Não queria que minhas amigas nos encontrassem nos beijando, mas fiquei feliz por elas saberem que eu e Lucas estávamos "ficando", como elas disseram.
Não gostei muito do termo, preferia chamá-lo de "meu namorado", queria dizer as minhas amigas que ele era meu, queria ligar para os meus pais e dizer que estava namorando, mas eu estava com medo. Tudo que Gustavo me fez passar, tudo que ele fez para mim, tudo que senti quando o vi beijando outra garota, tudo deixou marcas em mim, e isso me fez ficar aterrorizada para "oficializar" um relacionamento com Lucas. Mas não me impedia de querer um relacionamento com ele.
Quando o choque das meninas passou, elas foram se sentar em uma mesa e eu fui atendê-las, deixando Lucas sozinho no balcão.
Ouvi a porta do estabelecimento se abrir, mas não me virei para ver quem era, já que Lucas se encontrava disponível para atender a quem fosse que havia entrado.
Terminei de pegar os pedidos das meninas e me virei para voltar ao balcão para fazê-los. Quando cheguei ao lado de Lucas, atrás do balcão, percebi que quem havia entrado pela porta era alguém que esperava nunca mais ver em minha vida.
Quando parei ao lado de Lucas me deparei com Ana sorrindo para ele, como se já o conhecesse.
- Oi, Lucas! Quanto tempo. Quando foi a última vez que nos vimos? – Perguntou ela com um sorriso meio cínico e forçado.
- Umm, acho que já faz três anos, Ana. – Lucas respondeu, parecendo um pouco desconfortável com a presença da garota a sua frente, mas mantendo um sorriso simpático e uma pose profissional.
- Oh! Sim! Três anos. Muito tempo longe de mim. Sentiu minha falta? – Ana perguntou rindo, como se tentasse fazer uma piada.
- Ha! – Lucas forçou uma risada – Umm, já sabe o que vai querer pedir?
- Oh, claro! Eu vou querer um pedaço da torta de morango e um café. – Ela respondeu – Calma! Elisa?! É você mesmo? – Ela perguntou, com um sorriso falso, que mostrava toda a raiva e nojo que ela sentia de mim.
- Oi, Ana! – Eu respondi, implorando para que alguém me explicasse o que aconteceu entre ela e Lucas.
- Umm, vocês se conhecem? – Lucas perguntou, se aproximando de mim, com um olhar confuso.
- Com certeza! Ela namorava o meu melhor amigo. Pena que não deu certo, Lisa! Sinto muito mesmo! – Ela disse, colocando a mão no peito, fingindo se sentir mal pelo o que aconteceu entre eu e Gustavo, mas ela mais parecia com uma das meninas malvadas do que a garota doce e gentil que ela estava tentando dar a impressão de que era.
Quando ela se referiu a Gustavo como "seu melhor amigo" eu senti uma raiva descontrolável e meus olhos encheram de lágrimas, não porque eu estava chateada, mas sim porque eu estava irritada, com raiva, com nojo, queria que aquela garota sumisse da minha frente, mas me controlei e não deixei minhas lágrimas caírem.
Lucas percebeu que meus olhos estavam mais brilhantes que o normal e se aproximou de mim, ficando de costas para Ana e colocando as mãos nos meus braços, tentando me acalmar.
- Linda, 'tá' tudo bem? O que aconteceu? Por que você 'tá' chorando, princesa? – Ele perguntou, com a voz baixa para que a garota atrás do balcão não nos ouvisse.
- Eu 'tô' bem, só... não sei... não me sinto confortável com ela aqui.
- Ela foi a garota com quem Gustavo te traiu? – Lucas perguntou, colocando a mão no meu rosto, me fazendo olhá-lo nos olhos.
Eu apenas concordei com cabeça, com muito medo de tentar falar alguma coisa e minha voz falhar.
- 'Tá' tudo bem. Eu atendo ela. Ok? Você faz os pedidos das meninas e eu faço o dela. – Ele disse, passando a mão, que permaneceu no meu braço, pelos meus cabelos.
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O amor (não) existe
RomanceDuas pessoas podem verdadeiramente se amar? Elisa acredita que não, e acha impossível algo ou alguém mudar seu pensamento. Até que ela conhece Lucas que a mostrará o amor verdadeiro.