Cap. 12 - Te amo

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— É você mesmo? Não posso acreditar!

— Sim, sou eu.

— Oh meu Deus! — Mamãe exclama então se joga em meus braços, demoro um pouco para reagir, mas a abraço de volta.

Ela esconde o rosto na curva do meu pescoço e começa a chorar.

— Você veio por mim? Veio me ver? — Ela pergunta, sua voz sai distorcida por causa do choro.

— Sim. — Respondo tentando manter a calma, não sei exatamente o porquê, mas não quero chorar na frente dela, não quero parecer fraco. — Desculpe a demora.

— Oh meu menino, você não tem nada para se desculpar. Eu te amo, te amo muito, senti tanto a sua falta.

Suas palavras quebram minha determinação. Desisto da luta e deixo que toda a emoção transborde. A abraço mais apertado e choro junto com ela.

— Eu também te amo, mamãe. — Digo aos soluços.

A mulher que está em meus braços nesse exato momento é a primeira mulher que eu amei. Meu amor por ela é tão intrínseco e grande que é impossível para qualquer outra pessoa que não seja eu entender o que significa.

Por todos esses anos eu carreguei mágoa e raiva em meu coração, por todos esses anos eu tentei ignorar a saudades que eu sentia, tentei mentir para mim mesmo e dizer que tudo estava bem. Que eu estava bem.

Mas agora, segurando a pessoa mais preciosa no mundo para mim, percebo que toda a mágoa que eu sentia não era nada se comparada com o quanto eu amo minha mãe.

Não deveria ter sido tão covarde, deveria ter a procurado muito antes. Como eu fui teimoso.

Pensar que eu poderia ter tido esse memento, tê-la tido em meus braços há muito tempo atrás e só não tive porque eu fui teimoso e covarde demais, me faz ficar com muita raiva de mim, de como eu sou fraco.

— Te amo. — Sussurro. Sinto o familiar cheiro de maça verde e sorrio ao saber que ela ainda usa o mesmo shampoo.

É reconfortante. É familiar e me acalma.

Mamãe e eu ficamos abraçados até ambos se acalmarem, quando nos afastamos e eu vejo Ella, percebo que ela também esteve chorando.

— Estou tão feliz que você está aqui, meu menino. — Mamãe segura meu rosto e olha no fundo dos meus olhos. Não para de sorrir nem por um segundo.

— Estou feliz por ter vindo. — Digo e é verdade. Ainda bem que Ella não me deixou desistir de fazer isso.

Só agora mamãe parece perceber a presença de Ella. Ela a olha com curiosidade por um momento e então se vira para mim esperando que eu as apresente.

— Mãe, essa é a Ella, é por causa dela que eu decidi procurar à senhora.

— Verdade? Oh, então eu tenho muito o que te agradecer, querida. — Mamãe puxa Ella para um abraço como fez comigo. Ella parece um pouco desconfortável e surpresa com o gesto, mas o retribui.

— É um prazer finalmente conhecer a senhora. — Ella diz.

— Por favor, me chame de Nancy, querida. — Mamãe diz se afastando um pouco e analisando o rosto de Ella descaradamente.

— Você é tão linda. — Mamãe diz com admiração.

— Sim, ela é. — Digo baixinho e com um sorriso no rosto. Então percebo que essa é a primeira vez que eu digo que Ella é linda e que eu realmente acredito nisso.

O rosto de Ella fica corado e ela desvia o olhar timidamente.

Como é que eu não percebi isso antes? Pergunto-me surpreso.

Paixão em Jogo         (Livro 5)Onde histórias criam vida. Descubra agora