Luke / 9 anos de idade / Alerta: Agressão verbal; linguagem imprópria.
Fecho a porta do meu quarto e corro para a minha cama. Acho que hoje ele chega mais tarde então posso ficar brincando com os brinquedos que a Carol me deu de presente. Hoje foi legal, eu e vovó fizemos alguns doces, estavam muito bons.
Brinco um pouco e rapidamente vou para a minha cama.
" Querido Deus, obrigado pelo dia de hoje, foi muito divertido e eu não precisei ir para a oficina. Obrigado também por você estar ajudando a Alice no emprego dela, já temos bastante dinheiro, obrigada também por dar saúde para todo mundo. Me desculpa se fiz alguma coisa errada hoje, se fiz não foi minha intenção. Queria te pedir para continuar iluminando eu e minha família e que quando eu ficar bem grande eu consiga cozinhar bastante sem ele me xingar. Eu queria que ele fosse legal, mas ele não é. Por favor meu Deus, que ele não volte bêbado hoje, ou irritado, por favor que ele só deite no sofá e durma, por favor que ele não abra a porta do quarto e comece a gritar comigo, ou arrume confusão por causa de nada. Por favor que a gente consiga ir embora logo daqui. Por favor... Ah e Deus quando eu for bem grandão eu queria ter um monte de filhos queria ser um pai legal, não meu pai, eu tenho medo e raiva dele, não gosto de como ele grita e às vezes bate na minha mãe. Eu queria ser um pai bom, também queria que meus filhos gostassem de mim, eu sei que peço isso toda noite e eu espero que se realize, ah e eu sei que já pedi demais, mas eu queria casar, com uma mulher incrível. Acho que a Alice tá apaixonada pelo Ben, ela fica toda bobinha perto dele, eu queria ficar bobinho perto de alguma menina, será que você pode realizar? Mas só quando eu tiver bem grandão agora eu sou pequeno... - digo e pulo para de baixo da coberta quando ouço o barulho da porta da sala se abrindo. Ele chegou. "
- Tá achando que engana quem, em moleque? - ele pergunta com uma risada sarcástica. Com meu olho um pouco fechado consigo ver a sombra dele se aproximar. - Coitadinho, ele está cansado de tanto fazer comidinhas com a vovó dele e foi dormir. - ele tira o meu cobertor fazendo um arrepio descer pela minha espinha - Amanhã eu quero você acordado bem cedinho. Tá me ouvindo? - ele pergunta - Tá me ouvindo? - ele grita.
- Tô... Para de gritar por favor. - peço cuidadosamente e ele sorri na minha direção - A mamãe ainda está trabalhando, poderia parar de gritar por favor?
- Claro que o papai para de gritar. - sua mão direita dá pequenos tapas no meu ombro que doem um pouco e eu acabo me desviando - Claro que o papai para de gritar Luke, medrosinho de merda. - meu sangue esquenta.
- Eu não sou medroso! - falo um pouco mais alto e ele solta uma risada irónica.
- Medrosinho de merda, vai lá fazer suas comidinhas vai, inútil. Homem que é bom, nada. Você é um merdinha, um inútil. Tenho vergonha de ter um filho como você. Merdinha, medrosinho.
- Eu não sou medroso. - digo um pouco mais alto.
- Você é um medrosinho, bem fraquinho, fingir que estava dormindo? - ele me encara nos olhos - Isso é tão ultrapassado. Medrosinho! - ele grita enquanto se aproxima - Medrosinho. Inútil de merda, não sabe fazer nada. Medroso de merda. Seu medroso. Medroso. - ele grita alto - Medroso!
- Eu não sou medroso! - Grito enquanto chuto a cadeira de madeira que estava na minha frente, a mesma cai no chão fazendo um barulho estridente. Estou nervoso e com muito ódio, um ódio que nunca tive, mas no meio do ódio ouço a voz sarcástica dele.
- Igual o papai! Teve para quem puxar mesmo. - ele debocha e minha respiração começa a ficar acelerada. Eu agi como ele, eu fui igual a ele, eu... - É assim que se faz filhão. Homem mesmo, mas na próxima vez que me desrespeitar eu quebro a sua cara... Mas é assim que se faz, igual o papai. - ele solta uma risada alta - Cadê a sua irmã? Outra que não presta para nada.
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Through Cabins
RomantikInspirado em um reality show na Netflix chamado casamento às cegas. Conseguimos nos apaixonar por quem não podemos ver? Fanfic Juke em andamento!