Ransom

459 66 12
                                    


Hoseok tinha acabado de passar por alguns carros de polícia, enquanto estacionava na parte sul da Academia para ômegas de Gwangju. Respirou fundo, tentando encontrar uma forma de entrar e acalmar seu lobo nervoso, quando ouviu o sussurro da irmã.

— Hobi... — Ela falou. Deixando o alfa com um sentimento estranho, mas muito bom em seu peito. — Vo-você vai... — Engoliu em seco, tentando continuar a falar, mas já estava sem forças.

— Jiwoo? O que houve? — O alfa questionou alarmado. Mas a ômega não queria gastar o pouco de energia que ainda tinha, falando. Então abriu o sobretudo e mostrou a parte de trás do corpo onde o sangue manchava seu vestido.

Pavor tomou a face de Hoseok que não sabia o que fazer naquele momento. Achou que o cheiro de sangue fosse por causa da sua perna, mas deveria ter percebido que o cheiro estava forte demais e denso demais. Achou que a presença vulnerável da ômega fosse por causa do medo da fuga e por isso focou na direção.

— Jiwoo... me desculpa. Isso não deveria ter acontecido. — O alfa exclamou, enquanto segurava o rosto da irmã. — Por favor... eu vou te ajudar. Eu vou dar um jeito.

— Shh... Está tu-tudo bem... agora. — Ela sussurrou, com as lágrimas molhando seu rosto delicado. — O-obrigada, Hobi..., por me deixar ser sua irmã. Pe-pelo menos...um pouco. — A ômega alisou o rosto do irmão com a ponta dos dedos, tentando traçar a fisionomia tão parecida com a sua, mas ao mesmo tempo tão diferente. Queria ter tido a oportunidade de ser a irmã que ele merecia.

Noona... — Hoseok sussurrou, em meio a um soluço, envolvendo o corpo pequeno da irmã em um abraço carinhoso. Mal sentiu, quando ela o abraçou de volta e por isso foi tão doloroso quando percebeu que a mesma já não respirava. Não notou, mas naquele momento chorava pela irmã que mal teve a oportunidade de ter.

Levou um longo tempo ali, sentado no carro, pensando no que faria e em como toda aquela situação tinha ficado confusa e mórbida. Pousou a testa no volante, tentando não pensar no corpo inerte da irmã ao seu lado e consequentemente no sentimento obscuro que crescia dentro de si, como um buraco negro que suga toda a luz e vida ao seu redor.

— Prometo que faço um funeral bonito pra você, noona. — O alfa sussurrou, com a voz entrecortada, para o vazio do carro e como esperado não recebeu nada de volta. Tirou o blazer e cobriu o corpo da irmã.

Olhou a perna e percebeu que o curativo rápido que tinha feito, tinha estancado o sangramento. Então tratou de procurar algo que ajudasse a entrar no instituto. E para total surpresa de Hoseok, encontrou no porta-malas do carro, algumas armas.

Não perdeu tempo considerando. Apenas pegou o máximo que conseguiu carregar e que não o impedisse de se movimentar e caminhou em direção à guarita. O segurança mal percebeu sua presença e foi atingido pela carga elétrica do taeser. Rapidamente pegou o cartão de acesso e olhou algumas câmeras, procurando o melhor local para entrar e viu dois homens na porta dos fundos da escola.

Saiu da guarita e caminhou pelo jardim que contrastava muito bem com o estilo neogótico da propriedade. Mas não tinha tempo para reparar naquilo. Pegou o silenciador e rosqueou na Glock, precisava ser rápido, por isso usava boa parte do jardim ornamental para conseguir passar despercebido. Sentia as mãos trêmulas por causa da raiva contida e do seu lobo querendo o controle, mas não cedeu.

Quando chegou nos fundos, foi surpreendido por um beta que tinha saído de um galpão e carregava um ômega para dentro do prédio. E teria atirado nos dois homens na porta sem dar atenção ao beta, se não fosse pelo aroma familiar de baunilha. Era Seokjin e este gemia de dor, enquanto o homem o arrastava.

I'm Your Alfa  [NamJin] A/B/OOnde histórias criam vida. Descubra agora