Cumplicidade

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Fevereiro de 2000

A lua de mel acabara e eles entraram em um ritmo calmo em casa. Astória havia contado do costume trouxa de atravessar a soleira da porta com a noiva nos braços ainda em Pampellone e ele rira dela um par de dias, mas quando chegaram, ele a abraçou e a suspendeu.

- Tudo que um trouxa faz, eu posso fazer melhor.

Ela revirou os olhos e riu, sendo carregada por ele. Elogiou a casa e fizeram amor na sala.

Quando o elfo chegou, tiveram sua segunda desavença. Ela exigia que o elfo recebesse pagamento

- Você está maluca se acha que vou pagar um elfo doméstico.

- Você não precisa pagar, eu pago, recebo um bom ordenado.

- Astória, o que minha mãe vai pens...

- Escute, esse é o futuro. Você não viu a lei em que a Granger está trabalhando? Vamos pagar o elfo e deixar todos saberem disso, vai ser bom para sua reputação...

Ele esbravejou mais uns dias, mas sabia que ela estava certa.

O elfo em questão, que calhava de realmente ser do sexo feminino, Pippa, não queria receber pagamento. Chorou e se lamentou, até Astória ameaçá-la com roupas, então ela pediu que colocassem em um jarro de biscoitos e não mexia nunca ali. Ela rapidamente aprendeu a mimar sua patroa e a sair de perto quando o casal começava a se beijar.

oOo

Março

- Pode deixar que faço isso, senhora.

- Ah, mas Draco gosta assim- dizia ela, fazendo exatamente igual ao elfo- deixa que eu faço.

Ela acrescentou uma única flor em cima da bandeja do elfo e levou para cima, seu marido ainda dormia

- Bom dia- eles não haviam feito sexo na noite passada e estava morrendo de saudades. Ela sabia que o marido gostava de dormir até mais tarde aos fins de semana, mas não se aguentou e foi acordá-lo.

- Astória, acho que não estou muito bem, venha aqui.

Ela se inclinou, preocupada, mas Draco a puxou pelo braço e ela caiu em cima dele, antes que pudesse começar a brigar, ele a beijou naquele ponto atrás da orelha onde sabia que ela gostava e ela esqueceu da escaramuça, e não tardou até que a elfo doméstico tivesse que ligar o rádio para abafar os gemidos e gritos abafados que vinham do quarto.

oOo

Abril

Draco chegou em casa em uma tarde fria e encontrou Astória na sala, chorando muito. Seu corpinho enrodilhado na poltrona estampada tremia com soluços.

Ele sentiu que um gancho de metal muito frio perfurava seu estômago e seu primeiro impulso foi fugir, depois rever as ações para saber qual delas era a responsável por aquilo, quando chegou à conclusão que não era ele, ele reagiu com alívio e enfim se mexeu, indo até ela.

- Tory, Tory, o que houve? Quem fez isso com você?

- Esteban e Clara*, ela disse, lhe olhando com seus lindos olhos violeta cheios de lágrimas

- Quem?

Ela lhe mostrou um livro e Draco riu pelo nariz.

- Uma porcaria trouxa, Tory, você estava chorando por causa disso?

- Seu idiota insensível!

- Tory! -Draco estava chocado, Astória nunca tinha perdido a paciência com ele antes.

Expiação - DrastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora