11- Lauren?

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Alexa e eu marcamos de nos encontrar em um dos cafés no centro de Miami. Cheguei antes dela e a esperei sentada em uma das mesas ao lado de fora. Não demorou muito e a mais nova chegou, indo até o lugar onde eu estava e me cumprimentando enquanto pedia desculpas pelo atraso afirmando que não era só comigo que ela se atrasava.

Me pergunto se ela tem algum emprego..

-Conversei com um colega meu e ele topou arrumar nossos carros. Será completamente por minha conta.

-Eu já disse que não precisava, não foi tão feio eu mesma posso arranjar um lugar onde...

-Por favor me deixe consertar meu estrago.. Eu sinto por ter feito aquilo, foi muita irresponsabilidade.

A mais nova me interrompeu, seu olhar expressou tristeza e ela segurou suas mãos como um ato de se consolar como se eu não estivesse ali. Ela se referia ao acidente como se eu estivesse ido ao hospital e o carro ficasse todo destruido, já eu encarava mais como uma falta de atenção que graças a Odin não feriu gravemente nenhuma das duas e nossos carros ainda funcionam que é o que importa. Não entendi o motivo de tanto remorso por algo pequeno ou será que estou acostumada a ver grandes conflitos no dia a dia do trabalho que isso não me abalou como deveria?

-Tudo bem.. Obrigada por isso. Você é mesmo uma mulher insistente viu.

Rimos e ela levou novamente seu olhar a mim, seu sorriso era lindo como de alguém que espalha luz por onde passa.

-Sou quando precisa ser.

Concordamos e nosso assunto se focou agora em o que pediríamos para comer, afinal era horário de lanche da tarde e por isso resolvemos nos encontrar em um café.

A tarde foi se estendendo em meio as nossas conversas que eram para ser rápidas, apenas sobre as informações do local onde o meu carro iria e afins, porém acabamos falando sobre outras coisas que nos proporcionou risadas e uma tarde bem confortável e tranquila. No final passamos nossos números uma para outra, ela era legal e a forma que conversamos me fez sentir como se eu já a conhecesse há um tempo.

-Afinal, você trabalha com o que? Desculpe a pergunta, é que no dia do acidente você estava vestida tão formalmente.

-Sou psicóloga. As vezes atuo como psiquiatra no hospital mas na maior parte do tempo sou psicóloga na clínica aqui do centro de Miami perto do So Much Mass sabe? No dia do ocorrido, estava voltando de uma palestra. Por isso estava tão arrumada.

Vi a mesma erguer as sobrancelhas e arquear a boca e eu não me surpreendo. Era um ato comum dos outros quando eu digo com o que trabalho, parece até que as pessoas se sentem pressionadas ou vigiadas logo depois de saberem disso, como se eu passasse o tempo todo as analisando. Não que isso seja totalmente mentira..

Desde pequena sempre fui muito detalhista, meu pai me chamava de "ojos atentos" que significa "Olhinhos atentos" pois cresci com o hábito de observar bem tudo à minha volta inclusive as pessoas. Quando comecei a trabalhar na área de psicologia, as observações se tornaram constantes muitas vezes sem nem eu mesma perceber. Mas não chega a ser uma análise.

As vezes isso cansa, deixa os pensamentos mais ativos e várias possibilidades vão se formando como um grande mapa mental apenas para decifrar o que e como a pessoa á minha frente está se sentindo exatamente.

-Siim, conheço gente que mora lá perto inclusive eu.

Ela ri e logo continua -Que legal!! Eu sempre gostei muito dessa área, mas sou dispersa demais para atuar nela.

-Isso pode se tornar um incentivo caso você realmente queira.

-Então podemos concluir que é apenas um passatempo mesmo.

You belong to meOnde histórias criam vida. Descubra agora