Cap. 7 - O jantar

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É muito irracional e idiota eu estar nervoso com esse jantar?

Estou me comportando igual a uma garota, encarando minhas roupas sem saber qual colocar na bolsa.

Devo usar um terno para o jantar, ou talvez deva usar algo mais informal?

Ah, foda-se! Odeio usar terno. Escolho algumas camisas sociais e esse é o mais formal que eu vou me vestir, não me interessa se eu vou jantar na casa de um senador.

Ainda não acredito que Ella me convidou para jantar com ela e a sua família. Eu sei o quanto o Natal significa para ela, e eu fiquei me sentindo muito estranho por saber que ela me queria lá.

Não acredito que vou dizer isso, mas...eu estava errado. Completamente errado. Ella não é uma escrota idiota metida. Ela é provavelmente uma das pessoas mais legais que eu já conheci na minha vida.

É claro que eu nunca admitiria isso para os caras, mas eu gosto da sua companhia, eu realmente me divirto quando estou com ela.

Ella é tão inteligente, alegre, vê as coisas de uma forma diferente. Acho que nós dois poderíamos ser amigos de verdade, se não existisse essa aposta na jogada.

Não sei explicar direito, mas quanto mais tempo eu passo ao seu lado, mais eu me sinto leve. É estranho e eu nunca senti isso antes, mas é como se eu estivesse flutuando. Não é que os problemas sumam, mas eles parecem diminuir significativamente de tamanho.

E agora, por causa dela, eu vou ter o meu primeiro Natal. Se ela soubesse o inferno que era essa época do ano quando eu era criança. As brigas, os gritos, a violência e o medo.

Afasto as imagens da minha cabeça e termino de arrumar minha bolsa. A casa onde os pais de Ella moram e onde ela viveu durante anos fica em Albany, há duas horas de carro daqui. Então se eu quiser chegar a tempo, é melhor me apressar.

Coloco a bolsa no ombro, fecho o apartamento e chamo o elevador.

Jogo a bolsa no banco detrás do carro e começo a minha viagem.

Sigo as instruções que Ella me deu e que eu coloquei no GPS e um pouco mais de duas horas depois, estou parado em frente a um portão de ferro alto e com lanças negras.

Dou meu nome para o segurança e digo que os Hendersons estão me esperando. Ele libera minha passagem e diz para que eu siga em frente, a mansão dos pais de Ella é a última.

O condomínio é de luxo, é claro. As mansões deslumbrantes me cercam por ambos os lados. Quando finalmente chego ao final da rua, paro em frente a uma casa enorme e imponente.

São três andares feitos de pedra, a entrada é sustentada por colunas brancas e a porta é de uma madeira escura e envernizada. As janelas são grandes e brancas e posso ver a chaminé alta da lareira despontando na lateral do telhado.

Pego minha bolsa e um pouco hesitante, subo os degraus e toco a campainha.

Alguns momentos depois a pesada porta se abre e Ella me recebe com um sorriso largo.

— Vince! — Ella se joga em meus braços para um abraço e eu envolvo seu corpo com meus braços.

Ela é tão pequena!

— Que bom que você já chegou. Fez uma boa viagem?

— Fiz sim, obrigado.

— Venha, entre. — Ela segura meu braço e me puxa para dentro da casa.

Ella está usando uma calça jeans, tênis e um suéter que se molda perfeitamente ao seu corpo e principalmente aos seios pequenos e redondos.

— Então é aqui que você cresceu, hum? Bela casa. — Olho em volta, o lustre, os móveis caros, as pinturas nas paredes e o chão de mármore, tudo exalando bom gosto e refinamento.

Paixão em Jogo         (Livro 5)Onde histórias criam vida. Descubra agora