Na estufa

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Abril 2019

- Você não vai acreditar em quem Scorpius quer trazer para passar as férias da páscoa!

Draco lia a carta do filho. A coruja dele, Asterix, bebericava um pouco de água, mas tinha virado a cara para os petisco e se preparava para voar de volta para a Escócia.

- Ah, eu acho que sei quem são... - respondeu Astoria, com um ar de riso na boca - você que insistiu em voltar para a Inglaterra, para que ele pudesse frequentar Hogwarts... Eu estava perfeitamente satisfeita com a possibilidade de ele cursar Beauxbatons.

- Beauxbatons... - ele disse, torcendo a boca- não gostei da cara daquela escola, é muito... confortável. Como os meninos vão aprender a serem homens sem congelarem o rabo em seus dormitórios nove meses por ano?

Astoria riu com a cabeça para trás.

- Merlim, como era gelado aquele dormitório. O feitiço de aquecimento foi o primeiro que aprendi por conta própria, eu sempre dormia com um ou mais tijolos quentes. - ela deu um olhar arriscado ao marido e continuou- não que Scorpy precise, ele não deve passar tanto frio no alto daquela torre...

Draco franziu a testa e imitou a expressão de desdém que Astória viu muitas vezes no rosto de Narcisa.

- Nem me fale... É um absurdo, ele é um Malfoy, ele deveria ter ido para a Sonserina. - ele bufou, suspirando alto e relaxou os ombros - bom, pelo menos ele não foi pra Grifinória, não poderia encarar nenhum dos retratos na galeria da mansão se ele tivesse ido parar na maldita Grifinória.

Astória o abraçou pelos cintura e apoiou o rosto em seu ombro.

- Admito, Corvinal é melhor que Grifinória. Mas não foi muito efetivo não é? Ele ainda conseguiu ser melhor amigo dos-

- Potter e Wesley. Honestamente. - ele amassou um pedacinho da barra do vestido da mulher, levantando-o um pouquinho e escondeu o rosto em seu pescoço. Ele sorria. Ficara feliz de ver que ele tinha amigos de verdade, não os capangas que ele aprendeu a chamar de amigos, mas com quem nunca pudera ter uma conversa de verdade.

- E pelo jeito que ele fala da menina Weasley... - Astória tripudiava, sem esconder um sorriso no canto da boca.

Draco perdeu o sorriso e se afastou.

- Agora é demais, Tory. Eles são só colegas de escola. Além do mais, ele é muito novo, tem apenas treze anos. - Draco não quis se lembrar de que quando tinha treze anos ele já tinha beijado mais que a boca de Pansy.

- Ele fará catorze em poucos meses. Você duvida de mim? Ah, é? Continue a ler a carta, veja o motivo dele pedir para os amigos virem passar o feriado.

Draco virou o pergaminho e o alisou, fazendo um barulhinho com a garganta.

"... Rosie tem andado muito desanimada, a candidatura de sua mãe a deixa sem tempo para família e honestamente, estão todos muito nervosos. Imaginei que nos divertiríamos na mansão, longe de toda essa loucura de eleição do ministério. E ela poderá aproveitar os campos de quadribol (acho que já falei que ela é uma excelente jogadora) coisa que eu nunca consegui fazer, e vassouras não são bem a minha praia. Gostou dessa papai? É uma expressão trouxa, foi Albus quem me apresentou e eu estava morrendo de vontade de encaixar em alguma frase para poder te mostrar, eu sei que o senhor coleciona as melhores. Enfim, posso convidá-los? O senhor gostará de Albus papai, ele é calmo e ponderado, como você. Agora, Rosie pode ser mais difícil. Ela é uma força da natureza. Sabia que ela pode arrotar o alfabeto inteiro?

Com amor

Scorpy"

- A filha da próxima ministra da magia pode arrotar o alfabeto inteiro... - gemeu Draco, sentando se de um baque na poltrona mais gasta e macia da sala.

Expiação - DrastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora