CAPÍTULO 26

3 2 0
                                    

Na segunda-feira, quando entrou no prédio onde trabalhava Meg se deparou com um sorriso de malícia.

– Hum... sua fisionomia está ótima. – Disse Carla ao cumprimentá-la. – A noite deve ter sido muito boa. – Comentou entre risinhos.

– Na verdade, foi mesmo. – Informou Margarete alegre. – Foi o primeiro final de semana que passei na casa do Will. – Informou ela naturalmente.

– Então, você finalmente resolveu aceitar o convite dele? – Perguntou Carla curiosa.

– Sim e não. – Respondeu Meg tomando um gole do seu café.

– Como sim e não? – Questionou Carla confusa. – Ou é sim ou é não.

– Sim, porque resolvi tentar passando os finais de semana para me adaptar. Não, porque ainda não sei se será definitivo. Falei pra ele que vou fazer a experiência e, se tudo der certo, eu fico com ele. Se não, tudo volta ao que era antes. – Explanou especificando os detalhes do acordo entre ela e o namorado.

– Não sei o que você está esperando. – Disse Carla impaciente. – Se um homem como o Will me chamasse para morar com ele já teria aceitado de primeira. – Disse pensando nas qualidades físicas do William.

– Não é tão fácil assim. É uma mudança no nosso relacionamento. E se não der certo e a gente começar a se distanciar? – Questionou Margarete expondo seu ponto de vista. – Esse é meu maior medo.

– Vendo dessa forma você até tem razão. – Concordou Carla pensativa. – Entretanto, vocês não vão ficar morando separados a vida toda. Vão? – Indagou afirmando.

– Bem... não sei... realmente não sei. – Confessou Meg totalmente incapaz de decidir seu destino naquele momento. – Mas preciso ir Carla. – Desconversou ela. – A Patrícia já chegou?

– Ainda não. Hoje ela chegará após o almoço. – Informou Carla olhando a agenda da chefe.

– Ótimo! Vou indo. Até mais. – Despediu-se já se encaminhando para a sua sala.

– Vanessa? – Confirmou Meg quando sua ligação foi atendida.

– Oi, Meg, sou eu sim. – Respondeu Vanessa animada. – O que aconteceu pra estar me ligando a essa hora? – Perguntou curiosa, se ajeitando melhor na cama, pois ainda estava deitada.

– Ai, me desculpe. – Pediu Meg sem graça ao olhar o relógio. – Nem percebi que ainda era tão cedo. Sei que você acorda mais tarde. Te ligo depois então. – Desculpou-se Margarete que já ia desligar.

– Não tem problema. – Disse Vanessa que estava querendo saber o que a amiga tinha para falar. – Eu já estava acordada. Só estou na cama vendo o celular.

– Tem certeza? – Perguntou Meg com medo de estar sendo inconveniente. – Eu posso ligar mais tarde.

– Não. Tá tudo bem mesmo. Até porque, agora estou muito interessada no que você tem a dizer. – Confessou Vanessa se sentando na cama de forma mais confortável.

– Então tá. Bom... – Começou ela. – Esse final de semana passei na casa do Will.

– Que ótimo!! – Interrompeu Vanessa eufórica. – Você já está morando com ele?

– Então... Ainda não é definitivo. Prometi a ele que vou fazer uma experiência indo aos poucos. No início serão somente os finais de semana. E vamos ver como fica. – Explicou Meg. – Não quero estragar a nossa relação que já está tão legal.

– Vai dar certo. – Incentivou Vanessa. – Vocês se amam, e é isso que importa.

– Ai... Não sei... Ainda estou insegura. – Confessou Meg apoiando a coluna no encosto da cadeira de rodinhas.

– Não fique. Confia em mim. Vai dar super certo. Tenho certeza disso. – Afirmou Vanessa com convicção.

– Estou torcendo para isso, mas...

– O que aconteceu? Esse final de semana não foi bom? – Perguntou Vanessa sem entender o porquê da amiga estar tão relutante.

– Não... Não é isso... Eu não sei explicar direito. É uma sensação esquisita. É como se alguma coisa estivesse me impedindo, mas não sei dizer o que é. Talvez uma angústia. Algo assim. – Contou Margarete colocando a mão no coração.

– Não aconteceu nada mesmo? – Perguntou Vanessa interpretando que alguma coisa havia acontecido para ter deixado a Meg tão alarmada.

– Não. Muito pelo contrário. Ele está sendo muito carinhoso e atencioso. O final de semana foi melhor do que eu esperava. Muito melhor. – Explanou Meg lembrando dos momentos que passou com o Will.

– Então não entendo. – Disse Vanessa confusa. – Se foi tão bom, por que a dúvida?

– É, você tem razão. Deve ser coisa da minha cabeça. Eu devo estar com medo. – Raciocinou Meg. – É nova pra mim a ideia de morar com alguém. Faz tanto tempo que moro sozinha. O medo do desconhecido, talvez.

– Meg, conviver na mesma casa não é um bicho de sete cabeças. – Vanessa tentou deixar as coisas mais fáceis para a Meg. – Você só precisa se adaptar.

– E se ele se enjoar de mim depois de ficar tanto tempo ao meu lado? – Questionou Meg expondo seu verdadeiro medo.

– Meg, fica tranquila quanto a isso. O Will é louco por você. – Disse Vanessa verdadeiramente. Ela não conseguia ver os dois separados. Era como se um tivesse nascido para o outro.

– Você acha mesmo? – Indagou Margarete sem conseguir enxergar as coisas como a amiga via.

– Acho, inclusive, que isso está demorando muito pra acontecer. Mete as caras e vai com tudo, sem medos, somente com a coragem, a vontade e o amor. Isso que vocês dois têm não é todo mundo que tem. Existem pessoas, como eu por exemplo, que sonham com um amor desses a vida inteira. – Vanessa via o William como um príncipe encantado. Assim como a Carla, ela também já teria ido morar com ele desde o primeiro convite.

O primeiro mês se passou rapidamente e a partir do segundo Meg começou a aumentar sua estadia na casa do Will. Ela estava feliz de uma forma que jamais sentira antes. É difícil mensurar uma deficiência quando sequer sabemos que ela existe e, agora que estava vivenciando essa experiência, se sentia completa como nunca.

Tudo estava perfeito e, quando menos esperava, não sentia mais nenhuma vontade de voltar para casa. Se sentia em casa ao lado dele e isso era o mais importante.


Seria Acaso ou Destino?Onde histórias criam vida. Descubra agora