Cap. 19 - Ordem de restrição

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Deixo o carro no estacionamento e sigo até o prédio da minha primeira aula do dia. Logo na entrada vejo Ada conversando com Theo e os observo por alguns momentos, com um sorriso no rosto e a saudades apertando meu coração.

— Sobre o que vocês estão conversando? — Paro ao lado deles e pergunto como se tudo estivesse normal.

— Sobre como...ah meu Deus, Ella! — Assim que Ada percebe que sou eu, ela grita e pula sobre mim, me engolindo em seu gigante abraço de urso.

— Também senti sua falta, amiga. — Digo.

— Ella Michelle Henderson, nunca mais faça isso comigo. Você tem ideia do quanto eu fiquei preocupada? Uma semana inteira sem saber o que tinha acontecido!

— Eu sei, sinto muito.

— Chris me disse que tinha conseguido falar com você, queria ver que você estava bem com meus próprios olhos, mas ele me disse para te dar um tempo e que você me explicaria tudo na segunda.

— E eu vou, não se preocupe, estou melhor agora e não vou mais sumir.

— Promete? — É Theo quem pergunta.

— Prometo.

— Sentimos sua falta, vesguinha. — Theo me puxa para um abraço.

— Também senti a de vocês. Desculpe se fiz com que vocês ficassem preocupados.

— Quero saber o que aconteceu para você sumir desse jeito, deve ter sido algo muito grave.

— É, mas agora não, temos aula. — Digo apontando para o prédio.

— O que é um dia para quem já perdeu uma semana de aula? Venha, vamos tomar café e você nos conta tudo o que aconteceu. — Ada engata seu braço no meu e sem muita escolha, Theo e eu seguimos com ela.

Vamos até um Café há alguns metros dali, pegamos nossos pedidos no balcão e sentamos em uma mesa de quatro lugares em um canto afastado da janela.

Tomo um gole do meu café quentinho e quando ergo o olhar vejo Ada e Theo me encarando com uma expressão ansiosa.

— Então, o que aconteceu com você, amiga? — Ada pergunta.

— Bem... — Engulo em seco e começo a sentir como se minha garganta estivesse se fechando. — O que aconteceu tem a ver com Vince...

— Sabia! — Ada dá um tapa na mesa, me calando imediatamente. — Eu nunca gostei daquele cara, mas achei que talvez fosse só implicância minha. O que ele te fez?

Ada e Theo se inclinam sobre a mesa, ambos com um olhar zangado que me faz sentir extremamente querida e segura. Sei que esses dois me defenderiam em qualquer circunstância.

— Por favor, prometa que não vai surtar até eu terminar de contar, é muito difícil para mim falar sobre isso. — Peço.

— Tudo bem, prometo.

Respiro fundo e por alguns segundos simplesmente não consigo fazer com que minha boca se mova e as palavras saiam. Então olho no fundo dos olhos dos meus dois melhores amigos e conto da forma mais resumidamente possível o que descobri. Se eu contasse sobre o modo que eles se referiam a mim naquelas mensagens, tenho certeza que os dois sairiam daqui agora mesmo e caçariam Vince por toda cidade.

Quando termino de contar o que aconteceu Ada está com seus lindos olhos arregalados e Theo sustenta em seu rosto de traços fortes um olhar pensativo.

— Não acredito nisso, aquele filho da mãe! — Raiva começa a transformar os traços de Ada e ela fica realmente assustadora. — É bom que ele nunca apareça na minha frente, porque se eu vê-lo vou cortar o seu pau fora e depois vou fazer picadinho dele.

Paixão em Jogo         (Livro 5)Onde histórias criam vida. Descubra agora