Vance - Dezembro de 1977
Meu irmão me deu algumas fichas e disse que eu poderia ir no Grabngo, Matthias havia me ligado e dito que estaria lá, então era uma boa oportunidade, nessa mesma semana eu iria sair com Carmilla, mas decidimos que por passar tempo demais juntos, iríamos aproveitar até esse final de semana separados, só que nos víamos às vezes pela janela do nosso quarto e eu sempre levava a foto dela no bolso da minha calça jeans.
Coloquei a minha regata branca, a calça jeans e o colete que eu sempre usava, Carmilla havia me presenteado com uma gargantilha azul que parecia brilhar, meu aniversário havia sido no começo de Dezembro e comemorei com ela, sua família e meu irmão. Como sempre os meus pais não queriam estar presentes.
Revirei os olhos pelo o que estava pensando e fui até o Grabngo, coloquei as fichas e comecei a jogar, estava concentrado e pelo canto do olho poderia ver o que estava acontecendo, Matthias se aproximou de mim segurando o seu salgadinho favorito e apontou com o dedo indicador cheio de farelo.
─Olha só, você vai bater seu próprio recorde─ Ele comenta.
─Eu sei, seu imbecil, é claro que vou bater─ Respondi ainda jogando, conforme minha concentração subia eu fazia o mesmo com o meu corpo, umideci o lábio inferior e acabou que uma das bolinhas acabou descendo, enquanto eu estava olhando, uma briga idiota começou perto da máquina, então um garoto de camiseta listrada acabou batendo nela e fazendo a segunda bolinha de metal descer.
Aquele era o fim do jogo.
Então o acesso de raiva começou.
Levei as mãos ao cabelo, eu estava perto de conseguir bater a porra do meu próprio recorde, acho que até mesmo a minha namorada ficaria irritada se ela estivesse perto de fazer uma receita especial e alguém fudesse.
Me virei para o garoto e o segurei pela gola da camiseta.
─Você fudeu o meu jogo porra!─ Digo irritado e o jogando contra a prateleira pequena de histórias em quadrinhos, o garoto que ele estava brigando acabou chamando a minha atenção com um "Ei". ─Vem seu filho da puta─
Ele estava com um canivete na mão, que eu acabei não me importando, primeiro soquei ele e depois o amigo, mas como estavam em dois, um acabou me segurando por trás, consegui dar uma cotovelada em um e empurrei o outro no chão, o de camiseta listrada acabou voltando para cima.
─Não mexa comigo de novo─ Dou uma cabeçada nele e movimento a perna como se o tivesse dado uma rasteira, batendo a cabeça dele no chão.
Podia ver que estavam olhando.
Òtimo.
Eu acho que foram quatro vezes a cabeça dele contra o chão, então olhei para o lado e vi um canivete, o abri e coloquei um "V" no seu antebraço, me levantei e mostrei os dois dedos do meio.
Odiava que fudessem o meu jogo.
Me virei e coloquei de novo a ficha.
-X-
Acho que a atendente do Grabngo ligou para a polícia, porque dois policiais acabaram entrando e me segurando, não queria decepcionar o Nicholas de novo, como isso já havia acontecido mais de uma vez, decidi que iria resolver tudo sozinho e não poderia perder o encontro com Carmilla este fim de semana, entrei na viatura e esperei chegarmos a delegacia.
Demorou em torno de duas horas para eu conseguir sair daquele lugar, respirei fundo e olhei para os lados, ainda tinha dinheiro para comprar algumas fichas e como estava próximo do final da tarde a rua estava meio deserta, conforme andava para perto do Grabngo, a mesma van que eu havia visto algumas vezes parou próximo, franzi o cenho e voltei a andar, mas um homem de cartola com óculos escuros desceu, provavelmente ele ia se apresentar para algumas crianças.
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Má reputação - Vance Hopper
Fanfic|FANFIC DE "O TELEFONE PRETO"| Carmilla Hidalgo é a filha de um casal equatoriano, seus pais se mudaram do Equador para os Estados Unidos quando sua irmã mais velha, Lenore, ainda era pequena. Desde que se entende por gente, a garota é vizinha dos H...