Maçã com Canela

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POV EMMA:

Ao terminar o beijo aos poucos, ainda de olhos fechados, senti Regina soltar a respiração devagar perto da minha boca, seu hálito quente em meu rosto era como estar no céu. Suas mãos apertaram-se mais em minha cintura e eu levei as minhas até seu rosto, o segurei grudando minha testa na dela. Trocamos mais um selinho e eu espalhei beijos calmos por todo seu rosto; na sua bochecha e na ponta do nariz, em cada um dos seus olhos, em sua cicatriz e do outro lado do seu rosto, por fim, em sua testa e mesmo de olhos fechados soube que ela sorriu levemente.

Eu sorri afastando minimamente nossos rostos e a olhando, seu olhar naquela luz era como se ela fosse o mundo inteiro bem na minha frente, para mim não havia nada mais além de Regina, todo o resto desapareceu. Seu olhar nunca esteve tão limpo, eu finalmente entendi o que Malévola disse quando falou que ela era doce, não sentia ciúmes, me sentia privilegiada por poder conhecer essa parte dela.

Após o tempo que demos a esse olhar ela pegou minhas mãos, entrelaçou seus dedos nos meus sem pressa e com um sorriso tímido voltou a aproximar-se, passando seu nariz pelo meu e fechando os olhos, passou para a lateral do meu rosto fazendo o mesmo e deixando um beijo leve, eu me derreti de uma maneira diferente, uma maneira inocente. Regina desceu até o meu pescoço, minha pele arrepiou sentindo apenas sua respiração quente contra aquela região, um tremor e alívio correu por todo o meu corpo quando senti o toque leve dos seus lábios, lento e sutil, um beijo por vez em três partes diferentes dali. Logo ela subiu as mãos por minhas costas e me abraçou, eu envolvi meus braços em volta dela retribuindo e mantendo os olhos fechados, sentia sua respiração calma contra a curva do meu pescoço.

Não havia nenhuma rainha ali, era apenas ela, era a minha...minha Regina, apenas ela. Aquela sensação de que finalmente eu estava em casa me preencheu, suspirei a apertando mais e nos mantemos assim, sentindo uma a outra novamente nos braços, até que o sol caísse de vez. Eu amava a sua voz, e cada palavra que trocava com ela, mas os nossos momentos em silêncio, onde apenas nossos atos e olhares falavam e demonstravam, eram os mais intensos, era onde nossos sentimentos eram expostos de maneiras que jamais poderíamos colocar em palavras, era onde sentia Regina por completo.

Eu me senti tão acolhida no abraço de Emma, era como se ela fosse meu único local seguro, o único lugar onde eu podia respirar e me despir, ser eu, ser feliz, estar em paz. Eu não sentia nada agora, apenas a calma, a clareza, como se um vento tivesse soprado sobre as trevas do meu coração. Todas as sensações que ela me causava terminavam em uma face de tempestade.

— Senti sua falta, minha majestade.

Falei por fim e senti Regina puxar o ar como se quisesse guardar o meu cheiro em seus pulmões, não a senti solta-lo, apenas outro beijo mais demorado e ela se afastou dali, olhando em meus olhos mas permanecendo colada em mim, a senti estalar os dedos nas minhas costas, e o quarto se iluminou junto ao luar entrando pela janela. Eu a abracei pela cintura e ela deixou uma mão firme nas minhas costas enquanto a outra subiu fazendo um carinho no meu rosto enquanto colocava um fiozinho de cabelo para trás da orelha, seu olhar passeou dos meus olhos para a minha boca e voltou.

— Eu senti sua falta também, Emma. De tudo em você, dos seus olhos, seu corpo, seu rosto, o seu carinho... Seu gosto, eu senti falta de sentir o gosto de canela que vinha dos seus lábios e do seu cheiro... Da textura da sua pele, de a tocar... Do doce sutil da baunilha em cada pedaço seu. Senti falta do vento que você soprava nas trevas do meu coração, de me sentir em paz, e de sentir você tremendo nas minhas mão, de cada respiração alterada e cada gemido, e cada silêncio. Eu senti falta da minha tempestade e do meu paraíso.

Meus olhos estavam marejados, eu estava sem palavras, sem ar, sem forças...sem pensamentos. Eu não sabia aquelas coisas de mim mesma, muito menos que era o que a rainha pensava e sentia, ela não costuma expressar os sentimentos dessa maneira. Deixei uma lágrima escorrer e sorri para ela, pegando sua mão e beijando delicadamente, olhando diretamente em seus olhos, como eu também sentia falta daqueles olhos, de manter aquele contato.

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