Com isso, Meg ficou no hospital e ficou combinado que, durante a internação do pai, o Biel ficaria com a Ness, que se prontificou imediatamente, ao saber o desfecho da situação.
Rodrigo ficou internado por uma semana, o quadro demorou a melhorar e ele havia tido crises com falta de ar, precisando ficar com o respirador. Meg ficava assustada e se sentia mal por não poder fazer mais pelo amigo. Só podia ficar ali dando força e fazendo o Rodrigo ficar tranquilo em relação ao Biel, de quem ele perguntava todo dia e toda hora, pedindo para que ela ligasse para a Vanessa a fim de obter notícias.
Voltando para casa Rodrigo ficou de repouso por mais uma semana a pedido médico. Havia o risco da pneumonia piorar novamente, já que seu pulmão estava fragilizado. E uma recaída não seria nada bom para a saúde dele.
Aos poucos tudo foi voltando ao normal. Ele se estabilizou após uma recuperação sofrida. Com muita tosse e, às vezes, falta de ar. O que deixava a Meg desesperada, apesar do médico ter dito que o inalador ajudaria, ela ficava muito preocupada. Nunca havia visto o Rodrigo doente dessa maneira.
Biel ficou esse período com a Vanessa que já estava muito afeiçoada ao menino – que por sinal também gostou muito da tia Ness. Ela avisou no trabalho o ocorrido, podendo entrar um pouco mais tarde para levar o menino à escola, onde ficava em tempo integral.
Logicamente Will não ficou muito confortável com aquela situação. Era difícil para ele entender essa ligação que sua noiva tinha com o amigo. Por mais que tenha conhecido ela há muito tempo – quando ainda estava com a namorada, Raquel –, e via como a Meg e o Rodrigo eram ligados, não conseguia aceitar. Sua possessividade o consumia e ele não sabia o que fazer. Ao mesmo tempo em que não queria brigar com a Meg, não gostava nada da ideia do amigo ter ido ficar em sua casa, ainda mais porque ele trabalhava o dia inteiro e a Meg estava de licença em casa. Em seu trabalho as imagens dos dois juntos apareciam em sua mente, deixando-o extremamente nervoso. Com isso, quando saia do trabalho não ia direto para casa. Adquiriu o hábito de passar um tempo com os amigos solteiros em um bar não muito longe da sua casa. Queria chegar quase na hora de ir dormir, para não conversar com ninguém, porque sabia que as coisas não ficariam muito legais, caso não conseguisse se segurar, agredindo Meg com palavras que a magoavam e a feriam mais do que um tapa na cara. Então, ao chegar, ia direto para o quarto e, quando Meg questionava se ele não queria jantar, ele informava que havia comido alguma coisa na rua.
Meg começou a estranhar a atitude do Will. Ele estava diferente. Sua fisionomia era neutra. Não demonstrava raiva, muito menos amor. Ficou cada vez mais distante. Rodrigo via o que estava acontecendo e dizia à Meg que era melhor ele voltar para casa, até porque já estava se sentindo bem melhor. No entanto, a amiga preocupada e zelosa não concordava e, para não a contrariar e deixá-la nervosa nesse período delicado da sua gravidez, acabava cedendo.
– Meg, como estão as coisas entre você e o Will? – Quis saber, pois estava realmente muito preocupado com o que estava observando.
– Por que pergunta isso? – Indagou ela não querendo responder.
– Eu vejo o que está acontecendo, Meg, não adianta tentar esconder. – Rodrigo olhava diretamente nos olhos da Meg para ver se conseguia enxergar a verdade, mas ela desviava o olhar, sem conseguir encará-lo.
– Não sei do que você está falando. – Sem deixar ele dizer mais alguma coisa tentou trocar de assunto. – Você está com fome? Quer que eu faça um chá? – Perguntou já levantando-se para se dirigir à cozinha.
– Não adianta querer fugir do assunto, Meg. – Disse Rodrigo ao segurar o punho da amiga a impedindo que se afastasse.
– Não estou fugindo de nada. – Ela disse ainda sem olhar para seu amigo. Ela não queria que ele visse a lágrima que brilhava em seus olhos pronta para escorrer por sua bochecha.
– Meg, olha pra mim. – Digo pediu se levantando para se posicionar em sua frente. – Meg... – Ele abraçou a amiga com carinho ao ver seus olhos vermelhos. – Por que você não quer se abrir comigo? Sempre fomos tão amigos. Não precisa me esconder nada. Eu só quero te ver feliz. – Rodrigo acariciava suas costas para tentar acalmá-la. Meg enfiou o rosto em seu peito e desatou a chorar.
– Meg, eu sei o que você está tentando fazer. Mas eu não quero atrapalhar a sua vida, nem a do Will. – Disse depois que a Meg conseguiu se acalmar e suas lágrimas deixaram de cair. – Não precisa se preocupar, eu estou melhor. Vou pra minha casa. Até porque...
Meg não o deixou terminar.
– De jeito nenhum! – Afirmou ela exasperada. – Eu não vou colocar a sua vida em risco, Digo. Não vou. Os meus problemas com o Will não têm nada a ver com você. – Mentiu ela sem conseguir convencer o amigo.
– Meg, eu não sou cego. Eu vejo o que está acontecendo. Sei que o Will não está gostando da minha presença constante. E eu o entendo. – Rodrigo se sentou e fez ela se sentar ao seu lado, segurando suas mãos enquanto olhava em seus olhos.
– Digo...
– Não, Meg, não quero mais ver você sofrer por minha causa.
Já causei estrago demais no relacionamento de vocês. Sei muito bem que ele está com ciúme e, para não brigar com você, está chegando a cada dia mais tarde.
– Não é por sua causa. – Meg tentou argumentar, mas Rodrigo já havia tomado sua decisão.
– Que seja. Que tenham outros motivos para as atitudes dele. Mesmo assim vou pra minha casa. Eu estou bem e morrendo de saudades do Biel.
Meg não tinha como contestar esse fato. Sabia que ele estava realmente com saudades. E imaginava a falta que ele fazia para o menino.
– Tá. Se esse é o caso, não vou te impedir. Sei que seu filho precisa de você. – Meg aceitou mesmo contrariada. – Mas promete que vai me ligar todos os dias pra me dizer como está.
– É claro que vou te ligar, Meg. Em nenhum momento disse que vou me afastar de você. E, por favor, fica tranquila. Eu estou realmente muito bem. Sua preocupação é até exagerada. – Disse ele dando um sorriso enquanto fazia carinho em seu rosto. – Eu não sou um bebê, se você não percebeu.
– Eu sei que você não é um bebê, seu bobo. – Meg também sorriu. – Eu só me preocupo. Você sabe.
– Até demais. – Ele a abraçou novamente e se levantou em seguida.
– Mas, você já vai? – Indagou Meg com a voz melindrosa.
– Já? – Rodrigo achava engraçado a forma como a Meg se sentia, afinal ele não iria para outro Estado ou país, e já fazia certo tempo que ele estava com ela por vinte e quatro horas, todos os dias. – Acho que já fiquei até muito.
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Seria Acaso ou Destino?
RomanceMargarete esbarra em um estranho saindo de um café e nesse momento começam uma linda amizade. Rodrigo e Margarete se conectaram assim que se viram. Era como se eles já se conhecessem de outra vida, tamanha a química que havia entre eles. Será que de...