—...mas o médico disse que era só um resfriado e receitou alguns remédios.
— Ele está melhor agora, então?
— Está sim, brincalhão como sempre. — Digo enquanto acaricio a mãozinha macia de Chris.
— Você acha que posso falar com ele?
— Claro, vou segurar o telefone na orelhinha dele. Só um segundo. — Encosto o telefone na orelha de Chris e mesmo não sendo capaz de escutar o outro lado da linha, sei exatamente quando Vince fala com ele, pois os olhinhos de Chris se arregalam em reconhecimento a sua voz e ele sorri, mostrando os dentinhos.
Estou deitada no sofá da minha casa, Chris está sentado em meu estômago e suas costas estão apoiadas em minhas pernas dobradas.
Vince tem feito parte das nossas vidas desde que nos perdoamos e concordamos em sermos amigos, é claro que com ele morando no Texas e eu em Nova York, não podemos esperar por nada mais do que alguns telefonemas. A última vez que eu o vi foi na festa de Nate, há dois meses. Desde então Vince sempre tem ligado para mim, ou eu para ele. Ele me conta como está a sua vida, seu trabalho e até mesmo sobre como anda seu namoro com a Vicky. Não gosto muito dessa parte, mas sei que não tenho direito nenhum de exigir nada, então o escuto e espero que mude de assunto. Acho que em algum momento ele percebeu que não gosto muito de falar sobre seu namoro, isso ou ele assim como eu acha estranho demais conversarmos sobre isso, porque a cada ligação, ele fala menos sobre ela.
Entre essas idas e vindas, Vince e Chris acabaram criando uma ligação. Sempre que Vince está ao telefone e Chris está acordado, eles conversam um pouco.
Bem, conversar é modo de dizer, é claro, já que Chris ainda não sabe falar muito mais do que poucas palavras. O que acontece é que Vince fala com ele e Chris resmunga sons sem sentindo em resposta. É engraçado porque parece que eles realmente estão conversando, só que em uma língua que só os dois entendem.
Puxo o telefone novamente para perto da minha orelha e Chris faz uma careta emburrada, como se bravo porque eu interrompi sua brincadeira.
— Gostaria muito mesmo de saber sobre o que vocês dois tanto conversam. — Digo sorrindo.
— Coisa de homem. — Vince brinca e ri.
— Chris gosta muito de você, sabe. Acho que ele aguarda as suas ligações mais ansiosamente do que eu. — Rio e então percebo a burrada que acabei de fazer. Acabei de confessar que espero ansiosa para poder conversar com ele, como alguém desesperado por atenção ou algo do tipo. Patético, Ella!
— Então... — Percebo que sua voz ficou estranha e me xingo mentalmente. —...estou indo para Nova York esse final de semana, tenho uma sessão de fotos para uma campanha dessa marca famosa de perfume e estava pensando...a gente podia se ver.
— Claro! — Respondo rápido demais e me xingo novamente.
Tenho que me acalmar e me lembrar constantemente que Vince ama a Vicky agora, e que eu e ele somos apenas amigos, mesmo que eu deseje que fossemos mais.
— Quer dizer...vai ser legal, Chris vai gostar de te ver. — Tento disfarçar.
— Legal, quando eu chegar à cidade, te ligo.
— Tudo bem.
— Tenho que ir agora, a gente conversa depois.
— Até logo. — Digo e então ele desliga.
Jogo o telefone no canto e faço o que estava fazendo antes de Vince ligar. Brinco com meu filho.
***
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Paixão em Jogo (Livro 5)
RomancePROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS! Livro cinco da Série da Paixão.