Capítulo 9: Elisa

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No dia seguinte, eu acordei antes do Lucas chegar em casa e me arrumei, me deixando tempo para tomar café da manhã em casa.

Estava prestes a sentar na mesa quando escutei alguém bater na porta e fui atender.

Eu abri a porta e vi Lucas com uma garota segurando sua mão e os dedos entrelaçados.

Não sei porquê, mas senti algo estranho ao ver ele com outra garota. Eu não gostava dele. Era impossível eu gostar dele. Mas ao ver aquela garota ao seu lado eu senti o mesmo que senti quando via Gustavo com Ana.

Ciúmes? Não! Impossível!

- Bom dia, Lisa! – Ele disse com um sorriso, que, odeio admitir, mas achei bonitinho.

Lisa, não! Sem sorriso bonito e cabelo fofinho! Lembra?

- Bom dia. – Eu falei, mas eu acho que o que eu estava sentindo se transpareceu.

- Umm, eu... eu... essa é minha irmã mais nova, Millie! – Ele disse, olhando para a garota do seu lado.

Ele voltou o olhar para mim e percebi que havia expectativa nos seus olhos, como se procurasse alguma aprovação minha.

Eu senti algo parecido com alívio quando escutei a palavra "irmã" sair da boca dele.

- Oi! – Ela disse com um sorriso acolhedor.

Só quando Lucas falou quem ela era que eu percebi o quão parecidos eram. Ambos com cabelo preto, olho claro, embora os olhos de Millie eram castanhos e os de Lucas, verdes, ambos com o mesmo formato do rosto, o mesmo sorriso. Ambos muito bonitos.

Eu dei um sorriso para ela em resposta ao "oi" dela.

Me afastei da porta para sinalizar que eles entrassem e falei:

- Eu estava me preparando para tomar café da manhã. Podem entrar!

- Umm, a Millie está nas férias de verão dela e queria passar o dia na cafeteria comigo. Tem algum problema?

- Não! Eu posso descobrir os seus podres com ela! – Eu disse.

- Ha! Eu sou completamente perfeito. Não tem nada para você descobrir com a Millie.

- Vai nessa, maninho! No final do dia ela vai saber dos seus pecados mais profundos. – A irmã dele disse com um sorriso maléfico.

Sentamos na mesa e começamos a comer enquanto conversávamos.

- São quantos anos de diferença entre vocês dois? – Eu perguntei, querendo saber mais sobre o Lucas.

Calma! Por que eu estou me sentindo assim?

- Tive três anos de paz sem essa coisa! – Ele disse dando um cutucão na cabeça da irmã.

- Você tem algum irmão ou irmã, Lisa? – Millie perguntou, parecendo tão curiosa para saber sobre mim, quanto eu para saber do irmão dela.

- Não. Eu sou filha única! – Eu respondi.

- Ah! Então você cresceu sozinha! – Millie disse, um pouco desanimada com a minha resposta, quase como se sentisse dó de mim por ter crescido sem uma companhia igual ela com o Lucas.

- Na verdade, eu só fiquei sozinha até os 13. Com 14 anos eu conheci a Vitória e a Dayana, minhas melhores amigas, e não desgrudamos uma da outra desde então.

Terminamos de comer e fomos para o trabalho.

Durante a manhã, foi tranquilo e divertido com a companhia da Millie.

Na hora do almoço, eu estava indo para o restaurante que Lucas me levou da última vez, quando eu senti alguém segurar a minha mão, entrelaçar os nossos dedos e me puxar na direção oposta.

O amor (não) existeOnde histórias criam vida. Descubra agora