À noite, quando chegou o momento da despedida, afinal uma das regras era ela continuar morando no apartamento dela, Will não queria deixá-la.
– Você quer passar a noite aqui comigo? – Perguntou Meg com uma expressão que ele não conseguia decifrar.
– É o que você quer? – Indagou ele querendo ter certeza. Agora ele estava pisando em ovos. Não queria forçá-la a nada. Ele precisava se certificar de que a Meg estava convidando ele porque era vontade dela e não só porque ele queria. Ela estaria fazendo por vontade própria? Ele também não queria que ela estivesse com ele por pura pena.
– É claro que quero. Nunca o chamaria se não quisesse. Em todos esses anos você ainda não sabe que não faço o que não quero fazer? – Inquiriu ela carinhosamente.
– Eu só não quero forçar a barra. Sei que você tem todo o direito de querer um pouco de distância. E quero respeitar o seu tempo. – Disse ele meio inseguro.
– Não se preocupe quanto a isso. Se eu disse que te perdoei é porque vou deixar tudo aquilo para trás e começar de novo. – Meg lhe deu um abraço e se deixou ser beijada por ele que estava ávido para poder tocá-la depois de uma semana inteira sem sentir seu perfume adocicado.
Naquela noite dormiram de conchinha, um aquecendo o outro em uma noite chuvosa com ventanias.
Will não havia pegado no sono quando ela adormeceu e ele ficou ali, acariciando seus longos cabelos castanhos que estavam espalhados pelo travesseiro lançando a ele um perfume de shampoo e condicionar de erva doce. "Como é bom estar com ela." Pensou feliz.
Na manhã do dia seguinte Meg acordou primeiro. Ele havia demorado para dormir. A felicidade de estar ali com ela era tanta que não conseguia se desligar e acabou adormecendo muito tarde. O sol já estava quase raiando.
Para não atrapalhar o sono dele, Meg se levantou devagar. Se espreguiçou ainda sentada e foi até o banheiro para lavar o rosto. Na cozinha ferveu a água para fazer um chá. Ela não estava com vontade de tomar café preto, só de pensar ela ficava com enjoo. Ela pensou "Nossa! Devo estar tomando café demais, para estar enjoando quando sinto seu aroma".
Ao acordar, Will se dirigiu à cozinha a procura da Meg e não a vendo ali nem na sala deduziu que estaria no banheiro. Então colocou uma toalha na mesa a fim de tomarem o café da manhã. Vendo que a Meg colocara água para ferver imaginou que era para fazer o café. Sendo assim coou um café fresquinho. Enquanto ele pegava as torradas e o leite, Margarete saiu do banheiro. Ao sentir o cheiro maravilhoso e característico do café voltou direto para o banheiro. Will estava na cozinha e por isso não percebeu nada. Sentado, aguardando a Meg começou a ouvir uns barulhos que vinham do banheiro.
– Meg? – Chamou ele. – Meg, você está bem? – Não tendo resposta foi a sua procura ver o que estava acontecendo.
Will se deparou com uma Meg ajoelhada em frente ao vaso sanitário.
– O que você tem, meu bem? – Perguntou ele preocupado indo depressa na direção dela.
O banheiro não era muito grande. Ao entrar se via um armário branco embaixo da pia em tom creme que ficava abaixo de um espelho oval relativamente grande. Ao lado havia um vaso sanitário combinando com a pia, defronte a um box no canto.
Meg se apoiou na privada para levantar o rosto e olhar para ele, mas teve que voltar a posição em que estava para vomitar mais uma vez. Wil estava desesperado. Não sabia o que fazer em uma situação daquela. Correu, pegou uma toalha dentro do armarinho abaixo da pia e ajudou Meg a se limpar e levantar quando conseguiu parar de vomitar.
– Meg, meu anjo, o que aconteceu? – Will ajudou ela a se sentar no sofá.
– Eu não sei o que aconteceu. Eu estava vindo para a cozinha te procurar e, quando senti o chei...
Meg teve que correr para pôr para fora apenas água. Já não tinha mais nada no estômago. Ele foi ao encontro dela e segurou o cabelo dela para não sujar. Na sala, Meg estava amarela.
– Meg, nós vamos para o médico. Não é normal ficar vomitando desse jeito. – Disse ele olhando para uma expressão cansada, largada no sofá.
– Não, Will. É só enjoo. Vai passar. – Respondeu ela em um suspiro.
– Você está falando isso desde ontem. – Reclamou ele pela teimosia.
– É sério, Will. Vai passar. Só preciso descansar um pouco. – Disse Meg se arrumando melhor.
– Você comeu alguma coisa que te fez mal? – Indagou ele tentando entender o que poderia ser.
– Não. Só tomei um chá de camomila e comi umas três torradas com geleia de morango.
– Você estava falando que ao ir para a cozinha sentiu um cheiro. Mas não conseguiu terminar. – Lembrou ele.
– Ah... Sim... Foi o cheiro do café. – Explicou ela torcendo o cabelo em cima do ombro.
– Como assim? Você sempre toma café. – Will, com uma expressão de confusão, não conseguia ligar uma coisa à outra. Ele passava as mãos nos cabelos, como se fazendo isso ele pudesse aclarar as ideias.
– Sim. Eu gosto. Porém, de uns tempos pra cá tenho sentido enjoo a cada vez que sinto o cheiro dele. O aroma que sempre gostei tanto, agora está me causando náusea. – Explicou ela que também não entendia o que estava acontecendo.
– Meg, tem certeza de que não quer ir ao médico? E se for algo grave. – Will queria levar ela para o hospital de qualquer maneira, entretanto, Meg não queria e não se deixou convencer a ir.
– Se eu não sentir o cheiro de café vou ficar bem. – Deduziu ela descomplicando a situação.
– E como você sabe que é o cheiro do café somente? – Perguntou ele descrente.
– Porque é quando fico enjoada. Eu sinto o cheiro e fico enjoada. Por enquanto foi a única coisa que me fez enjoar nos últimos tempos. – Meg tinha certeza de que não era nada grave.
– Tudo bem. Então, nada de café. – Disse ele um pouquinho mais aliviado.
– Sem café. – Concordou ela apoiando a cabeça no colo dele que também estava no sofá sentado.
Meg, realmente, ficou bem sem sentir o cheiro de café. Conseguiu comer e até quis dar uma volta no parque. Will não estava confortável com aquele passeio, no entanto, não teve como fazê-la mudar de ideia. Quando a Meg coloca uma coisa na cabeça não há quem a faça se abster daquilo.
A tarde foi tranquila. Sentaram-se em frente a uma lagoa e ficaram apreciando o grupo de gansos que nadavam em conjunto do outro lado.
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Seria Acaso ou Destino?
RomanceMargarete esbarra em um estranho saindo de um café e nesse momento começam uma linda amizade. Rodrigo e Margarete se conectaram assim que se viram. Era como se eles já se conhecessem de outra vida, tamanha a química que havia entre eles. Será que de...