Nascimento

173 9 0
                                    


- Mamãe está se tratando no UCH Macmillian Cancer Centre – disse Thomas – vire aqui a esquerda.

Eles iam todos de carro, Astória estava muito fraca para aparatar.

Rony ia no banco de trás, embora se sentisse agradavelmente apertado junto ao corpo da esposa, se sentia deslocado. Sabia que não tinha o que fazer naquela missão, mas não conseguiria deixar a mulher sozinha com Malfoy.

- Precisamos de papéis trouxas – dizia Thomas, mais uma vez. – Hermione, o quão você se opõe a um pequeno furto?

Hermione deu uma olhada para Astória, que estava sentada ao seu lado e sorriu, mas ela deu uma olhada em seus malares pronunciados e as falhas em sua cabeça, onde seu belo cabelo não conseguia mais se segurar.

- Não me oponho, Thomas.

- Uau, casar com Rony te deu certa perspectiva. - o homem negro falou e ela conseguia escutar o sorriso em sua voz.

Rony estufou o peito, como se Dino tivesse lhe feito o maior dos elogios.

Quando chegaram ao estacionamento do hospital, Draco se deixou ficar no carro com Hermione e Astória enquanto os outros foram arranjar os papeis, de modo ilícito, é claro. A mais velha explicava superficialmente como seria o tratamento.

- Está enjoada, Tory? – Draco perguntou do banco do motorista, notando o suor na têmpora da esposa.

- Não, estou bem. – ela lhe deu um sorriso hesitante – você ficará bem em meio a tantos trouxas?

Draco bufou e Hermione revirou os olhos.

- Acho que se casar com Astória lhe deu certa perspectiva também, Malfoy.

A mais nova riu, e Draco não pode evitar senão rir também.

Dentro em pouco, os homens voltaram. Tinham conseguido identidades, carteira de motorista e até mesmo carteirinha do seguro saúde.

- Astória Rose Malfoy? – Draco olhava para o cartão de plástico que tinha a foto da esposa.

- Foi mal, não sabia o nome do meio dela, foi o primeiro nome que me veio à cabeça – Rony disse displicente, mas com as orelhas vermelhas – essas coisas dos trouxas são muito inseguras, qualquer um pode copiá-los, e foi preciso apenas um toque de varinha para mudar a foto e o nome.

- Vocês não mexeram nos números, não é? – Hermione apontou, mandona.

- Você falou quinze vezes antes de sairmos para que não mexêssemos nos números, nós não somos idiotas. - Ronald retrucou, falando em um tom normal.

Draco ficou impressionado com o modo que se tratavam. Era muito diferente do modo que ele tratava a própria esposa.

Rony e Hermione estavam sempre brigando um com o outro, mas Draco notou que também estavam sempre se tocando e que Rony a protegia ferozmente.

- Está pronta?

- Sim – Astória disse, fraquinho, e tentou sorrir. Ela não conseguiu sair do carro sozinha e Draco resolveu mantê-la nos braços até adentrar o hospital, notando que ela não pesava mais que uma pluma, ela havia perdido mais peso.

Ela foi admita ao hospital. Hermione tinha uma história bem ensaiada para os trouxas médicos, então perguntas foram respondidas com segurança. Draco era um excelente mentiroso. Depois de várias horas, resolveram interná-la. Astória chorou, com medo, quando fizeram o primeiro acesso e Draco segurou sua mão.

- Diga que me ama, Draco, não quero morrer sem saber se fui amada. – ela exigiu, com a mão da dele. O quarto ainda estava cheio de pessoas e Draco flagrou o olhar de Rony, que virou o rosto, constrangido.

Expiação - DrastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora