Capítulo 18: Lucas

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No outro dia, acordei com meu alarme despertando e um grunhido vindo de Elisa. Eu estava deitado de lado, então no momento em que meu celular nos avisou a hora de acordar, Lisa abraçou minha cintura e escondeu seu rosto no meu peito nu, fazendo com que eu sentisse sua respiração na minha pele. Ela roçou seu nariz no meu esterno e deu um beijinho no mesmo lugar, abraçando minha cintura mais forte, me puxando mais perto.

- Linda, a gente tem que trabalhar! – Eu disse, afastando seu cabelo do rosto, enquanto minha outra mão ia para debaixo de sua blusa, passando as pontas dos meus dedos em suas costas.

- Eu não quero sair daqui! – Lisa disse, com um gemido triste e cansado, enquanto virava seu rosto, ficando com sua bochecha colada em meu peitoral, e dando beijinhos no meu braço.

Eu ri, e me levantei da cama a levando junto, enquanto caminhava até o banheiro com Elisa em meus braços. Eu me sentia completo com ela perto de mim. Me sentia em casa com sua cabeça apoiada em meu ombro, suas pernas envolta da minha cintura, um braço envolta do meu pescoço e o outro esticado nas minhas costas enquanto passava as unhas pela minha pele clara.

Quando chegamos no banheiro a coloquei no chão, na minha frente e a entreguei sua escova de dentes, enquanto pegava uma para mim no pacote de escovas que vi embaixo da pia.

Enquanto escovávamos os dentes eu não conseguia deixar de olhar para Lisa e sorrir com o quão fofa ela era de manhã e com o quão bonitinhos nós éramos juntos na frente do espelho escovando os dentes juntos.

Nós terminamos de nos arrumar e fomos para o trabalho. Durante o caminho, minha mão descansava na coxa de Lisa, que estava exposta por causa do short jeans curto, e sua mão foi em cima da minha, segurando os meus dedos, enquanto escutávamos música.

Chegamos na Le Café e tomamos o nosso café da manhã enquanto conversávamos. Com Lisa o assunto nunca acabava, sempre havia alguma coisa para conversarmos, não importava o momento do dia.

Enquanto Lisa falava, eu apenas me contentava em admirá-la. O modo como seu rosto se iluminava quando falava de algo que ela gostava, ou como ela sempre sorria quando olhava na minha direção, ou como seus olhos brilhavam quando ela percebia que eu estava ouvindo com atenção a cada palavra que saía de sua boca, ou como ela corava quando percebia o sorriso bobo no meu rosto ao olhar para seus lábios me segurando para não cortar sua fala com um beijo.

Quando terminamos nosso café já estava na hora de abrir a cafeteria, então nos preparamos para mais um dia de trabalho. Enquanto esperávamos pelos clientes, me virei para ver Lisa com seu avental e prendendo seu cabelo em um rabo de cavalo bagunçado, mas fofo, e não resisti. Me aproximei e a puxei para um beijo pela cintura. Minha intenção era ser apenas um selinho de "bom trabalho", mas nos perdemos na sensação de ter um ao outro nos braços e na sensação dos nossos lábios se completando que acabou que nos separamos apenas quando ouvimos alguém no balcão soltando um suspiro surpreso.

Nós viramos e encontramos minha irmã e as amigas da Elisa nos olhando com sorrisos surpresos. Quando percebemos que estávamos enrolados um nos braços do outro, nos desvencilhamos e nos afastamos. Escutei Elisa limpar a garganta com vergonha, enquanto ajeitava seu avental para evitar fazer contato visual comigo ou com as meninas. Percebi que ela estava corando, então decidi tomar a frente e fui atendê-las.

- Bom dia, meninas! O que vocês vão querer?

- Vocês estavam se beijando! – Minha irmã disse em um sussurro, mas percebi a surpresa em seu tom de voz – Suas bocas... se encostando... seus braços... na cintura dela... tudo ao mesmo tempo!

Millie parecia tentar encaixar peças para algum quebra-cabeça, enquanto Dayana e Vitória riam da amiga corada e ainda olhando para o chão envergonhada.

- Umm, Lisa? Eu acho que vou precisar da sua ajuda aqui! – Eu disse, olhando para ela, sentindo minhas bochechas esquentarem.

Vi o rosto de Elisa se iluminar com alguma ideia e vi um sorriso descontraído aparecer em seu rosto.

- Quando duas pessoas se gostam... elas demonstram esses sentimentos através de ações... umm, e uma delas é o beijo! – Elisa explicou, parecendo uma mãe tendo "aquela conversa" com os filhos, tentando segurar o riso quando viu que suas amigas entenderam o seu modo de tentar deixar a situação menos constrangedora.

- Então, vocês estão... ficando? – Perguntou Vitória, confusa.

- Pode ser, mas acho que preferimos o termo "saindo". – Eu disse, fazendo aspas com as mãos, enquanto olhava para Elisa.

- Vocês são um casal? – Perguntou Dayana.

- Não! – Eu e Elisa falamos ao mesmo tempo.

- Ainda é muito cedo para sermos um casal. Por enquanto acho melhor ficarmos sem nenhum "título oficial". – Elisa disse, procurando meu olhar para aprovação.

Eu não via a hora de chamar Elisa de "minha namorada", "minha garota", mas se ela queria ir com calma, eu iria respeitar suas escolhas.

Mas sabíamos que eu era dela e ela era minha, mesmo sem usarmos os termos em si.

O amor (não) existeOnde histórias criam vida. Descubra agora