Capítulo 4: Lucas

78 5 0
                                    

Quando entrei na Le Café e percebi que quem eu ajudaria era Elisa eu fiquei extasiado.

Depois do "encontro" na calçada eu não queria vê-la, nunca mais, mas depois que o choque passou, tenho que admitir que fiquei muito feliz.

Porém quando Elisa começou a limpar o balcão percebi que ela não ia gostar da minha companhia, e admito ter ficado triste com esse pensamento, mas segui suas ações para ignorar o fato de não ter sua atenção.

Ficamos um bom tempo "arrumando" as coisas para o dia começar, ela ignorando a minha existência e eu fingindo não estar nervoso perto dela, até que ouvimos o sino da porta tocar, anunciando a chegada de um cliente.

Me aproximei dela e falei:

- Você vai atender ele. É só lembrar da introdução que te deram. Se você esquecer alguma coisa, eu estou aqui. É só perguntar.

Percebi que a Elisa estava nervosa, e achei fofo, mas queria que ela ficasse tranquila, então fiz com que percebesse que eu estava lá para ela, se precisasse.

- Bom dia, senhor! O que vai querer? – Ela falou tão docilmente e com um sorriso gentil no rosto tão lindo, que, por um momento, me perdi em seu brilho e esqueci que estava trabalhando.

Mas voltei a realidade a tempo de escutar o homem na frente do balcão dizer:

- Vou querer um latte de caramelo, por favor!

Enquanto Elisa terminava de anotar o pedido do rapaz, eu fui escrevendo o nome dele em um copo e fui adiantando o caramelo envolta das paredes do recipiente.

Quando terminei, percebi que ela estava ao meu lado esperando.

Estendi o copo em sua direção e ela o pegou, fazendo com que os seus dedos encostassem a minha mão e suas unhas arranhassem de leve a minha palma.

Abaixei depressa a minha mão e senti o sangue subindo pelo meu pescoço, colorindo com uma leve coloração vermelha as minhas bochechas.

Limpei a garganta para tentar disfarçar que estava corando e comecei a procurar algo para fazer, claramente nervoso, me distraindo com coisas idiotas, como organizar os copos, que já estavam organizados.

Ainda bem que Elisa estava concentrada em fazer o pedido certo, e não percebeu minhas ações, mas, com certeza, o homem esperando pelo latte viu o modo como agi, porque o escutei dando uma risadinha.

Ela entregou o café, e nesse momento já estava recomposto, então encostei no balcão, ao lado da máquina de café, cruzei os braços e dei uma risada baixa.

Ela olhou para mim meio irritada e falou:

- O que é tão engraçado?

- Nada! Só achei impressionante. Você atendeu ao cliente e entregou o pedido, sem precisar da minha ajuda.

- Eu consigo aprender rápido! – Ela respondeu com um sorriso convencido, mas percebi que estava irritada pelo comentário.

- Aaaa! Vamos lá, Elisa! Não vai doer admitir que você precisa de mim.

Ela revirou os olhos, irritada e bufou.

Fofa!

Então ela saiu de trás do balcão, indo em direção ao nosso chefe que tinha acabado de chamá-la, e, tenho que admitir, senti falta da presença dela e de tê-la interagindo comigo, mesmo que fosse revirando os olhos irritada comigo.

Naquele exato momento decidi que teria sua atenção. Fosse boa ou ruim.

O amor (não) existeOnde histórias criam vida. Descubra agora