Capítulo Final

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- Então não há-

O bruxo careca de olhos empapuçados balançou a cabeça com tristeza.

- Eu nunca havia visto isso, em todos os meus anos cuidando de vidas bruxas. A maldição do sangue está toda espalhada...

A curandeira morena se intrometeu:

- O senhor sabe que essa maldição, em específico, age nas células sanguíneas, no núcleo da célula. Impede a troca de oxigênio. Anteriormente, em outras crises da Sra. Malfoy, a maldição estava restrita a um determinado espaço, ficava cercada, mas agora...

- Agora está em toda parte.

Draco fechou os olhos, o coração estava descompassado e ele lutou contra a ânsia, segurando o estômago com as duas mãos enquanto arrastava os pés no ladrilho fosco.

- Mas talvez uma poção mais forte – ele murmurou, esperançoso – eu posso falar com Longbotton, nós criamos algumas poções no passad-

- A vida do bebê tem que ser levada em consideração – começou a falar mais uma vez a medibruxa, mas Draco a cortou, falando por cima.

- Minha filha certamente já pode sobreviver fora do útero, Astória já está de oito meses...

A mulher meneou a cabeça mais uma vez, sua boca era uma linha fina; ela não gostava de ser interrompida.

- O que eu ia dizer, Sr. Malfoy, é que a vida do bebê é provavelmente a razão de Astória ainda estar viva. A mágica de Lyra tem segurado a vida de sua mãe.

- Como assim? Não consigo compreender – ele limpou os olhos, incomodado com a visão do consultório embaçado.

- Sua mulher sofre de uma doença mágica. Por enquanto seu corpo está conseguindo combatê-la, pois está ligado ao núcleo mágico da sua filha, então está duplo, está forte...

- Mas assim que o neném nascer...- o outro médico completou – somente a magia de Astória não será o suficiente.

-Leve-a para casa, Draco – falou a dra. Lakshmi, em lágrimas- e faça todas as suas vontades. Não há o que possamos fazer por ela aqui.

- Em pouco tempo, o corpo de Astória começará a desligar. Ela terá dificuldades de respirar, ficará cansada rapidamente.

- Não conseguirá comer, não conseguirá dormir...

- E as pontas dos dedos da pés, das mãos começarão a ficar enegrecidos.

- Em seguida será o branco de seus olhos...

- Mas o bebê estará seguro, a maldição afeta apenas Astória.

Draco segurou a barra da janela, a garganta seca. Ele pigarreou.

- Quanto tempo? Depois que Lyra nascer, em quanto tempo ela...

- Aproximadamente dois dias.

-Talvez uma semana.

-Pode ser apenas meia hora...

Ele correu até o canto do escritório, onde falava com os médicos em conjunto, e vomitou na lixeira.

-evanesco

Ele se abaixou na porta da pequena sala, apoiou os braços nos joelhos e escondeu a cabeça ali. Chorou alto, sem constrangimentos, como há muito tempo não fazia.

O que seria dele, de Scorpio, de Lyra, sem que a bondade e a doçura de Astória pudessem suavizar suas tendencias autoritárias? E se ele resvalasse para o mau caminho outra vez? E se ele fosse como Lucius? E se ele morresse de tristeza? "não é um se", pensou Draco, "é quando". Isso estava fadado a acontecer.

Expiação - DrastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora