DOIS MESES DEPOIS
Acordei de manhã com um barulho estranho. Então olhei para o lado direito da cama e não vi a Lori. O barulho continuava a soar pelo quarto.
Imediatamente, saltei da cama e fui até o banheiro, onde encontrei Lorena curvada sobre o vaso sanitário, vomitando compulsivamente.
— Amor! — Corri para o seu lado.
Eu já estava ciente de que os enjôos chegariam a qualquer momento, por isso, eu vinha me preparando mentalmente há um bom tempo — afinal, eu não queria ver a Lori passando por isso —. Porém, aquilo era pior do que eu imaginava.
— Amor, você... — Tentei falar algo quando pareceu que a sua ânsia de vômito havia passado, porém, foi em vão, pois ela logo voltou a colocar para fora tudo que estava em seu estômago.
E, assim, ela ficou por quase 5 minutos seguidos. Quando, então, ela pareceu se sentir melhor, eu estava com o coração doendo. Lori nunca passava mal. Sua saúde era de ferro. Aquela foi a primeira vez, desde que a conheci, que vi sua pele pálida.
— Amor, acho melhor você ir ao médico. Você vomitou muito — falei, apreensivo, enquanto a assistia escovar os dentes.
— É normal.
— Mas... Tanto assim?
Ela jogou uma grande quantidade de Listerine na boca e chacoalhou-o, enquanto eu me perturbava ainda mais.
— Se você continuar assim — prossegui —, daqui a pouco, você vai ficar desidratada.
— Amanhã, eu tenho uma consulta. Vou falar com a médica.
Sem dizer mais nada, ela apagou a luz do banheiro e saiu, indo direto até a nossa cama, onde se deitou em silêncio. Então, acompanhei os seus passos, e me deitei ao seu lado, puxando-a para perto. De certa forma, eu me sentia culpado.
— Desculpa — sussurrei em seu ouvido.
— Pelo quê?
— Por te fazer passar por isso.
Ouvi seu riso abafado.
— É o curso natural da vida, amor — ela respondeu, despreocupada.
— Se eu pudesse, eu sentia tudo isso por você.
— Relaxa. Vai dar tudo certo!
Abracei-a ainda mais forte e beijei a sua testa. Ela era tão experiente naquilo, que não havia outra saída, senão amá-la mais.
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Novamente, despertei de supetão e, quando abri os olhos, vi Lorena se levantando da cama às pressas e correndo para o banheiro. Menos de dois segundos depois, foi possível escutá-la vomitando outra vez.
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O Malabarista - Concluído
EspiritualRaul é um morador de rua que perdeu sua mãe e, desde então, vive debaixo de um viaduto com o seu irmão mais novo chamado Kevin, de apenas 7 anos. Ele vive sem muita esperança de ter a sua sorte mudada, embora esteja sempre consolando o seu irmão, di...