CAPÍTULO 8

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Chegando ao restaurante o garçom os acompanhou à uma mesa no meio e entregou um cardápio para cada um.

– Não preciso do cardápio. Vou querer o mesmo de sempre. – Disse Margarete sorrindo ao devolver o cardápio para o garçom que o pegou e anotou no caderninho o pedido dela.

– Um temaki com salmão cozido acompanhado de sushi e taiyaki como sobremesa? – Confirmou o garçom.

– Isso. – Afirmou Margarete.

– Eu vou querer um yakisoba de frango e choux cream de sobremesa. – Rodrigo pediu dando o cardápio para o garçom que anotou o pedido dele também e se afastou da mesa.

Enquanto aguardavam a comida ficar pronta, Margarete perguntou ao Rodrigo sobre o que ele queria falar tão urgentemente com ela.

– Ah! Sim! – Lembrou ele – Bom... o que vou te contar vai mudar completamente a minha vida. – Disse Rodrigo alegre.

Como ele não disse, Margarete o incentivou a continuar.

– Você sabe que estou namorando a Verônica já tem um tempo, né? – Perguntou retoricamente.

– Sim. – Respondeu ela confusa. Era óbvio que ela sabia.

– Então... Vamos nos casar no final do ano. – Contou ele muito feliz.

Margarete não teve a reação que o Rodrigo esperava e ele não entendeu o porquê da sua amiga não ter ficado alegre com uma notícia tão boa. Na verdade, nem a Margarete entendeu o que sentiu quando recebeu as boas novas.

– O que foi? – Inqueriu ele sem entender. – Você não ficou feliz com a minha maior felicidade? – Rodrigo ficou desapontado.

– Não... quer dizer... não é isso. – Margarete gaguejou. – É claro que estou feliz por vocês. Eu só... eu ... bom... eu só não estava preparada. – Quase não conseguiu formular uma desculpa. Ela não compreendia sua própria atitude.

– Como não estava preparada? – Questionou Rodrigo. – Você participou da nossa união desde o início. Você foi a primeira pessoa a quem contei que havia conhecido alguém especial. Você acompanhou nosso relacionamento desde sempre. É pra você que eu conto como me sinto em relação à Verônica.

– Eu sei. Me desculpe. Não sei o que me deu. – Desculpou-se ela muito sem graça. – Eu sabia que esse dia ia chegar. Só achei que fosse demorar mais um pouco. – Explicou-se. – Não me entenda mal. – Pediu Margarete com o rosto baixo, olhando para a mesa.

– Tudo bem. Eu só achei que você ficaria feliz. Você é a primeira pessoa a saber depois de mim e da Verônica. – Disse Rodrigo um pouco chateado. Ele não conseguia conceber aquela reação. Simplesmente não entendia.

– E eu estou muito feliz. – Disse Margarete sem muita convicção. – De verdade. – Ela precisava se convencer disso. Ele era seu melhor amigo, a Verônica era uma pessoa legal, portanto era natural esse casamento. Mas o que ela estava realmente sentindo? Ela não sabia.

Com isso a conversa esfriou e eles ficaram em silêncio por um tempo. Então, Margarete percebeu que precisava mudar àquela má impressão e retomou o assunto que tanto a afligiu.

– Como estão os preparativos? – Perguntou tentando se mostrar o mais interessada possível.

– Ainda não pensamos em quase nada porque eu a pedi em casamento ontem. – Informou ele ficando um pouco mais à vontade para voltar a falar do seu casamento.

– Ontem?! – Perguntou ela perplexa. – Nossa!

– O que você está estranhando? Eu não disse que você é a primeira pessoa pra quem eu estou contanto a novidade?

– Sim. – Margarete não conseguia pensar em nada que justificasse aquele comportamento. O que estava acontecendo com ela?

Fez-se silêncio novamente.

Nesse momento Margarete parecia ter encontrado o motivo do seu sentimento.

– Por que você não me contou que ia pedir ela em casamento? – Indagou chateada. – Achei que você me contaria antes uma coisa tão séria.

– Então é por isso que você ficou chateada? – Entendeu Rodrigo.

Não era só por isso, nem a Margarete sabia ao certo, por isso era melhor seguir por esse caminho.

– Sim. – Concordou ela.

– Me desculpe. Eu estava tão eufórico que nem passou pela minha cabeça falar pra alguém e, também, eu não sabia o que ela iria responder. Não sabia se ela aceitaria meu pedido. Estava inseguro. – Rodrigo se explicou.

– Inseguro? Inseguro por quê? Quem não aceitaria se casar com você? – Inqueriu Margarete incrédula da modéstia do amigo.

– Não sou tão bom assim. Você só diz isso porque é minha melhor amiga. Você não vê meus defeitos. Mas eu tenho muitos. – Assumiu Rodrigo sem fechar os olhos para suas falhas.

– Se é porque sou sua amiga ou não eu não sei. Mas eu vejo em você um cara legal, bonito, inteligente, carinhoso, compreensivo, companheiro, enfim... um cara que qualquer mulher gostaria de ter ao seu lado. – Disse Margarete ruborizada.

– Bom... primeiro que não acredito que sou isso tudo, porém, agradeço. No entanto, você não citou os meus defeitos e são vários. – Respondeu Rodrigo lisonjeado, porém descrente.

– Sim. É verdade. Você tem um defeito horrível. Quase inconcebível. – Rodrigo ficou atônito. Ele conhecia seus defeitos, mas não via nada tão grave. – Você me acorda cedo. – Disse ela brincando descontraída.

Rodrigo ficou aliviado e riu com a amiga.

– Você não tem jeito mesmo. – Declarou se divertindo com o único defeito que ela via nele.


Seria Acaso ou Destino?Onde histórias criam vida. Descubra agora