Expiação - Drastória

Desespero completo

N/A: Aviso de gatilho:

Violência / Violência Sexual.

Se você for sensível a esse tópico, por favor espere o próximo capítulo, farei um mini resumo deste na introdução do seguinte.

Vagarosamente, Astória voltou a si. Tremulou brevemente os olhos e respirou fundo, sentindo o cheiro ocre da poeira e ruína. Não houve confusão de sentidos, ela não achou estar em casa, não pensou que estivesse sonhando ou que isso era um pesadelo, cada pedacinho do seu corpo doía e ela sabia muito bem que havia sido abduzida, sabia estar amarrada a uma cadeira e sabia estar numa sala suja e escura. A coluna chamejava com o esforço de ficar sentada, os pulsos ardiam com o roçar das cordas e o nariz coçava com o cheiro pútrido da sala há muito fechada. Ela correu os olhos pelo aposento, esperando ter algo que pudesse utilizar para um escape, mas com a exceção de si mesma e a cadeira em que sentava, o lugar estava vazio.

Goyle falava com ela, a voz enganosamente doce. Ele afagava levemente sua barriga com uma das mãos, a outra segurava a varinha apontada para ela e Astória se contorceu, com nojo de suas mãos finas.

- Acordou, bela, que bom, fiquei com medo de ter te apagado para sempre.

- O que quer, por que estou aqui? Quando Draco te achar...

- Mas ele não vai te achar... Vocês estavam brigados há, o quê, dois meses agora? Ele não divide sua cama há muito tempo...nesse momento ele está embalado pelos melhores sonhos que o ópio mágico pode comprar...quando ele descer de lá, será tarde demais. E quer saber o melhor? Ele não se importa...

A voz do homem era tão suave que Astória choramingou, sem querer acreditar nele, mas ao mesmo tempo, sem forças para desacreditar.

- Draco se importa sim, ele me ama, ele...

Goyle riu pelo nariz – se você tivesse dividido as noites que dividi com ele, Tory...se o ouvisse falando de você, ora, ele te considera adequada, é claro, mas você é basicamente um buraco para ele enfiar o pau pequenininho dele...

"É tudo um truque dele, Greg está mentindo, ele quer mexer com minha cabeça, meu marido me ama, ele me ama de verdade..." Astória se viu desejando ardentemente.

- Por qual outra razão ele te abandonaria Tory? Com o herdeiro dele no ventre, ainda por cima? Ele não te suporta...

"É mentira, é mentira, é mentira" A mulher repetia em sua cabeça, como em um mantra.

- Gr- Greg, me solte. Me solte e eu não falarei nada disso a ninguém, eu irei para casa e fingirei que tudo não passou de um sonho... – ela gaguejou, tentando escapar.

- Você sonhava com o cadáver de Lucius Malfoy em sua sala de estar também? Veja só, já estamos achando coisas em comum...

- Lucius está morto? – Astória engoliu seco. Ele era um bastardo sem coração, mas ela não queria que ele tivesse morrido assim.

Goyle soltou um bufo, chateado.

- Bom, acho que bati nele com força demais, esqueci que ele era velho...uma pena – ele parecia realmente triste – ele sabia desse nosso esconderijo, acho que com um pouco de sorte, nosso Draco poderia ter persuadido o pai a te entregar, caso ele se importasse o suficiente para saber onde você está... – ele deu uma risadinha infantil- agora, estamos seguros, ele jamais vai nos achar aqui, mesmo se ele tentasse, o que eu sei que ele não tentará. Ele pode até transferir um pouco de ouro para meu cofre em Gringotes, achará que fiz um favor a ele, o casamento de vocês era para ser algo – Goyle agitou as mãos – passageiro, não é mesmo? Agora sobre o que eu quero? Ora Astória, quero machucar você, é claro.