A Rainha é Um Monstro

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POV EMMA:

Eu abri os olhos devagar, acostumando minha audição ao silêncio da manhã acompanhando apenas do barulho de alguns pássaros, o sol entrava pela janela e a claridade primeiramente tomou conta dos meus olhos. Aos poucos vi a rainha dormindo ao meu lado, sua respiração pesada, eu estava virada para ela que se encontrava de bruços do outro lado da cama.

Me aproximei um pouco, a observei, tão tranquila, os cabelos bagunçados, as costas nuas descobertas pelo lençol, os braços em baixo do travesseiro. Creio que pela primeira vez notei a cicatriz que ela tinha no lábio superior, fiquei curiosa em saber como a conseguiu, principalmente porque a deixava ainda mais linda.

Me aproximei um pouco mais deitando no mesmo travesseiro que ela, soltei meu ar com cuidado para não acorda-la, ainda fitava seu rosto e levei minha mão até ele com um pouco de receio. Quando meu polegar acariciou sua bochecha falei baixinho comigo mesma.

— Quais segredos você esconde, majestade? – Aproximei um pouco mais meu rosto do dela. — Você é realmente tão má assim?

A olhei por uns instantes e logo fechei os olhos respirando fundo, senti Regina se mexer, acho que minha respiração tão próxima acabou a despertando. Então abri meus olhos e fiquei olhando nos dela, os abriu devagar e a primeira coisa que viu foi eu a observando dormir bem de pertinho, assim que a minha imagem se sobressaiu a luz forte e recente da manhã ela abriu um sorriso largo que parecia brilhar em seu rosto.

— Bom dia, senhorita Swan.

— Bom dia, rainha.

Eu baixei o olhar, naquela manhã, quando o fervor do desejo se foi, eu me dei conta de tudo que aconteceu na noite passada.

— Está se sentindo bem?

Ela perguntou e as palavras trancaram na minha garganta.

— E-eu estou, eu só...é...eu nunca...nunca...senti nada como aquilo antes.

Eu falei toda enrolada, era perceptível que eu não sabia como organizar as minhas palavras.

— “Aquilo”?

Ela quis saber e eu fiquei mais nervosa, a rainha era esse tipo de pessoa, que te coloca contra a parede com perguntas, que não se contenta com meias respostas e sempre refaz o questionamento com a palavra chave para conseguir a resposta certa, ou a que quer ouvir.

— O que a rainha me fez sentir quando...quando eu...

Será que ela iria mesmo insistir em me deixar extremamente desconfortável e envergonha?

— Você...? Diga logo, Swan.

Sim, ela iria.

— Eu atingi meu limite com você, não tinha acontecido antes, descobri isso ontem.

Virei os olhos para cima querendo ver sua reação e um sorrisinho convencido e metido se fez em seu rosto.

— Não achei que seria diferente.

— É tão convencida assim?

Voltei a olhar para ela, minhas bochechas vermelhas.

— Eu apenas prezo por minha excelência em tudo que faço.

Fincou seu olhar no meu e por alguns instantes apenas nos olhamos, até ela chegar mais perto e segurar meu queixo me dando um selinho, como se fosse possível para nós desgrudar nossos lábios depois de um primeiro contato, algo na rainha me atraia para ela como um ímã.

— Achei que quando acordasse seria expulsa daqui...

Falei respirando mais fundo.

— Expulsa? Por que eu te expulsaria...

Killing the Queen Onde histórias criam vida. Descubra agora