Capítulo 13: Elisa

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No outro dia, acordei sozinha no sofá. Imaginei que Lucas estivesse no banheiro e voltaria depois, então fechei os olhos para tentar dormir de novo. Estava me sentindo melhor, mas estava tão confortável que não queria levantar ainda.

Quando estava quase pegando no sono, escutei passos indo em direção a mim. Ao me virar, vi Lucas indo em direção ao meu cafofo com um sorriso sonolento no rosto. Ele se abaixou em frente ao sofá, colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e deu um beijo na minha testa.

- Bom dia, linda! Você 'tá' se sentindo melhor? – Ele perguntou, olhando nos meus olhos para ter certeza que eu não tentaria mentir mais uma vez.

Eu concordei com a cabeça, dando um sorriso para ele ver que eu realmente estava bem.

- Ok! Vou me arrumar e eu posso fazer um café da manhã para a gente na cafeteria se você quiser. Pode ficar mais um pouco deitada, a gente ainda tem tempo. – Ele disse, indo em direção ao banheiro e fechando a porta para, provavelmente, tomar um banho para acordar.

Eu virei de costas para a porta e fechei os olhos de novo, mas não consegui dormir. Lucas era meu amigo, mas eu ainda sentia aquela sensação estranha perto dele, e o jeito que ele foi cuidadoso comigo logo cedo teve um efeito sobre mim e aquela sensação estava lá de novo.

Ainda não tinha descoberto o que era, mas isso não significava que eu tinha deixado de sentir o que eu estava sentindo.

Depois de um tempo, ouvi a porta do banheiro se abrir e os passos do Lucas em direção ao sofá, de novo.

Eu me virei para ele antes que pudesse chegar perto e confesso ter ficado feliz por ter feito isso.

Vi Lucas só com roupa de baixo e uma toalha jogada no ombro, enquanto ele secava o cabelo com uma das pontas do tecido macio. Ele olhou para mim e sorriu. Ele estava lindo.

Éramos só amigos, mas amigos acham um ao outro bonito, né?

Ele foi até o braço do sofá, na ponta contrária a que estava o travesseiro onde estava deitada, pegou a calça preta que estava usando ontem e a vestiu, mas continuou sem camisa.

Nunca tinha o visto sem blusa antes de ontem, mas não tive nenhuma surpresa ao ver os braços, o peito e o abdômen definidos. Lucas não usava roupas "coladinhas", mas eu já tinha uma noção que ele estaria em forma. Millie já havia comentado comigo que o irmão ia à academia, então, sem surpresas.

Mas mesmo assim, era algo de se admirar.

Acho que estava o encarando, porque depois que fechou o zíper da calça, ele olhou para mim e riu enquanto balançava a cabeça.

- 'Tá' encarando, gatinha! – Ele disse, me fazendo ficar envergonhada e esconder o meu rosto no travesseiro – Ha! Não precisa ficar com vergonha. Obras de arte foram feitas para serem admiradas.

Eu me levantei do sofá e olhei para ele, semicerrando os meus olhos.

- Essa aqui 'tá' na exposição de graça. Aproveita a oferta. – Ele completou, apontado para si mesmo, com um sorriso.

Eu peguei o travesseiro que estava deitada e joguei nele, pegando em seu rosto. Para devolver a travesseirada que dei nele, Lucas pegou a blusa preta que usou no dia anterior e jogou no meu rosto, enchendo as minhas narinas com o seu perfume.

- Você disse ontem que tinha umas blusas que talvez coubessem em mim. Fica com essa e me empresta alguma. – Ele disse, indo até meu quarto.

Me levantei num pulo e o segui a tempo de vê-lo abrir o meu guarda-roupa e fuçar para achar as tais blusas que caberiam.

O amor (não) existeOnde histórias criam vida. Descubra agora