Cap. 22 - Indo para casa

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A essa altura era de se esperar que eles entendessem que eu não quero falar com ninguém, por isso quando o barulho de alguém batendo na minha porta ecoa pelo apartamento silencioso, solto um grunhido mau humorado.

O barulho se prolonga e logo em seguida ouço uma voz chamando meu nome.

— Vince, eu sei que você está aí dentro. Abra a porta, precisamos conversar.

É Edward Thorn, advogado do Giants.

Reviro os olhos e não me movo nem um milímetro. Fecho os olhos e espero, eventualmente ele irá desistir.

— Estou falando sério, Vince, preciso falar com você urgentemente. Abra essa porta, eu sei que você está enfurnado nesse apartamento há dias. — Edward continua a bater insistentemente.

Depois que eu consegui me recuperar o suficiente, aquela tarde na escadaria da prefeitura da cidade, eu vim direto para cá e desde então não sai ou falei com ninguém. Desliguei meu celular e passei longe da TV, não queria saber o tamanho do desastre que foi ter saído correndo da partida daquele jeito.

A verdade é que estou deprimido. Sim, eu já sei o que você vai falar, eu devo seguir em frente. Eu sei disso, afinal, ela está casada com ele agora. Eu sei que eu devo superar Ella, e eu juro que vou tentar, mas antes de começar esse trabalho árduo, decidi que eu tenho o direito de me chafurdar um pouco em auto piedade.

— Abra.Essa.Maldita.Porta! — Edward bate contra a porta com mais força, parecendo realmente irritado por estar sendo ignorado.

Solto um suspiro cansado e levanto-me do sofá. Dessa vez ele realmente não vai desistir.

Caminho até a porta e a abro, Edward me olha surpreso, com um misto de raiva e nojo. Eu provavelmente devo estar mesmo nojento, não tomo banho ou faço a barba há dias e a minha camisa está toda manchada de cerveja e molho. Um contraste gritante visto que ele está impecável como sempre. Terno de marca, sapatos brilhando, cabelos penteados com gel e uma pasta de couro nas mãos.

Ele passa como um furacão por mim, entrando sem ser convidado. Fecho a porta e o sigo até a sala. Edward está parando em pé no meio da minha sala, olhando-a como se tivesse sido um campo de batalha.

— Mas que merda, Price? — Ele pergunta, os braços abertos e a testa franzida, enquanto ele olha para toda a minha bagunça.

Meu uniforme e equipamentos estão jogados no chão desde aquele dia, caixas de pizza estão sob a mesinha de centro e até sob o sofá, garrafas de cerveja, pacotes de Doritos e outros restos espalhados pelo cômodo.

Ele me encara esperando por uma explicação, apenas dou de ombros e caminho até a janela, olhando para as luzes da cidade e o céu escuro.

— E então? — Ele pergunta impacientemente.

— Então o que?

— Você tem noção do que está acontecendo lá fora depois do seu pequeno número? Claro que não, você não atende a porcaria do telefone ou sai da porcaria desse apartamento há dias! Tom está cuspindo fogo e dizer que os patrocinadores estão furiosos é um eufemismo, sem falar na imprensa. Você sabia que tem um bando de jornalistas acampando em frente ao seu prédio? Você está muito ferrado, meu amigo.

— É para isso que você veio aqui? Eu sabia no momento em que abandonei o jogo, quais seriam as consequências. — Digo com a voz uniforme.

— Não acho que você sabia, não. Vince... — O tom de voz de Edward me faz virar em sua direção. — Você está fora do time, mas os seus problemas não acabam por aí.

Paixão em Jogo         (Livro 5)Onde histórias criam vida. Descubra agora