Killing the Queen

Em Torno de Swan

POV EMMA:

Estava com a cabeça tão cheia que acordei no meio da noite sonhando com a rainha, com momentos bem específicos. Despertei ao me dar conta de que era um sonho, e com medo de ter gemido alto ou me mexido, pensei que estava realmente molhada, mas Ruby continuava dormindo tranquilamente então creio que ficou apenas no sonho.

Respirei fundo e tirei os braços dela da minha volta, levantei da cama e sai do quarto. Desci as escadas e ao sair na rua por um momento cogitei pegar meu cavalo e voltar para o castelo, uma ideia que passou como um vento rápido por meu pensamento. Deveria sonhar com o que me aflige e não com o que estou sentindo falta, mas o que podia fazer se não esquecer. A brisa estava fria e eu me abracei voltando para dentro e seguindo para o meu quarto.

Bael estava em sono profundo e eu me deitei ao lado dele, sentia como se a cama estivesse vazia. Desejei, inclusive, procurar Rumplestiltiskin e pedir um feitiço de memória para esquecer o que li, para esquecer tudo, mas Bael me proibiu de procurar ou falar com o pai dele, não que isso me valesse de alguma coisa. E além de tudo eu precisa pensar em como transformar isso em uma arma contra ela, e também era tudo que eu tinha conseguido, não podia perder.

Não conseguia aceitar e engolir o que li, mas era preciso encarar da forma mais fria possível. Então eu pensei, repassei cada linha na minha cabeça como se Regina não fosse nada, não significasse nada para mim. E de todas as coisas conseguia identificar apenas uma que poderia ser um ponto fraco atingível, e eu a detestava.

Era ela, Malévola, precisava encontrá-la, era a rachadura na história de Regina, a pessoa com quem ela rompeu por ser contra os planos malignos dela. E se ela fez isso é porque sabe os objetivos da rainha, vingança...disso eu sabia, e sabia também qual era o verdadeiro motivo dessa vingança, dessa mágoa, mas eu queria saber qual era o motivo que ela mascarou talvez até para ela mesma; queria saber o que Branca escondia, porque era esse o disfarce da vingança de Regina.

Não precisava de Malévola para isso, bastava ter uma conversa com Branca, mas a conclusão nisso era que onde poderia usar seria apenas em conversas, aprofundando nossa relação e tentando a convencer de que havia um caminho melhor, mostrando que eu era um espaço seguro para ela se abrir, que ela podia confiar em mim, que eu sempre iria a segurar. Eu queria dizer isso a ela e pedir que me contasse toda a verdade, sinto que acabaria por ficar ao seu lado. E me repreendi imediatamente por pensar dessa maneira.

Por tanto, isto não era uma arma, eram apenas confidências, roubadas, e eu queria a machucar. Assim o que eu precisava mesmo de Malévola era uma maneira de quebrar a magia de Regina, preciso arrancar a magia dela de uma forma definitiva e irreversível, porque na espada, graças ao erro dela de confiar em mim, eu me garanto. Dessa maneira quando vencermos ela definhará em si mesma. Eu poderia a vencer da maneira que quisesse, mas não entendo por que precisa ser tão cruel, por que eu não posso simplesmente mata-la.

Por fim me virei de costas para Bael e apenas tentei dormir o resto noite, eu queria resolver tudo imediatamente.

POV REGINA:

A noite estava quieta como nunca naquele castelo, eu não sabia ao certo como interpretar o silêncio, se era paz ou solidão. Em meio aquela tranquilidade e meus pensamentos, que repassam os últimos acontecimentos, um deles fez-me tomar uma atitude. Depois de anos eu tinha meu diário nas mãos, sentada na cama enquanto o encarava sem ter coragem de abrir e reler o que sabia que estava ali. Não era isso que queria, muito menos pretendia começar uma nova página protagonizando o nome de Emma Swan.

Eu poderia falar tantas coisas sobre Emma...poderia começar por a maneira que ela me irrita, a textura de sua pele contra os meus lábios, como o beijo dela marcou minha boca para que eu já pudesse reconhece-lo, a forma de dizer que era minha. Seu gosto doce que me lembrava baunilha, o cheiro de canela do seu perfume que parecia combinar perfeitamente com o meu, maçã com canela sempre foi o meu chá preferido, e Emma me trouxe tantos duplos sentidos para esta frase.