Eu me desesperei quando vi Elisa correndo para o banheiro. Sabia que ela não estava bem, então me preocupei.
Avisei ao nosso chefe que Lisa estava passando mal e que eu ficaria com ela até melhorar e falei para as meninas esperarem que logo faria o pedido delas.
Fui correndo para o banheiro atrás dela e, quando a vi vomitando, desejei passar toda sua dor para mim, para que ela não sofresse.
Parei do seu lado, me agachei e segurei seu cabelo para trás. Queria ajudá-la de alguma forma, mas não fazia a mínima ideia do que fazer.
A primeira coisa que pensei foi fazer a minha presença notável. Queria que Lisa soubesse que eu estava lá com ela, que ela não estava sozinha. Então com uma mão segurei seu cabelo e a outra coloquei em sua cintura por baixo da blusa, desenhando círculos em sua pele exposta, tentando acalmá-la.
Percebi que ela estava chorando, então desviei o olhar de seu rosto e respirei fundo para me acalmar. Odiava vê-la assim.
Voltei a olhar para ela e disse:
- Shh! 'Tá' tudo bem. Eu 'tô' aqui.
Em resposta, ela colocou a mão no meu antebraço, o que segurava seu cabelo, e o apertou. Suas unhas começaram a machucar minha pele, mas não reclamei. Aquilo era o mais próximo que eu tinha de tirar seu sofrimento.
Quando ela terminou eu me levantei, puxei descarga, peguei um pedaço de papel e limpei sua boca.
- Você pode pegar um copo d'água para mim? – Ela perguntou, com a voz baixa e meio rouca enquanto continuava chorando.
Eu concordei com a cabeça e saí do banheiro para pegar água para Elisa, a deixando com a cabeça deitada na tampa do vaso.
Quando voltei para o banheiro com o copo, encontrei Lisa longe do sanitário, com as pernas cruzadas igual uma criança, chorando mais do que antes e com as mãos trêmulas.
Fiquei de joelhos na sua frente e lhe entreguei o copo, a ajudando a segurá-lo.
Ela afastou o copo de si mesma, sinalizando que não queria mais e desmoronou em lágrimas.
- O que aconteceu, gatinha? – Perguntei, secando seu choro com o meu polegar.
- Eu tentei me levantar, mas eu 'tô' sem força nas pernas, e eu caí. – Ela disse entre soluços e lágrimas.
- 'Tá' tudo bem! Eu 'tô' aqui com você! Você quer que eu te carregue para fora daqui? – Perguntei, tentando deixa-la mais calma.
Ela concordou com a cabeça e esticou os braços para eu conseguir carregá-la. Eu me ajeitei, descruzando suas pernas, coloquei as mãos embaixo dos seus braços e a levantei. Ela enrolou os braços envolta do meu pescoço, as pernas, envolta da minha cintura e escondeu o rosto no meu ombro, enquanto eu segurei uma de suas coxas com a minha mão e envolvi seu torso com o outro braço.
Quando saímos do banheiro, vi Millie, Dayana e Vitória olharem para mim com olhares que presumiam coisas. Provavelmente ainda achavam que estávamos escondendo algo delas.
Eu estava indo em direção à mesa delas para deixar Lisa descansar um pouco, mas antes que tivesse a chance de colocá-la na cadeira, escutei ela falando com a voz abafada por causa da minha blusa:
- Não! Eu não quero sair daqui. Por favor! Não me solta.
Senti meu pescoço ficando molhando e percebi que Lisa tinha voltado a chorar.
- 'Tá' bom! Não vou te soltar! – Falei, em seu ouvido, com a voz não passando de um sussurro para as meninas não escutarem enquanto eu acariciava suas costas com minha mão.
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O amor (não) existe
RomansaDuas pessoas podem verdadeiramente se amar? Elisa acredita que não, e acha impossível algo ou alguém mudar seu pensamento. Até que ela conhece Lucas que a mostrará o amor verdadeiro.