Killing the Queen

Não Posso Ser Sua

POV EMMA:

Como sempre a rainha estava a minha frente, mas eu apressei o passo ficando ao lado dela, toquei nossas mãos suavemente, com cuidado, passando meu dedo sobre o dela. Não trocamos olhar algum, mas devido a falta de resistência eu encaixei nossos dedos e nós seguimos caminhando como se nada houvesse. Minha impressão era de que Regina estava ignorando e eu...eu estava nervosa, tensa. Andamos assim o caminho inteiro até o estábulo.

Eu estava tentando ignorar aquele toque, como se fosse possível. Odeio admitir que aquela coisa quase que insignificante estava me deixando tão tensa a ponto do meu nervosismo não deixar eu expressar uma reação que fosse. Eu não posso entender o que Emma está fazendo comigo, eu não quero entender. Não vejo motivos para gostar dela... Mentira. Eu não queria achar. Pensei que algumas páginas cheias desses motivos iriam os tirar de dentro de mim, mas então ela apareceu invadindo minha boca, meu castelo, meu quarto...invadindo tudo. E agora fica tentando irromper a porta trancada do meu coração, mas isso será mais difícil para ela. Tão difícil...porque eu joguei as chaves fora.

Eu soltei rapidamente sua mão assim que chegamos ao estábulo, não falei com Emma, não olhei para ela. Preparei meu cavalo em silêncio assim como Swan, mas notava seus olhares curiosos e pensativos sob mim. Talvez eu devesse dar alguma satisfação, mas o que poderia dizer? Acho que estou apaixonada por você? Não... Eu não queria dizer isso nem para mim mesma. Da mesma maneira eu montei e sai trotando na frente dela, sem ao menos cruzar com seu olhar.

Mas o que diabos aconteceu com ela? Talvez eu tenha ido longe de mais, tenha me aproximado de mais. Eu montei no meu cavalo e fiz ele correr até alcançar a frente dela.

— Não esqueça que eu estou no comando do nosso destino, majestade.

Falei mais alto para ela e virei o rosto rapidamente para trás com um sorriso, vi ela sorrir fraco e logo voltei a atenção ao caminho, sem nenhuma palavra dela, eu sentia uma tensão entre nós e me vi obrigada a deixar ela começar a trotar devagar ao meu lado. Demorou um tempo para eu criar coragem de abrir a boca.

— Está tudo bem?

Perguntei e nos olhamos rapidamente, o olhar de Regina logo se fixou as suas mãos nas rédeas.

— Eu não consigo entender por que você gosta de mim. Por que todo esse esforço.

— Eu também não.

Minha resposta visivelmente surpreendeu ela, porque seu olhos se voltaram para mim interrogativos.

— Entendo menos você a cada dia. Isso não faz sentido, nada como...não sei, ao menos fazer você como nunca fizeram antes? Digo...eu tenho motivos para gostar de você...

— Você tem?

Perguntei sorrindo de lado, interessada em saber, mas Regina baixou o rosto de novo.

— Tenho.

Fiquei quieta por um tempo.

— Talvez gostar verdadeiramente de alguém seja não saber por que você gosta.

— Não... É mais simples que isso, eu não tenho motivos nenhum para gostarem de mim.

Ela poderia colocar drama em seu tom, talvez um pouco de melancolia, mas era pior do que isso. Era uma naturalidade cortante, aquilo já era uma certeza para ela, uma certeza que a machucava, mas ela fingia que não tinha importância.

— Isso não é verdade.

— Então por que você gosta de mim?

Voltou a me olhar rapidamente.