Regina Mills Está Morta

1.1K 135 194
                                    


POV EMMA:

Estávamos indo em direção a torre que dava para o cofre, em silêncio, mas um guarda parou Regina no caminho.

— Minha rainha, o senhor Henry pediu para lhe ver.

Estava quase ao lado de Regina e olhei para o seu rosto vendo sua expressão ser tomada por medo e preocupação, ela saiu dali pisando firme e rápido, me deixou simplesmente. Espero que Henry esteja bem, afinal a rainha lhe deu a poção, e espero que fique bem, mas se o pior acontecer considerando o que Regina acabou de fazer eu não chamaria isso de outra coisa se não justiça divina.

Me encontrei ali sozinha, eu estava prestes a ir embora, não teria outra chance. Mais rápido do que ela foi ao encontro de Henry eu fui até o quarto dela. Entrei e fechei a porta, peguei a chave, me sentei na penteadeira e abri a gaveta com pressa, peguei o diário em minhas mãos e sorri respirando acelerado.

Como uma boa leitora curiosa eu abri prontamente na última página, estava em branco, só faltava precisar de magia para ler também. Eu folhei do fim para o começo e haviam algumas últimas páginas em branco. Suspirei e então fui direto pelo início. As primeiras palavras já foram um golpe e me fizeram ficar com o olhar sério.

“A noite de ontem foi a noite da minha morte. A rainha nunca será Regina Mills, eu nunca serei a rainha, a rainha é apenas um corpo vazio cuja a alma fora arrancada pelo rei. Preciso ocupar esse lugar com algo que não vejo o que ser se não me vingar de todos que me mataram. Não sinto que tenho mais algo a perder. Porém o que sinto agora não é ódio, o que sinto neste momento é o vazio, uma tristeza tão grande que embrulha meu estômago e me faz querer tirar minha própria vida. Eu tentei, mas falhei, e isso me dói profundamente.

Cada toque de Leopold dói em meu coração como se fossem golpes de uma adaga. A dor física que senti fora uma passagem para o aperto que se forma em meu peito, para as lágrimas que caem sem que eu possa controlar tamanha a dor que estou sentindo.

O que mais dói é o momento em que meu não foi negado. Ele entrou em mim como se eu não fosse ao menos outra pessoa, sem respeitar minha idade, minha história, meu corpo, ou minhas vontades. Sem considerar a dor que estava me causando, por mais que eu chorasse, gritasse e pedisse para parar.”

Levei a mão a boca e deixei o diário cair sobre a penteadeira, lágrimas nos meus olhos, tamanho o choque com o que acabei de ler. Respirei fundo, procurando forças para continuar lendo, aquilo me deixou terrivelmente mal. Saber que ela havia passado por aquilo e o que ela sentiu, eu pensei que não tinha o direito de estar lendo aquelas coisas, era uma violação imperdoável. Deixei cair uma lágrimas, mas no entanto, mesmo sem esperar por aquilo, já havia lido e já estava ali. Eu não iria parar agora, retomei o diário para minhas mãos e tentei ser o mais impassível possível, virei a página.

“Fazem algumas semanas desde que me tornei rainha, desde que isso aconteceu. E toda semana isso se repete, toda semana ele entra no meu quarto, tira minha roupa e eu espero que acabe logo. Leopold nos colocou em quartos separados para fingir que era um casamento de interesses, mas ao que parece ter uma esposa tão mais nova que ele pareceu-lhe bem mais interessante.

Uma fada me salvou hoje, mas eu não queria ser salva, essa atitude talvez tenha piorado o estado que venho me encontrando. Meu amor está morto, mas eu devo ter outro em meu destino, foi o que ela me disse. Olhos de tempestade...essa era a informação que eu tinha, a única coisa da qual podia contar, era que meu amor verdadeiro tinha olhos de tempestade. Porém nesse entardecer eu não queria esperança, eu queria apenas morrer. Não fugi do amor, pois não podia amar, não podia amar com um coração em pedaços, não podia amar se sou casada com um homem que não permitiria que essa pessoa continuasse viva se descobrisse. No entanto minha mãe estava errada, o amor não é uma fraqueza, é uma mentira.”

Killing the Queen Onde histórias criam vida. Descubra agora