Uma Grande Tragédia

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POV EMMA:

Eu estava completamente perdida e triste, não tive forças para pegar meu cavalo e ir embora, assim que eu botei os pés para fora do castelo desabei em lágrimas. Eu sou a única culpada por isso, fiz o que achava certo, mas não esperava que fosse me apaixonar por ela no meio do caminho, nem nos meus maiores delírios.

Eu pensava no olhar de Regina quando olhou em meu olhos, como se ela visse o paraíso se partindo. Eu queria poder evitar tudo isso, não queria ter mentindo, se pudesse apagaria esse diário da minha cabeça, queria fazer o coração de Regina voltar a acreditar que poderia tentar comigo, mas tudo desabou, porque eu sou uma péssima mentirosa. Porque nunca deveria ter mentido para ela, mas acho que isso é algo do qual eu não posso fugir.

Agora ela sabia, ao menos disso, eu estava livre para ir, mas simplesmente não conseguia, tudo que eu queria era voltar correndo e beija-la. Não podia, estava acabado, e eu procurei por isso, estava pedindo pelos problemas quando fiz o que fiz.

Me perguntava se Regina iria pensar que a única razão para eu gostar dela fosse saber daquelas coisas, porque tenho plana certeza em meu coração que eu me apaixonaria por ela de qualquer maneira, eu me apaixonaria pela rainha se fosse apenas isso que eu tivesse. Junto a isso, também é inevitável pensar que ela pode achar que tudo, tudo mesmo, que eu disse era mentira, e o motivo do meu cego desespero era justamente essa opção, como se eu enxergasse apenas essa me agarro ao pranto e deixo que a sensação horrível de perder Regina tomar conta de mim, não só ela, mas tudo, porque em minha cabeça tudo estava arruinado.

O que me restava agora? Eu não tinha mais a rainha, não tinha mais o homem que eu amava, não tinha mais a minha melhor amiga, Branca irá me odiar para sempre. Eu sentia como se estivesse tudo desmoronando, com Regina fazendo algo contra mim ou não, me parecia que não iria escapar dessa.

O problema é que, não pude controlar a intensidade com que me apaixonei por ela. Era algo impossível de se controlar e também, como poderia eu me apaixonar por aquela mulher controladamente? Regina me fazia sentir que eu nunca estive verdadeiramente apaixonada. Eu desejava poder ter conseguido me controlar, ter feito algo contra ela quando tive a chance, pois se não tivesse me apaixonado tão profundamente, não estaria doendo tanto agora. Se não fosse ela, se eu não tivesse conhecido Regina, talvez pudesse ter me apaixonado controladamente.

A única coisa que eu podia fazer era voltar para casa com o rabinho entre as pernas, e foi o que eu fiz; tentei enxugar as lágrimas de uma maneira inútil, peguei meu cavalo e fui embora. Como uma assombração, não tinha forças para ir rápido, estava triste.

                                         ~~~

Quando cheguei já estava anoitecendo, mas ainda estava claro. Desci na taverna e quando entrei abri a porta com cautela, para ver quem estava lá e ninguém me ver, eu entrei de gaiata. Estava um pouco movimentado demais para aquele horário e aquele dia, mas parece que agora as pessoas não tem mais medo, ou o que fazer, não tem mais porquê se esconderem.

Vi Ruby atrás do balcão e fui até lá, me sentei de cabeça baixa e olhos arrependidos, sentia eles vermelhos, pesados, por todas aquelas lágrimas. Uma caneca de bebida foi colocada na minha frente, só então ela me viu, a olhei por cima dos olhos e vi sua expressão fechando na hora, uma mistura de raiva e repreensão, como uma mãe que recebe a filha depois dela ter fugido sem avisar.

— Ruby, fala comigo, por favor.

Ela intensificou sua expressão apenas e tentou se afastar de mim, mas eu segurei seu pulso em cima do balcão fazendo ela voltar a me encarar.

— Por favor...?

Pedi e senti meus olhos se encherem de água outra vez, ela suspirou e se aproximou um pouco de mim.

Killing the Queen Onde histórias criam vida. Descubra agora