaves.
Vanessa ficou ali parada. O olho arregalado, ainda perplexa com o que acabara de acontecer.
"Se você quiser alguma coisa vai ter que vir buscar."
Ele dobrou o bilhete colocando sobre a mão da Vanessa com uma força desnecessária.
– Wil... eu... – Vanessa queria argumentar.
– Sai daqui. – Ele foi taxativo.
Vanessa saiu de lá até um pouco tonta. Ela nunca presenciara o Will naquelas condições. Ela não fazia ideia de como ele era quando estava nervoso.
De Nessa para Meg:
Você já está em casa?
De Meg para Nessa:
Ainda não. Estou no berçário pegando a Bea.
Pq?
De Nessa para Meg:
– Eu te encontro na sua casa.
De Meg para Nessa:
Aconteceu alguma coisa? Você conseguiu passar no ap do Will?
Vanessa já havia colocado o celular na bolsa e seguiu para a casa da Meg atordoada.
Ao abrir a porta, Meg se deparou com uma Vanessa trêmula e chorando.
– Meu Deus, o que foi? O que aconteceu? – Meg a abraçou e entrou com ela, levando-a até o sofá.
Vanessa não conseguia falar. Estava em choque.
Ao perceber o estado da amiga, Meg foi até a cozinha pegar um copo com água e açúcar.
– Tome. Vai fazer você se sentir melhor. – O que poderia ter acontecido para deixar a amiga naquele estado?
Depois de alguns goles da água e de respirar fundo uma cinco vezes, Vanessa começou a parar de chorar.
Meg fazia carinho nas costas da Vanessa para ajudar ela a se acalmar.
– O que aconteceu? – Perguntou Meg preocupada.
– E-eu... e-eu fu-fui. – Estava difícil para ela falar. As lágrimas escorrendo pelo rosto novamente.
Meg se levantou e foi até o banheiro pegar alguns lenços.
– Calma. Fica calma. Depois você fala. – Meg limpava o rosto da Vanessa com cuidado.
Depois de uns quinze minutos, mais ou menos, a Vanessa começou a se acalmar e respirar normalmente.
– Meg, eu sinto muito, eu.... – Vanessa começou a se explicar. Os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar.
– Você não precisa se desculpar de nada. – Meg a interrompeu. – O que aconteceu, Nessa? Por que você está assim?
– Eu passei no apartamento do Will para pegar as suas coisas, como a gente combinou. Eu achei que ele não estivesse em casa. Toquei o interfone e ninguém atendeu, então eu subi. Mas ele estava em casa...
– O que aquele desgraçado fez? – Meg começou a juntar as peças.
– Ai, Meg.... Ele... Ele ficou muito bravo. Eu acho que ele pensou que fosse você quando ouviu eu entrar. E quando ele viu que era eu e que você não estava lá, ele ficou louco e começou a gritar... – Vanessa voltou a chorar.
– Calma, Nessa. Vem cá. – Meg a abraçou. – Ai, Nessa, me desculpe. Eu não sabia que ele agiria assim com você. Não achei que ele te maltrataria, senão não tinha te pedido. Me desculpe. – Meg estava muito chateada por ter colocado a amiga em uma situação assim.
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Seria Acaso ou Destino?
RomansaMargarete esbarra em um estranho saindo de um café e nesse momento começam uma linda amizade. Rodrigo e Margarete se conectaram assim que se viram. Era como se eles já se conhecessem de outra vida, tamanha a química que havia entre eles. Será que de...