No dia seguinte Vince e eu conversamos com Prudence e ela concordou em ficar com Nate no abrigo sem relatar sua volta para ninguém, mesmo que isso pudesse lhe causar problemas caso alguém descobrisse.
Nós três levamos ele para o hospital e um amigo de Prudence atendeu Nate e depois de explicarmos a situação, ele concordou em não avisar as autoridades responsáveis, como ele normalmente teria que fazer caso atendesse uma criança com sinais de abuso.
Concordamos que Nate seria melhor assistido se ficasse no abrigo com as outras crianças, uma ambiente de certo modo já familiar para ele. Se quiséssemos evitar problemas, ninguém poderia ficar sabendo sobre a sua volta, nenhum advogado, juiz ou o pessoal da assistência social.
Ao que diz respeito a essas pessoas, Nate ainda está morando com o pai.
Vince acredita que com o dinheiro que foi oferecido ao pai de Nate, não teremos problemas com relação ao fato que Vince espancou um homem e depois sequestramos o filho dele.
Eu penso no que fizemos como um resgate, mas provavelmente não seria dessa forma que a policia enxergaria o que fizemos.
Mesmo sabendo que Nate está seguro agora, não consigo parar de pensar nele e de me preocupar. Acho que só vou começar a me sentir um pouco melhor quando Vince e eu formos visitar a avó dele essa tarde.
— Ella? — A voz de Theo me chama de novo para a realidade.
— Sim? — Pergunto me virando para ele, as imagens de Nate se desfazendo em minha mente.
— A aula já acabou, vamos?
Olho ao redor e vejo que quase todos já saíram da sala.
— Claro, foi mal. — Guardo minhas coisas rapidamente e saímos.
— Você estava totalmente em outro lugar, não é?
— Sim, desculpe. Tem essa coisa que está me preocupando, mas espero que logo tudo se resolva.
— Se tiver algo que eu possa fazer, é só pedir.
— Obrigada. — Sorrio para Theo e seguimos para fora do prédio.
— Ada te falou sobre o encontro? — Theo pergunta assim que cruzamos a porta e saímos para o vento gelado de janeiro. Paro de andar e seguro em seu braço.
— Você finalmente a convidou para sair? — Pergunto animada.
Theo me olha desanimado e depois encara os pés.
— Não. Ela vai sair com um cara que ela conheceu, parece que é o filho de um dos amigos do pai ou algo assim. É algum milionário bonitão e idiota. — Ele diz com uma mistura de tristeza e amargura e eu lhe dou um sorriso complacente.
— Theo, se você quer que a Ada saiba que você gosta dela, você tem que dizer, não acho que ela vá descobrir sozinha.
— Ela não me vê da mesma maneira, Ella. Não quero confessar o que sinto e acabar estragando nossa amizade.
— E você vai fazer o que então? Deixar que ela saia com outros caras, que conheça alguém interessante, que se apaixone por outro? Olha, eu não sei se ela tem algum sentimento por você que vai além da amizade, Ada nunca me disse nada, mas se tem uma coisa que eu sei é que você faz o tipo dela.
— Você acha? — Ele pergunta com um leve brilho de esperança nos olhos e eu reviro os meus.
— Eu já te disse para criar vergonha na cara e abrir seu coração umas mil vezes, Theo. Você tem todas as características que são atraentes para ela, só está faltando a coragem. — Digo e ele tenta esconder o sorriso que se forma em seus lábios.
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Paixão em Jogo (Livro 5)
RomancePROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS! Livro cinco da Série da Paixão.